Bíblia em Contos

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Bíblia

**A Sabedoria que Edifica: Retidão e Ruína** (98 caracteres) Alternativa mais curta: **Sabedoria que Edifica: Bênção ou Ruína** (45 caracteres)

**A Sabedoria que Edifica**

Na antiga cidade de Jerusalém, sob o sol abrasador do verão, duas famílias viviam em lados opostos de uma mesma rua estreita. De um lado, estava a casa de Eliabe, um homem conhecido por sua integridade e generosidade. Do outro, morava Nabal, um comerciante astuto, mas cujo coração estava cheio de ganância e engano.

Eliabe, homem temente a Deus, acordava antes do amanhecer para orar e meditar nos ensinamentos do Senhor. Ele costumava dizer a seus filhos: *”A balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer”* (Provérbios 11:1). Sua casa, embora simples, transbordava alegria, pois ele repartia seu pão com os necessitados. Certa vez, ao encontrar um viajante ferido à beira do caminho, Eliabe não hesitou em carregá-lo para casa, cuidando de suas feridas e oferecendo-lhe abrigo. Sua esposa, Ana, tecia mantos para as viúvas da cidade, e seus filhos aprendiam desde cedo que *”a generosidade engrandece a alma”* (Provérbios 11:25).

Já Nabal, seu vizinho, acumulava riquezas com desonestidade. Ele adulterava as medidas de grãos que vendia no mercado, enganando os pobres que não podiam contestar. Sua casa era luxuosa, mas vazia de amor. Sua esposa, temendo sua ira, vivia em silêncio, e seus filhos, criados sob o jugo da avareza, tornaram-se arrogantes e cruéis. Muitas vezes, Nabal zombava de Eliabe, dizendo: *”Para que ser tão bondoso, se a vida é para os espertos?”*

Um ano, uma grande seca assolou a região. Os campos de Nabal, outrora férteis, secaram, pois ele havia negligenciado os conselhos dos anciãos sobre a rotação das plantações, confiando apenas em sua astúcia. Já Eliabe, que plantara com sabedoria e reservara parte de sua colheita para tempos difíceis, ainda tinha alimento para sua família e para repartir.

Quando a fome apertou, muitos moradores da cidade bateram à porta de Nabal, implorando por comida. Ele, porém, os expulsou com rispidez: *”Sumam daqui! Não trabalharam, não merecem meu trigo!”* Sua ganância o cegara, e ele não via que *”o que retém o trigo, o povo amaldiçoa, mas há bênção sobre a cabeça do que o vende”* (Provérbios 11:26).

Enquanto isso, Eliabe abriu seus celeiros. Reuniu os famintos e disse: *”O Senhor nos deu com abundância para que compartilhemos.”* Sua bondade ecoou por toda a cidade, e até mesmo os filhos de Nabal, envergonhados, vieram em segredo receber pão de suas mãos.

Não demorou para que a justiça divina se manifestasse. Certa noite, um incêndio misterioso consumiu os celeiros de Nabal, reduzindo a pó todo o seu lucro desonesto. Ele, que tanto confiara em sua riqueza, viu-se destituído. Enquanto chorava sobre as cinzas, ouviu-se um murmúrio na cidade: *”Eis que o ímpio recebe o castigo do seu proceder, mas o justo escapa da tribulação”* (Provérbios 11:21).

Já Eliabe, mesmo na escassez, continuou a ser sustentado pela providência divina. Seus filhos cresceram honrados, e sua descendência foi abençoada, pois *”o fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas é sábio”* (Provérbios 11:30).

Assim, a sabedoria dos Provérbios se cumpriu mais uma vez: **a retidão conduz à vida, mas o caminho da perversidade leva à ruína.**

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