Bíblia em Contos

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Bíblia

Here’s a concise and impactful title in Brazilian Portuguese (under 100 characters, without symbols or quotes): **O Juízo Final e a Esperança do Remanescente** (Alternative, shorter option if needed: **O Dia do Juízo e a Promessa de Renovação**) Both fit the story’s themes of divine judgment and remnant hope while staying within the limit. Let me know if you’d like any adjustments!

**O Dia do Juízo Divino**

A terra estava cansada. O peso do pecado havia curvado seus campos outrora verdejantes, e os rios que antes cantavam de vida agora murmuravam lamentos. O sol, que em tempos banhava a criação com calor benevolente, agora parecia fitar a terra com um olhar severo, como se aguardasse o cumprimento de uma sentença há muito anunciada.

Era como se toda a criação soubesse.

Nas cidades, os homens viviam como se o amanhã lhes pertencesse. Os palácios dos ricos ressoavam com banquetes intermináveis, onde o vinho fluía como água e as risadas afogavam o gemido dos pobres às portas. Os mercadores negociavam com medidas falsas, os juízes vendiam a justiça por moedas de prata, e os sacerdotes ofereciam sacrifícios vazios, com corações distantes do Deus a quem diziam servir.

Mas o profeta havia advertido:

*”Eis que o Senhor esvazia a terra e a desola, transtorna a sua superfície e dispersa os seus moradores.”*

E então, começou.

Primeiro, foi um tremor leve, como um suspiro da terra. As taças nas mesas dos banquetes tilintaram, e alguns, embriagados, riram, atribuindo-o ao excesso de vinho. Mas logo o chão rugiu como uma fera ferida, e as colunas dos grandes templos racharam com um estalo que ecoou pelos vales. Torres desabaram, sepultando sob seus escombros aqueles que nelas confiavam.

O céu escureceu. Nuvens pesadas, negras como cinzas de um altar profanado, cobriram o sol. Os animais, sensíveis ao que os homens ignoravam, uivaram e fugiram para as colinas, enquanto os pássaros desapareceram, como se soubessem que não havia mais lugar seguro.

Os rios secaram. Onde antes peixes nadavam em águas límpidas, agora só restavam leitos rachados, como bocas sedentas clamando por uma gota que não viria. As plantações murcharam num instante, e os celeiros, outrora abarrotados, revelaram-se cheios apenas de pó e mofo.

Os poderosos da terra, que nunca haviam temido nada, corriam agora como crianças perdidas. Reis tropeçavam em seus mantos de púrpura, e generais jogavam suas espadas, inúteis contra o furor do Altíssimo. Sacerdotes gritavam por misericórdia, mas suas vozes se perdiam no vento que uivava como um lamento.

*”A terra pranteia e se murcha; o mundo desfalece e se murcha; enlanguescem os altivos do povo da terra.”*

E então, o silêncio.

Por um momento, tudo parou. O vento cessou. A poeira assentou. Até o grito dos sobreviventes congelou nos lábios. Era como se o próprio universo prendesse a respiração.

E do céu rasgado, uma voz trovejou, não em fúria, mas em solene declaração:

*”A terra está contaminada por seus habitantes, pois transgrediram as leis, violaram os estatutos e quebraram a aliança eterna.”*

Era o juízo.

Mas mesmo naquela hora de trevas, uma promessa sussurrava no coração dos que ainda lembravam do Senhor:

*”Porém, restará um remanescente. Como a azeitona sacudida da oliveira, alguns permanecerão, e levantarão suas vozes em louvor ao Deus que os redimiu.”*

E assim, quando a noite mais densa parecia engolir tudo, uma luz bruxuleou nas colinas. Os humildes, os que haviam caminhado em retidão, começaram a se reunir. Cantavam, não de alegria pela ruína dos ímpios, mas de esperança, pois sabiam que o Senhor não abandonaria para sempre a obra de suas mãos.

E no horizonte, onde o sol havia se escondido, uma aurora começava a nascer.

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