Bíblia em Contos

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Bíblia

Here’s a concise and engaging title in Brazilian Portuguese (under 100 characters, without symbols or quotes): **O Círculo Sem Fim: Reflexões de Salomão em Eclesiastes** (Alternative, shorter option if needed: **Eclesiastes: O Lamento de Salomão**) Let me know if you’d like any adjustments!

**O Círculo Vazio: Uma Narrativa Baseada em Eclesiastes 1**

O sol já se punha sobre Jerusalém, lançando sombras douradas sobre as muralhas da cidade. Salomão, o rei outrora sábio, agora curvado sob o peso dos anos, assentou-se em seu jardim real, onde as videiras se entrelaçavam aos cedros. Seus olhos, outrora cheios de discernimento, agora pareciam turvos, como se enxergassem além do visível. Ele pegou um rolo de pergaminho e, com mãos trêmulas, começou a escrever:

*”Palavras do Pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.”*

O vento soprava suavemente, carregando o aroma das romãzeiras, mas Salomão não se deleitava mais com tais coisas. Ele via o mundo como um grande ciclo sem fim, um labirinto de repetições que não levavam a lugar algum.

*”Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.”*

Ele ergueu os olhos para o horizonte, onde o sol mergulhava atrás dos montes. Amanhã, ele sabia, o mesmo sol se levantaria, correria sua carreira cansativa e se poria novamente, sem nada mudar. *”Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?”*

Seus pensamentos voltaram-se para os rios que nunca cessavam de correr. O Jordão, que ele conhecia tão bem, despejava suas águas no Mar Salgado, e ainda assim o mar nunca se enchia. As águas evaporavam, subiam aos céus, e voltavam como chuva, apenas para correrem novamente. Um ciclo eterno, sem propósito.

Até o vento, que agora acariciava seu rosto, soprava para o sul, depois para o norte, girando em redemoinhos intermináveis. *”Todas as coisas são fatigantes, mais do que se pode expressar.”*

Salomão fechou os olhos, lembrando-se de sua juventude, quando a sabedoria lhe fora dada como um dom divino. Ele havia investigado tudo: construído palácios, ajuntado riquezas, composto cantares, buscado prazeres. Mas agora, no crepúsculo de sua vida, tudo lhe parecia como correr atrás do vento.

*”O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.”*

Ele olhou para as gerações passadas—os homens que haviam construído, conquistado, amado e morrido. E as gerações futuras? Fariam o mesmo, apenas para serem esquecidas. A terra permaneceria, impassível, testemunhando o eterno retorno das mesmas histórias.

Até mesmo a sabedoria, outrora seu orgulho, agora lhe parecia um fardo. *”Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.”*

O rei suspirou, sentindo o peso de suas palavras. Ele não blasfemava contra Deus—não, ele ainda cria no Eterno, no Criador que governava todas as coisas. Mas reconhecia que, sem Ele, a vida era um sopro, uma sombra passageira.

E assim, sob o céu escurecido de Jerusalém, Salomão concluiu seu lamento:

*”Vaidade de vaidades, tudo é vaidade.”*

Mas em seu coração, uma centelha de esperança ainda ardia—pois se tudo sob o sol era vão, talvez a resposta estivesse além dele, no próprio Deus que dava sentido ao que parecia sem sentido.

E com essa quieta resignação, o Pregador guardou o rolo, enquanto as estrelas começavam a cintilar no firmamento, testemunhas silenciosas do eterno ciclo dos dias.

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