**A Cura do Paralítico e o Perdão de Jesus**
Na pequena cidade de Cafarnaum, o sol da Galileia brilhava intensamente sobre as casas de pedra e as ruas poeirentas. A notícia de que Jesus havia retornado à cidade se espalhara rapidamente, e uma multidão ansiosa se aglomerava em frente à casa onde Ele estava. Dentro, o Mestre ensinava com autoridade, e as palavras que saíam de Seus lábios eram como água fresca para almas sedentas. Os fariseus e mestres da lei, vindos de várias regiões, estavam ali, sentados entre o povo, observando cada gesto de Jesus com olhos críticos.
Enquanto isso, do lado de fora, quatro homens carregavam um paralítico em uma maca de pano. Seus rostos estavam marcados pela determinação, pois acreditavam que Jesus poderia curar seu amigo. No entanto, a multidão era tão densa que não havia espaço nem mesmo para passar pela porta.
— **O que vamos fazer agora?** — perguntou um deles, suando sob o calor do meio-dia.
O paralítico, de nome Joaquim, olhou para eles com uma mistura de esperança e resignação. Há anos, ele não movia as pernas, dependendo da bondade alheia para sobreviver. Mas algo naquele dia lhe dizia que tudo poderia mudar.
— **Subamos ao telhado!** — sugeriu um dos carregadores, apontando para a escada lateral da casa.
Sem hesitar, os quatro pegaram a maca e, com cuidado, subiram os degraus estreitos. O telhado era feito de vigas de madeira cobertas por uma camada espessa de barro e palha. Com as mãos calejadas, começaram a remover parte da cobertura, fazendo com que pedaços de barro e palha caíssem dentro da casa, bem no meio do grupo reunido em volta de Jesus.
Dentro, todos olharam para cima, surpresos, quando viram a luz do dia invadir o ambiente através do buraco que se formava. Pouco a pouco, a abertura se ampliou até que os quatro homens começaram a descer cuidadosamente a maca com o paralítico, diante de Jesus.
O Mestre olhou para Joaquim, cujos olhos estavam cheios de lágrimas. Ele via não apenas a paralisia do corpo, mas também o peso do pecado e da culpa que o homem carregava. Com voz serena, mas cheia de autoridade divina, Jesus disse:
— **Filho, os teus pecados estão perdoados.**
Um silêncio pesado tomou conta da sala. Os fariseus e mestres da lei trocaram olhares de indignação.
— **Como este homem pode falar assim? Isso é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, a não ser Deus?** — murmuravam entre si, mas Jesus, conhecendo seus pensamentos, olhou para eles com firmeza.
— **Por que vocês estão pensando essas coisas?** — perguntou Ele. — **O que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou ‘Levanta-te, pega a tua maca e anda’? Mas, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem na terra autoridade para perdoar pecados…**
Então, voltando-Se para Joaquim, ordenou:
— **Eu te digo: Levanta-te, pega a tua maca e vai para casa.**
Num instante, um tremor percorreu o corpo do paralítico. Seus músculos, há tanto tempo inertes, ganharam vida. Ele sentiu um calor percorrer suas pernas, como se o próprio poder de Deus o estivesse restaurando. Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Joaquim se levantou, dobrou a maca que antes o carregava e, diante do espanto de todos, começou a caminhar.
A multidão ficou maravilhada e muitos glorificavam a Deus, dizendo:
— **Nunca vimos coisa assim!**
Mas os fariseus, endurecidos em seus corações, saíram murmurando, ainda mais decididos a encontrar uma maneira de acusar Jesus.
Enquanto isso, Joaquim saiu pelas ruas de Cafarnaum, não apenas com o corpo curado, mas com a alma liberta. Ele sabia que aquele dia não marcava apenas o fim de sua paralisia, mas o início de uma nova vida—uma vida tocada pelo perdão e pelo poder do Filho de Deus.
E assim, mais uma vez, Jesus demonstrava que Ele não veio apenas para curar doenças, mas para trazer a verdadeira libertação—a que vem do perdão dos pecados.