Bíblia em Contos

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Bíblia

A Casa de Oração para Todos os Povos (49 caracteres) Alternativa ligeiramente mais curta, se preferir: O Santuário que Acolhe os Excluídos (38 caracteres) Ambas respeitam o limite de 100 caracteres, removem símbolos e aspas, e capturam a essência da narrativa de inclusão divina.

**O Santuário dos Excluídos**

O sol poente tingia os muros de Jerusalém com tons dourados e púrpuras, anunciando o fim de mais um dia. O templo, majestoso e imponente, erguia-se no alto do monte Moriá, seu brilho refletindo a glória do Deus de Israel. No entanto, nas sombras dos pátios externos, um grupo de pessoas permanecia à distância, observando com olhos cheios de esperança e hesitação. Entre eles estavam estrangeiros de terras distantes, eunucos que serviam em cortes pagãs, e outros que, por muito tempo, haviam sido considerados indignos de se achegarem ao Santo dos Santos.

Um desses homens era Ebed, um eunuco etíope que servira fielmente na corte de um príncipe estrangeiro. Desde jovem, ele ouvira falar do Deus de Israel e, no silêncio de seu coração, anelava por conhecê-Lo. Mas as leis antigas pareciam erguer um muro entre ele e o Senhor. “Nenhum homem mutilado entrará na assembleia do Senhor”, dizia a tradição. Ebed sentia o peso dessas palavras como correntes em sua alma.

Enquanto isso, nas ruas estreitas da cidade, uma mulher chamada Tamar, filha de um comerciante fenício, caminhava com passos incertos. Ela havia se casado com um israelita, mas após sua morte, fora deixada à margem da sociedade—nem totalmente israelita, nem mais estrangeira. Seus lábios murmuravam as palavras que ouvira de um profeta: *”Guardai o direito e praticai a justiça”*, mas ela se perguntava se aquilo também se aplicava a alguém como ela.

Naquele mesmo dia, o profeta Isaías, movido pelo Espírito do Senhor, ergueu sua voz nos átrios do templo. Suas palavras ecoaram como um trovão, rompendo o silêncio dos corações quebrantados:

**”Assim diz o Senhor: Mantende o juízo e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, a manifestar-se. Bem-aventurado o homem que assim procede, e o filho do homem que nisso permanece; que guarda o sábado de profaná-lo e preserva as suas mãos de cometer algum mal.”**

A multidão se agitou, mas Isaías não havia terminado. Seus olhos, cheios de fogo divino, voltaram-se para os excluídos que observavam à distância:

**”Não fale o estrangeiro que se chegou ao Senhor, dizendo: ‘O Senhor, certamente, me separará do seu povo’; nem tampouco diga o eunuco: ‘Eis que eu sou uma árvore seca’. Porque assim diz o Senhor: Aos eunucos que guardam os meus sábados, escolhem aquilo que me agrada e abraçam a minha aliança, darei na minha casa e dentro dos meus muros um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca será apagado.”**

Ebed sentiu seu coração arder como se uma chama sagrada o tocasse. As palavras do profeta eram como água fresca em sua alma ressequida. Tamar, ouvindo de longe, sentiu lágrimas escorrerem por seu rosto—o Deus de Israel não a rejeitava!

Isaías continuou, sua voz enchendo o vale de esperança:

**”Quanto aos estrangeiros que se unem ao Senhor para O servirem, e para amarem o nome do Senhor, sendo assim seus servos, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, sim, a esses Eu os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha casa de oração. Os seus holocaustos e sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos.”**

Naquele momento, algo mudou em Jerusalém. Os portões do templo, antes símbolos de separação, pareciam agora se abrir como braços acolhedores. Ebed, com passos firmes, aproximou-se pela primeira vez sem medo. Tamar, enxugando as lágrimas, seguiu adiante. Eles sabiam—o Senhor não via suas limitações, mas seus corações.

E assim, naquele entardecer dourado, o santuário de Deus tornou-se verdadeiramente uma casa para todos os que O buscavam com fé. Porque o Senhor não faz acepção de pessoas—Ele chama os rejeitados, restaura os quebrantados, e escreve os nomes dos humildes no Livro da Vida Eterna.

**”Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.”** (Isaías 55:8)

E naquele dia, os excluídos descobriram que os caminhos de Deus são sempre mais altos—e mais cheios de graça—do que os dos homens.

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