Bíblia em Contos

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Bíblia

Here’s a concise and engaging title in Brazilian Portuguese (under 100 characters, no symbols or quotes): **A Compra do Campo de Jeremias: Fé em Meio à Ruína** (98 characters, including spaces) Alternative (shorter): **Jeremias Compra um Campo: Fé na Promessa** (50 characters) Both options capture the essence of the story—Jeremiah’s faithful act as a sign of hope amid judgment—while staying within the limit. Let me know if you’d like any adjustments!

**A Fé de Jeremias e a Compra do Campo em Anatote**

No décimo ano do reinado de Zedequias, rei de Judá, que também era o décimo oitavo ano do reinado de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Jerusalém estava cercada pelos exércitos caldeus. A cidade gemia sob o peso do cerco, a fome se alastrava entre o povo, e o desespero tomava conta dos corações. O profeta Jeremias, homem de Deus, estava preso no pátio da guarda, no palácio real, pois havia profetizado a queda de Jerusalém e a vitória de Nabucodonosor—palavras que Zedequias e seus príncipes não queriam ouvir.

Foi então que o Senhor falou a Jeremias:

— Eis que Hanameel, filho de Salum, teu tio, virá a ti dizendo: ‘Compra o meu campo que está em Anatote, pois tens o direito de resgate para o comprares’.

E aconteceu como o Senhor dissera. Hanameel veio até Jeremias no pátio da guarda e lhe fez a proposta. Jeremias, reconhecendo que aquilo era a voz de Deus, não hesitou. Sabia que Anatote, sua terra natal, estava prestes a ser tomada pelos babilônios, que já dominavam a região. Comprar um campo em meio à guerra parecia loucura, mas Jeremias confiava na palavra do Senhor.

Com solenidade, Jeremias pesou a prata—dezessete siclos de prata—e assinou o contrato diante de testemunhas. O documento foi selado em duplicata: uma cópia aberta, para consulta, e outra selada, para preservação. Tudo foi feito conforme a lei, com a presença de Baruque, seu fiel escriba, e outras testemunhas que observavam atentamente.

Antes de entregar o documento a Baruque para guarda, Jeremias orou ao Senhor no pátio da guarda, sob o olhar perplexo dos soldados. Ele clamou:

— Ah, Senhor Deus! Eis que tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido. Nada é demasiado difícil para ti! Tu mostras misericórdia a milhares, mas também retribuís a iniquidade dos pais no seio dos filhos. Grande és em conselho e poderoso em obras!

Jeremias relembrou a fidelidade de Deus ao guiar Israel desde o Egito, mas também reconheceu que a desobediência do povo havia trazido juízo. Agora, Jerusalém seria entregue aos caldeus. Mas então, por que comprar um campo em Anatote, se logo tudo seria destruído?

O Senhor respondeu ao profeta:

— Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne. Haveria coisa alguma difícil demais para mim? Portanto, assim diz o Senhor: Eis que eu entregarei esta cidade nas mãos dos caldeus e de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e ele a tomará. Mas no futuro, diz o Senhor, comprar-se-ão casas, campos e vinhas nesta terra outra vez.

A compra do campo não era um ato de tolice, mas um sinal de esperança. Ainda que o juízo viesse, Deus não abandonaria seu povo para sempre. Um dia, Ele os traria de volta, e a terra voltaria a ser cultivada, as cidades reconstruídas. Aquele documento selado era uma promessa material da restauração futura.

Jeremias, então, entregou os documentos a Baruque, dizendo:

— Toma estes registros, este livro da compra, tanto o selado como o aberto, e coloca-os num vaso de barro, para que se conservem muitos dias. Pois assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Ainda se comprarão casas, campos e vinhas nesta terra.

E assim, em meio ao caos da guerra, Jeremias agiu em fé. Enquanto os muros de Jerusalém tremiam sob o impacto dos aríetes babilônicos, enquanto o povo murmurava de desespero, o profeta investiu no futuro invisível, confiando na promessa de Deus.

Aquele ato simbolizava uma verdade eterna: mesmo quando tudo parece perdido, o Senhor tem um plano de redenção. Os campos devastados seriam replantados, as ruínas, reconstruídas. Porque para Deus, não há impossíveis.

E assim, Jeremias esperou, não em vão, mas na certeza de que a última palavra sempre pertence ao Senhor.

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