Bíblia em Contos

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**A Queda de Asa: Quando a Confiança em Deus se Perde** (98 caracteres)

**A Aliança Quebrada: A História de Asa e Hanani**

No trigésimo sexto ano do reinado de Asa, rei de Judá, os ventos da guerra sopravam mais uma vez sobre a terra. Baasa, rei de Israel, subira contra Judá e começara a fortificar Ramá, uma cidade estratégica que controlava as rotas comerciais e militares, ameaçando bloquear o acesso a Jerusalém. O perigo era iminente, e o coração do povo de Judá se enchia de temor.

Asa, outrora um rei que confiara plenamente no Senhor, agora via-se diante de uma encruzilhada. Em seus primeiros anos, ele demonstrara grande fé quando enfrentou o exército etíope, clamando: *”Senhor, para ti não há diferença entre ajudar o poderoso e o fraco. Ajuda-nos, ó Senhor, nosso Deus, pois em ti confiamos!”* (2 Crônicas 14:11). E o Senhor lhe concedera uma vitória esmagadora. Mas agora, anos depois, algo mudara.

Em vez de buscar o rosto do Senhor, Asa recorreu à sabedoria humana. Ele abriu os tesouros do templo e do palácio e enviou uma grande soma de prata e ouro a Ben-Hadade, rei da Síria, que habitava em Damasco. Com palavras astutas, Asa propôs uma aliança:

— *”Há aliança entre mim e ti, como houve entre meu pai e o teu. Eis que te envio prata e ouro; vai, pois, e rompe a tua aliança com Baasa, rei de Israel, para que ele se retire de mim.”*

Ben-Hadade, seduzido pelo ouro, concordou. Ele enviou seus capitães com poderosos exércitos contra as cidades de Israel, conquistando Ijom, Dã, Abel-Maim e todas as cidades-armazéns de Naftali. O ataque sírio foi tão devastador que Baasa foi forçado a abandonar a construção de Ramá e retirar-se para defender seu próprio território.

Assim, Asa conseguiu o que queria. Ele reuniu todo o Judá e ordenou que carregassem as pedras e a madeira que Baasa usara para fortificar Ramá, e com elas edificou Geba e Mizpá. A ameaça imediata havia sido afastada. Mas o que parecia uma vitória estratégica escondia uma grave falha espiritual.

### **A Repreensão do Profeta Hanani**

Pouco tempo depois, Hanani, o vidente, foi enviado por Deus ao rei Asa. O profeta era um homem de semblante austero, vestido com um manto simples, mas seus olhos ardiam com o fogo da verdade divina. Ele se postou diante do rei e falou com voz firme:

— *”Porque confiaste no rei da Síria e não confiaste no Senhor teu Deus, o exército do rei da Síria escapou das tuas mãos. Porventura, os etíopes e os líbios não eram um exército imenso, com muitíssimos carros e cavaleiros? Contudo, porque confiaste no Senhor, ele os entregou nas tuas mãos. Pois os olhos do Senhor passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele. Nisto procedeste loucamente, porque desde agora haverá guerras contra ti.”*

Asa, em vez de se humilhar, encheu-se de ira. O orgulho ferido queimava em seu peito. Ele ordenou que prendessem Hanani e o lançassem no cárcere, num lugar de trevas e grilhões. Além disso, começou a oprimir alguns do povo que ousavam questionar sua decisão.

### **O Declínio de Asa**

Nos anos seguintes, a palavra do profeta cumpriu-se. As guerras não cessaram, e o próprio corpo de Asa começou a fraquejar. No trigésimo nono ano de seu reinado, ele foi afligido por uma grave doença nos pés, possivelmente gangrena ou outra enfermidade debilitante. A dor era excruciante, e seus servos viam o sofrimento do rei aumentar a cada dia.

Mas, mesmo então, Asa não se voltou para o Senhor. Em vez disso, buscou apenas os médicos, confiando mais em suas ervas e unguentos do que no poder de Deus. Sua enfermidade piorou, e no quadragésimo primeiro ano de seu reinado, ele morreu.

O povo de Judá lamentou sua partida, pois, apesar de seus erros finais, Asa havia feito muito bem no início de seu reinado, removendo a idolatria e restaurando o culto ao verdadeiro Deus. Ele foi sepultado com honras em um túmulo que ele mesmo havia preparado na Cidade de Davi, e seu filho, Jeosafá, reinou em seu lugar.

### **A Lição para os Corações**

A história de Asa serve como um solene aviso. Ele começou bem, mas terminou mal. Sua confiança inicial em Deus foi substituída pela dependência de alianças humanas e força militar. Quando repreendido, escolheu a ira em vez do arrependimento.

Assim como os olhos do Senhor percorrem toda a terra em busca daqueles cujos corações são totalmente seus (2 Crônicas 16:9), Ele ainda hoje chama Seu povo a confiar nEle em todas as circunstâncias. Pois *”maldito é o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço”* (Jeremias 17:5), mas bendito é aquele que espera no Senhor e nEle põe a sua esperança.

Que o exemplo de Asa nos lembre: **a verdadeira vitória não vem das estratégias humanas, mas da humilde dependência de Deus.**

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