Bíblia em Contos

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O Encontro Transformador: Jesus e a Mulher Samaritana

**O Encontro no Poço: A Mulher de Samaria e Jesus**

O sol escaldante do meio-dia lançava seus raios impiedosos sobre a terra árida de Sicar, uma região montanhosa da Samaria. A brisa, quando existia, trazia consigo apenas o pó seco das estradas, levantando pequenos redemoinhos que logo se dissipavam no ar. Era justamente nessa hora, quando o calor era mais intenso, que uma mulher samaritana decidiu ir ao poço de Jacó buscar água.

Ela evitava as horas em que as outras mulheres da cidade costumavam ir, preferindo o silêncio opressivo do calor ao murmúrio de comentários maldosos que a seguiam. Seus passos eram rápidos, mas cansados, como se carregasse um peso invisível. A cântara vazia balançava em seu braço, e o véu que cobria seu rosto não escondia completamente a expressão de desânimo em seus olhos.

Quando chegou ao poço, surpreendeu-se ao ver um homem sentado à beira da fonte, como se a esperasse. Ele era claramente um judeu, vestido com roupas simples, mas havia algo em sua postura que a fez hesitar. Os judeus desprezavam os samaritanos, considerando-os impuros, e jamais compartilhariam sequer um copo de água com eles. Ainda assim, ali estava ele, olhando para ela com uma expressão que não era de julgamento, mas de uma serenidade profunda.

Antes que ela pudesse encher seu cântaro, o homem falou:

— **Dá-me de beber.**

A voz dele era calma, mas firme. A mulher recuou um passo, surpresa.

— **Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?** — respondeu, com um misto de desconfiança e curiosidade.

O homem — que ela ainda não sabia ser Jesus — olhou para ela com um sorriso suave.

— **Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.**

A mulher franziu a testa. Água viva? Ela olhou para o poço fundo, onde a água parada refletia fracamente a luz do sol.

— **Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu maior do que Jacó, nosso pai, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu, e seus filhos, e seu gado?**

Jesus inclinou-se um pouco para frente, como se estivesse compartilhando um segredo.

— **Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.**

Os olhos da mulher se iluminaram por um instante, mas depois se turvaram de ceticismo. Aquelas palavras eram belas, mas como poderiam ser verdade?

— **Senhor, dá-me dessa água, para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui tirá-la.**

Jesus então fixou nela um olhar penetrante, como se lesse sua alma.

— **Vai, chama teu marido e vem cá.**

Ela baixou os olhos, sentindo um nó na garganta.

— **Não tenho marido.**

— **Disseste bem: ‘Não tenho marido’, porque cinco maridos já tiveste, e o que agora tens não é teu marido. Nisso disseste a verdade.**

O coração da mulher pareceu parar por um instante. Como ele sabia? Ninguém ali conhecia sua história por completo, e mesmo que soubessem, não a tratariam com essa calma. Ela sentiu um frio percorrer sua espinha, apesar do calor.

— **Senhor, vejo que és profeta.** — respondeu, tentando desviar o assunto. — **Nossos pais adoraram neste monte, mas vós, judeus, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.**

Jesus não se perturbou com a mudança de assunto. Em vez disso, respondeu com uma verdade que ela nunca havia ouvido antes:

— **Mulher, crê em mim: a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.**

A mulher ficou em silêncio, as palavras ecoando em sua mente. Nunca ninguém lhe falara assim. Não eram ensinamentos decorados, nem disputas religiosas vazias. Era algo vivo, algo que tocava seu coração.

— **Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.** — disse ela, quase num sussurro.

Então Jesus, com uma simplicidade que a deixou sem fôlego, declarou:

— **Eu o sou, eu que falo contigo.**

Nesse momento, os discípulos de Jesus chegaram, surpresos ao vê-lo conversando com uma mulher samaritana, mas nenhum deles ousou questioná-lo. A mulher, por sua vez, deixou seu cântaro ali mesmo, esquecendo-se completamente da água que viera buscar.

