**A Canção da Terra Agradecida** (Se precisar de um título ainda mais curto, pode ser: **Canção da Terra Grata** – 20 caracteres)
**A Canção da Terra Agradecida**
O sol nascia sobre os campos de Belém, tingindo o horizonte de dourado e carmesim. A brisa suave do amanhecer carregava o perfume da terra molhada pelo orvalho, enquanto os camponeses se preparavam para mais um dia de trabalho. Entre eles estava um homem chamado Eliabe, um agricultor idoso de mãos calejadas e coração grato. Ele olhou para os vastos campos de trigo que balançavam como um mar dourado e, com os lábios tremulos, começou a cantar baixinho as palavras que seu avô lhe ensinara:
*”A ti, ó Deus, pertence o louvor em Sião; a ti se cumprem os votos. Tu, que ouves a oração, a ti virão todos os homens.”*
Era tempo de colheita, e a aldeia inteira se reunia para celebrar a bondade do Senhor. As mulheres teciam coroas de flores silvestres, enquanto as crianças corriam entre os feixes de trigo, rindo sem preocupação. Eliabe sabia que aquela abundância não era obra do acaso. Nos anos anteriores, a seca havia castigado a terra, e muitas famílias passaram fome. Mas naquele ano, as chuvas haviam vindo no tempo certo, e a terra, outrora ressecada, agora florescia.
Enquanto caminhava em direção ao monte onde o altar de pedras havia sido erguido, Eliabe recordava as noites em que se ajoelhara, suplicando por misericórdia. *”Tu escutas a oração”*, ele murmurou, sentindo um calafrio percorrer sua espinha. Agora, diante daquele altar simples, o povo se reuniu, trazendo os primeiros frutos da colheita—cestos de trigo, azeitonas recém-colhidas e jarros de azeite puro. O sacerdote, um homem de barbas brancas e olhos cheios de sabedoria, levantou as mãos aos céus e começou a entoar as palavras do Salmo que todos conheciam:
*”Tu visitas a terra e a regas; tu a enriqueces copiosamente. Os ribeiros de Deus são abundantes de água; tu preparas o cereal, pois assim preparas a terra.”*
Enquanto as palavras ecoavam, Eliabe fechou os olhos e viu em sua mente os campos áridos transformados em verdes pastos, os riachos secos que agora transbordavam, levando vida para cada canto da terra. Ele sentiu o cheiro da chuva abençoada, lembrando-se de como o Senhor não apenas sustentava a terra, mas a fazia cantar de alegria.
*”Tu coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam fartura.”*
O sacerdote continuou, e o povo respondia em coro, erguendo suas vozes em gratidão. As crianças, antes brincalhonas, agora observavam em silêncio reverente, enquanto os mais velhos enxugavam lágrimas de emoção. Eliabe olhou para seu neto, um menino de olhos curiosos, e o puxou para perto.
— Você vê tudo isso, meu filho? — perguntou, apontando para os campos dourados. — Isso não é só trigo. É a bondade de Deus. Ele ouviu nosso clamor e nos deu mais do que merecíamos.
O menino sorriu, embora não entendesse completamente. Mas Eliabe sabia que um dia ele também lembraria daquela manhã, quando o povo se reuniu para agradecer não apenas pelo pão na mesa, mas pelo Deus que faz a própria terra cantar em louvor.
E assim, sob o céu azul de Belém, a canção de gratidão continuou, ecoando pelos vales e montanhas, até que todas as criaturas pareciam unir-se num só coro:
*”Os prados se revestem de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; eles se regozijam e cantam de alegria!”*
E no coração de Eliabe, uma certeza permanecia: enquanto houvesse vida, haveria louvor. Enquanto houvesse terra, haveria gratidão. Porque o Senhor, em Sua infinita bondade, nunca abandonaria os que O buscavam de todo o coração.