**O Amor Inabalável de Deus**
No reino de Israel, nos dias em que o pecado do povo havia se multiplicado como as areias do mar, o Senhor falou ao profeta Oséias com palavras que ecoavam como trovão e brisa ao mesmo tempo:
— *Quando Israel era criança, Eu o amei. Do Egito chamei o Meu filho.*
Era verdade. Antigamente, Israel fora como um menino frágil, escravizado no Egito, gemendo sob o chicote dos opressores. Mas o Senhor ouvira seus clamores e, com mão forte e braço estendido, os libertara. Como um pai que ensina o filho a caminhar, Deus os conduzira pelo deserto, alimentando-os com maná, saciando-lhes a sede com água da rocha.
Mas agora, Israel se esquecera de Seu amor.
Os altares a Baal se espalhavam como ervas daninhas. Sacrifícios a ídolos mudos eram oferecidos nos montes, sob cada árvore frondosa. O povo, em vez de se voltar para Aquele que o resgatara, corria atrás de alianças com nações estrangeiras, buscando segurança nos exércitos da Assíria, como se um rei humano pudesse protegê-los melhor que o Rei dos céus.
O coração de Deus doía.
— *Quanto mais Eu os chamava, mais se afastavam de Mim. Ofereciam sacrifícios aos Baalins e queimavam incenso aos ídolos.*
Oséias via a dor do Senhor como um amor ferido. Israel era como um filho ingrato, que rejeitava os braços abertos do pai. Mas mesmo assim, o coração divino não conseguia abandoná-los.
— *Como poderia Eu entregar-te, ó Efraim? Como poderia Eu deixar-te à mercê, ó Israel? Meu coração está perturbado dentro de Mim; as Minhas entranhas se comovem.*
Era como se uma tempestade de emoções sacudisse o próprio céu. A justiça exigia punição, mas o amor suplicava misericórdia.
— *Não agirei segundo a Minha ira ardente. Não destruirei Efraim outra vez, porque Eu sou Deus e não homem. Sou o Santo no meio de ti, e não vim para exterminar.*
Então, o Senhor anunciou que, embora Israel fosse levado cativo pela Assíria, um dia Ele os traria de volta. Não porque merecessem, mas porque Seu amor era maior que sua infidelidade.
— *Rugirei como leão, e os Meus filhos virão tremendo do ocidente. Como aves, voarão do Egito; como pombas, da terra da Assíria. E Eu os farei habitar em suas casas.*
Oséias contemplou a visão: um dia, o povo arrependido voltaria, chorando como o filho pródigo, e Deus, como um Pai amoroso, os receberia de braços abertos.
Pois o amor do Senhor não era como o dos homens, que se esfria com a traição. Era um fogo que não se apagava, um rio que não secava.
E Israel, mesmo rebelde, ainda era Seu filho amado.