**A Celebração da Dedicação dos Muros de Jerusalém**
Era um dia de júbilo em Jerusalém. O sol brilhava intensamente sobre as pedras recém-colocadas dos muros da cidade, que agora se erguiam firmes e imponentes, testemunhas silenciosas do poder e da fidelidade de Deus. Neemias, o governador, olhava com satisfação para a obra concluída, mas sabia que o trabalho não terminara ali. Era hora de consagrar tudo ao Senhor, de reunir o povo em uma grande celebração de gratidão e adoração.
Conforme as instruções dadas por Deus, Neemias convocou os levitas, os sacerdotes e todos os líderes de Judá para organizarem uma cerimônia solene. Os cantores, descendentes de Asafe, vestiram suas túnicas brancas e prepararam seus instrumentos: címbalos, harpas e liras. Os sacerdotes, com suas vestes sagradas, purificaram-se ritualmente, pois ninguém poderia comparecer diante do Senhor sem santidade.
Dois grandes coros foram formados. O primeiro, liderado por Esdras, o escriba, posicionou-se no topo do muro, ao sul, próximo à Porta do Monturo. O segundo, guiado pelo próprio Neemias, colocou-se na direção oposta, sobre a Porta do Vale. Entre eles, espalhavam-se sacerdotes com trombetas, prontos para soar o chamado sagrado. O povo se aglomerava nas ruas, nas praças e nos terraços, ansioso para participar daquele momento histórico.
Então, ao sinal dado, os dois coros começaram a cantar em uníssono, suas vozes ecoando pelas colinas de Jerusalém:
— *Louvai ao Senhor, porque Ele é bom; porque a Sua misericórdia dura para sempre!*
As trombetas dos sacerdotes ressoaram, misturando-se aos cânticos, enquanto os dois grupos avançavam lentamente sobre os muros, um em direção ao outro. As palavras dos salmos enchia o ar, e muitos choravam, lembrando-se de como, anos antes, aqueles mesmos muros estavam em ruínas, e o povo, humilhado. Mas Deus os restaurara!
Quando os dois coros finalmente se encontraram no Templo do Senhor, a emoção tomou conta de todos. Sacrifícios de ação de graças foram oferecidos, e a fumaça dos holocaustos subia ao céu como um aroma agradável ao Senhor. O povo se alegrava tanto que seus gritos de louvor podiam ser ouvidos de longe.
Naquele dia, não houve tristeza, apenas gratidão. As famílias se reuniram para banquetes, partilhando pão, vinho e azeite, enquanto os levitas supervisionavam os dízimos e ofertas, garantindo que os sacerdotes e cantores fossem sustentados conforme a Lei.
E assim, Jerusalém não apenas recuperara seus muros físicos, mas também sua identidade espiritual. O povo renovara seu compromisso com Deus, e Neemias, olhando para tudo aquilo, sorriu. Sabia que, enquanto permanecessem fiéis, o Senhor continuaria a abençoá-los.
E o eco daquele louvor permaneceu na cidade por muitos dias, como um lembrete de que, quando o povo de Deus se une em adoração, até as pedras clamam em alegria.