**O Sábio e o Insensato: Uma História Baseada em Provérbios 21**
Na antiga cidade de Jerusalém, sob o reinado do justo rei Ezequias, viviam dois homens cujas vidas ilustravam perfeitamente os ensinamentos de Provérbios 21. De um lado, havia Tobias, um homem rico e orgulhoso, conhecido por sua astúcia nos negócios, mas também por seu coração endurecido. Do outro, estava Jônatas, um comerciante humilde que temia ao Senhor e buscava viver com integridade.
Tobias habitava uma mansão de mármore, adornada com tapeçarias caríssimas e mobília finíssima. Seus celeiros transbordavam de trigo, azeite e vinho, frutos não apenas de seu trabalho, mas também de sua ganância. Ele não hesitava em usar medidas falsas para enganar os pobres, aumentando seus lucros à custa dos necessitados. “O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos” (Provérbios 21:1), mas Tobias acreditava que seu sucesso vinha apenas de sua própria sabedoria.
Certo dia, um grupo de camponeses chegou à sua porta, implorando por ajuda. Uma seca devastadora havia arruinado suas colheitas, e muitas famílias passavam fome. “Senhor Tobias”, suplicou um deles, “empreste-nos um pouco de grão até que possamos colher novamente. Prometemos pagar assim que pudermos.” Tobias riu com desdém. “Por que eu ajudaria vocês? O mundo pertence aos espertos. Se não têm comida, trabalhem mais!” E fechou-lhes a porta.
Enquanto isso, Jônatas, embora não fosse tão rico quanto Tobias, mantinha seu coração voltado para Deus. Ele possuía uma pequena loja de tecidos no mercado e, mesmo com pouco, sempre separava uma parte de seus ganhos para ajudar os pobres. Sua esposa, Ana, costumava dizer: “Filho, é melhor um prato de legumes com amor do que um boi cevado com ódio” (Provérbios 21:9). E ele vivia por essa verdade.
Quando os mesmos camponeses chegaram à sua loja, Jônatas não apenas lhes deu alimento, mas também ofereceu trabalho temporário para que pudessem sustentar suas famílias. “Deus me abençoou para que eu possa abençoar outros”, dizia ele.
Não muito tempo depois, uma grande tempestade atingiu Jerusalém. As chuvas torrenciais inundaram as ruas, e um deslizamento de terra destruiu parte da cidade, incluindo a mansão de Tobias. Seus celeiros, cheios de grãos apodrecidos pela umidade, tornaram-se inúteis. Ele, que nunca confiara em ninguém, agora não tinha amigos para ajudá-lo.
Jônatas, porém, mesmo tendo perdido parte de seu estoque, foi sustentado pela comunidade que ele mesmo havia ajudado. Os camponeses que trabalharam para ele voltaram, não para pedir, mas para oferecer ajuda. “Quem segue a justiça e a lealdade encontra vida, prosperidade e honra” (Provérbios 21:21).
Arrependido, Tobias caiu de joelhos e clamou a Deus por misericórdia. Aos poucos, ele começou a reconstruir sua vida, não mais como um homem egoísta, mas como alguém que aprendera a temer ao Senhor.
Assim, a sabedoria de Provérbios 21 se cumpriu mais uma vez: “Os sacrifícios dos ímpios são abomináveis; quanto mais quando oferecidos com más intenções!” (Provérbios 21:27). Tobias descobriu que riquezas sem retidão são vaidade, enquanto Jônatas provou que “o justo dá sem esmorecer” (Provérbios 21:26).
E assim, na cidade de Jerusalém, todos aprenderam que “não há sabedoria, nem discernimento, nem conselho que possa prevalecer contra o Senhor” (Provérbios 21:30). Pois Deus governa os corações dos homens, e só em Sua vontade há verdadeira prosperidade.