Bíblia em Contos

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A Culpa e a Restauração de Eliabe em Levítico 5 (49 caracteres)

**A Culpa e a Restauração: Uma História Baseada em Levítico 5**

O sol começava a se pôr sobre o acampamento de Israel, tingindo o céu de tons dourados e púrpuras. As tendas das doze tribos se estendiam por uma vasta planície, e o aroma de carne assada e pão fresco misturava-se ao ar fresco do deserto. No centro de tudo, erguia-se o Tabernáculo, com suas cortinas de linho fino e o altar de bronze reluzindo sob os últimos raios de luz. Era ali que o povo de Deus se aproximava para buscar perdão e reconciliação.

Entre os israelitas, havia um homem chamado Eliabe, da tribo de Judá. Ele era um tecelão habilidoso, conhecido por seus mantos coloridos e pelas cordas que fabricava para as tendas. No entanto, naquela tarde, seu coração estava pesado. Enquanto trabalhava na oficina, ele havia jurado em voz alta que não cometeria um erro em seu trabalho naquele dia, mas, ao revisar suas peças, percebeu que uma das cordas estava mal feita e poderia se romper com o tempo. Ele havia falhado.

Eliabe sabia que, segundo a Lei dada por Moisés, um juramento descuidado ou um pecado não intencional exigia reparação. O texto de Levítico 5 ecoava em sua mente: *”Quando alguém pecar, sendo testemunha de algo que viu ou soube, e não o denunciar, levará sobre si a sua culpa.”* Ele não havia mentido deliberadamente, mas sua negligência o condenava.

Com um suspiro profundo, Eliabe deixou sua tenda e caminhou em direção ao Tabernáculo. No caminho, passou por pastores que conduziam ovelhas para o redil e por mulheres que preparavam a última refeição do dia. Seus pés pareciam arrastar-se, carregados pelo peso da culpa.

Ao chegar ao pátio externo do santuário, ele viu o sacerdote Azarias, filho de Arão, vestido em suas roupas sagradas de linho branco, preparando-se para os sacrifícios da tarde. Eliabe aproximou-se com humildade e confessou:

— *”Pequei contra o Senhor. Jurei que meu trabalho estava perfeito, mas descobri um erro. Trago minha oferta pelo pecado.”*

Azarias olhou para ele com serenidade, acostumado a receber corações arrependidos. Ele sabia que, segundo a Lei, um pecado não intencional ainda exigia expiação.

— *”Trouxeste o que é exigido?”*

Eliabe acenou com a cabeça e estendeu um cordeiro sem defeito, que ele havia separado de seu pequeno rebanho. Era um animal jovem, de pelo macio e olhos tranquilos. Ele sabia que aquele sacrifício representava a justiça de Deus: o pecado exigia um preço, mas o Senhor, em Sua misericórdia, proveu um meio de perdão.

Azarias conduziu o ritual com cuidado. Ele colocou as mãos sobre a cabeça do cordeiro, transferindo simbolicamente a culpa de Eliabe para o animal inocente. Em seguida, com um golpe preciso, sacrificou a vítima e aspergiu parte do sangue ao redor do altar. O cheiro da carne queimando subiu ao céu como aroma agradável ao Senhor.

— *”Teu pecado foi perdoado”*, declarou Azarias. *”Agora, deves reparar o dano que causaste. Se alguém foi prejudicado por tua negligência, restituirás com um quinto a mais.”*

Eliabe concordou. Ele sabia que o perdão divino não anulava a responsabilidade humana. No dia seguinte, ele procurou o homem para quem havia feito a corda defeituosa e ofereceu não apenas uma nova, mas também compensação adicional.

Ao anoitecer, enquanto as estrelas começavam a cintilar no firmamento, Eliabe olhou para o Tabernáculo, onde o fogo do altar ainda brilhava. Ele entendeu, naquele momento, que a Lei não era apenas sobre punição, mas sobre graça. O sacrifício apontava para algo maior — um Redentor que um dia carregaria o pecado de todos de uma vez por todas.

E assim, com o coração aliviado e a consciência limpa, Eliabe voltou para sua tenda, grato por um Deus que não apenas exige santidade, mas também provê o caminho de volta para Ele.

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