— **Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura, não é este o Cristo?** — exclamou ela, correndo de volta para a cidade, sua voz carregada de uma alegria que há muito não sentia.

Muitos samaritanos creram nela e foram até Jesus. Quando o encontraram, pediram que ele ficasse com eles, e ele permaneceu ali dois dias, ensinando e revelando a verdade. Ao final, muitos disseram à mulher:

— **Já não é pelo que disseste que cremos, mas porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.**

E assim, naquele poço onde outrora Jacó saciara sua sede física, Jesus saciou a sede espiritual de uma mulher quebrada, transformando sua vida e a de muitos samaritanos. A água viva que ele oferecera não era apenas para um, mas para todos que cressem nele.

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tendas destes homens perversos! Não toquem em nada que pertença a eles, para que vocês não sejam levados junto com todos os pecados deles. Então eles se afastaram das tendas de Corá, Datã e Abirão. Datã e Abirão tinham saído e estavam em pé à entrada de suas tendas, junto com suas mulheres, filhos e pequenos. Então Moisés disse: Isto é o que o Senhor ordenou: saibam que o Senhor enviou-me a fazer todas essas obras, porque eu não as fiz de mim mesmo. Se estes homens morrerem da maneira que morrem todos os homens, ou se lhes acontecer o que acontece a todos os homens, então o Senhor não me enviou. Mas se o Senhor cria uma nova coisa, e a terra abre a sua boca e os engole, com tudo o que pertence a eles, para que desçam vivos ao Sheol, então saberão que esses homens desprezaram o Senhor. E aconteceu que, assim que ele terminou de falar todas estas palavras, a terra que estava sob eles se abriu. E a terra abriu a sua boca e engoliu-os e às suas casas, e todos os homens que pertenciam a Corá e todos os bens. E eles e tudo o que pertencia a eles desceram vivos ao Sheol, e a terra os cobriu; e eles pereceram do meio da congregação. E todo o Israel que estava ao redor deles fugiu ao grito deles, porque eles disseram: Para que a terra não nos engula! E saiu fogo do Senhor e consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam incenso. O Senhor então disse a Moisés: Diga a Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, que ele retire os incensários do meio da chama, porque eles são sagrados, e espalhe o fogo à distância. Os incensários dos homens que pecaram contra a própria vida deles devem ser feitos em folhas de metal batido, como cobertura para o altar, porque eles os ofereceram diante do Senhor, então eles são sagrados. Eles devem ser um sinal para os filhos de Israel. Então Eleazar, o sacerdote, pegou os incensários de bronze, que aqueles que tinham sido queimados haviam oferecido, e os bateu para fazer uma cobertura para o altar, para ser um memorial para os filhos de Israel, para que nenhum homem comum, que não é da descendência de Arão, venha a oferecer incenso diante do Senhor, para não ser como Corá e sua companhia; assim como o Senhor havia dito a ele por meio de Moisés. Mas no dia seguinte, toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vocês mataram o povo do Senhor! Quando a congregação se reuniu contra Moisés e Arão, eles se voltaram para a Tenda do Encontro; e eis que a nuvem a cobriu, e a glória do Senhor apareceu. Moisés e Arão vieram diante da Tenda do Encontro. O Senhor disse a Moisés: Saia do meio desta congregação, para que eu possa destruí-los num instante. E eles caíram com o rosto em terra. E Moisés disse a Arão: Tome o seu incensário e coloque fogo nele do altar, ponha incenso sobre ele e leve-o depressa à congregação e faça expiação por eles, porque a ira saiu da presença do Senhor; a praga começou. Arão, como Moisés havia dito, correu para o meio da congregação; e eis que a praga havia começado entre o povo. Então ele colocou incenso sobre ele e fez expiação pelo povo. Ele permaneceu assim entre os mortos e os vivos, e a praga cessou. Aqueles que morreram em praga foram catorze mil e setecentos, não contando os que morreram por causa de Corá. E Arão voltou a Moisés, à entrada da Tenda do Encontro, porque a praga havia cessado. Title: Corá e a Revolta das 250 Brasas: Asoberba e a Ira Divina