**O Mistério da Plenitude: Uma Narrativa Baseada em Colossenses 1**

O sol nascia sobre a cidade de Colossos, banhando as ruas estreitas com um dourado celestial. Nas casas de taipa e nas praças onde os mercadores já começavam a montar suas barracas, um murmúrio de esperança percorria o ar. Naquela manhã, Epafras, um homem de semblante sereno e olhos cheios de convicção, reunira um pequeno grupo de crentes em uma casa simples, onde a luz entrava por entre as frestas da madeira. Ele segurava firmemente um pergaminho—uma carta enviada pelo apóstolo Paulo, que mesmo preso em Roma, continuava a guiar as igrejas com palavras inspiradas pelo Espírito.

—”Irmãos,” — Epafras começou, desenrolando o pergaminho com cuidado — “o apóstolo nos escreve verdades que elevam a alma e firmam os pés na rocha eterna.”

Os presentes se aproximaram, seus corações ardendo de expectativa. Entre eles estavam Lídia, uma viúva que servia aos pobres com fervor, e Demas, um jovem cuja fé ainda vacilava diante das filosofias que circulavam na cidade. Todos ansiosos para ouvir as palavras que trariam luz aos seus caminhos.

Epafras começou a ler, e sua voz ecoou com autoridade:

—”Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, aos santos e fiéis irmãos em Cristo que estão em Colossos…”

O silêncio se instalou, e o Espírito parecia pairar sobre eles enquanto as palavras ganhavam vida.

### **A Supremacia de Cristo**

—”Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vocês…” — continuou Epafras.

Lídia fechou os olhos, sentindo o peso da gratidão invadir seu coração. Ela lembrava-se de como, antes de conhecer a Cristo, sua vida era como um vaso vazio, buscando preenchimento em rituais e tradições humanas. Mas agora, a fé em Jesus a enchia de uma esperança viva.

—”Porque temos ouvido da sua fé em Cristo Jesus e do amor que vocês têm por todos os santos…” — a voz de Epafras suavizou-se, e Demas abaixou a cabeça, sentindo um leve tremor. Ele havia duvidado, questionando se Cristo era realmente suficiente diante dos ensinamentos dos filósofos gregos que prometiam sabedoria superior. Mas ali, naquelas palavras, havia uma autoridade diferente.

—”Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação…” — Epafras ergueu a voz, e os presentes sentiram um arrepio percorrer suas espinhas.

Demas olhou para o chão, imaginando o Cristo descrito—não apenas um homem, mas o próprio resplendor da glória divina. Ele era antes de todas as coisas, e Nele tudo subsistia. Como poderia qualquer filosofia humana comparar-se Àquele que sustentava o universo com a palavra do Seu poder?

### **A Reconciliação pela Cruz**

—”E vocês, que antes estavam estranhos e inimigos no entendimento pelas obras más, agora Ele reconciliou no corpo da Sua carne, pela morte…” — Epafras fez uma pausa, e Lídia enxugou uma lágrima.

Ela se lembrava da escuridão que um dia a envolvera—o pecado, a culpa, a separação de Deus. Mas a cruz de Cristo rompera as correntes. Não por mérito seu, mas pelo sangue derramado.

Demas apertou as mãos, conflituoso. Ele nunca havia entendido plenamente o significado da cruz. Para ele, parecia apenas um evento trágico. Mas agora, as palavras de Paulo revelavam uma verdade mais profunda: a reconciliação não era apenas uma ideia, mas um ato poderoso de Deus.

—”Para apresentá-los santos, irrepreensíveis e inculpáveis perante Ele…” — Epafras sorriu, e os olhos de Demas se encheram de lágrimas. Ele finalmente compreendia—não havia nada que pudesse acrescentar à obra completa de Cristo.

### **O Ministério de Paulo e a Esperança da Glória**

—”Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês…” — Epafras continuou, e todos lembraram das notícias que chegavam sobre as prisões e perseguições que Paulo enfrentava. Mesmo assim, sua alegria transbordava.

Lídia sentiu um novo ânimo. Se Paulo podia regozijar-se no sofrimento, ela também podia suportar as dificuldades, sabendo que Cristo era sua esperança de glória.

—”O mistério que esteve oculto dos séculos, mas que agora foi manifestado aos Seus santos…” — Epafras ergueu as mãos, e um murmúrio de admiração correu pelo grupo.

Demas finalmente entendeu. O evangelho não era apenas mais uma filosofia—era o próprio segredo revelado: Cristo em nós, a esperança da glória. Ele não estava sozinho em sua jornada. O Salvador vivo habitava nele, transformando-o de dentro para fora.

### **O Chamado à Firmeza**

—”Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, assim também andem Nele…” — Epafras encerrou a leitura, e um silêncio sagrado preencheu o ambiente.

Lídia levantou-se, seu rosto resplandecendo.

—”Irmãos, não há nada maior do que conhecer a Cristo. Ele é tudo!”

Demas, com o coração finalmente em paz, concordou. Não havia mais dúvidas. As filosofias vazias não poderiam competir com a plenitude que estava em Jesus.

E assim, naquela manhã em Colossos, a carta de Paulo não apenas trouxe ensinamento—ela trouxe revelação. E cada um dali saiu não apenas com palavras na mente, mas com Cristo no coração, o mistério glorioso que os unia para sempre ao Pai.

**Fim.**