**O Poder do Nome de Jesus e a Coragem dos Apóstolos**

Na cidade de Jerusalém, o sol da manhã já banhava as estreitas ruas de pedra com sua luz dourada, enquanto o templo se enchia de fiéis que vinham orar. Entre eles, Pedro e João subiam os degraus do Pórtico de Salomão, onde costumavam ensinar sobre Jesus. O ar estava impregnado do cheiro de incenso e do murmúrio das orações, mas algo extraordinário estava prestes a acontecer.

Naquele mesmo lugar, dias antes, um homem coxo de nascença, que todos os dias era carregado até a porta do templo chamada Formosa para pedir esmolas, fora curado pelo poder do nome de Jesus. A notícia desse milagre se espalhara como fogo, e agora os principais sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, perturbados com o que ouviam, mandaram prender os dois apóstolos.

Antes que o sol se pusesse, Pedro e João já estavam encarcerados, mas isso não os impediu de proclamar a verdade. Na manhã seguinte, os líderes religiosos reuniram-se no Sinédrio, a mais alta corte judaica. As paredes de pedra da sala ecoavam com o som de vozes severas. Anás, o sumo sacerdote, Caifás, João e Alexandre, todos da linhagem sacerdotal, fitaram os apóstolos com olhos penetrantes.

— Com que poder ou em nome de quem vocês fizeram isso? — interrogou um deles, referindo-se à cura do coxo.

Pedro, cheio do Espírito Santo, ergueu a voz com uma coragem que vinha do céu:

— Líderes do povo e autoridades de Israel, se hoje somos interrogados por termos feito um bem a um enfermo e por isso ele foi curado, saibam todos vocês e todo o povo de Israel que foi pelo nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vocês crucificaram, mas a quem Deus ressuscitou dos mortos, que este homem está curado diante de vocês!

O silêncio tomou conta da sala. Os rostos dos sacerdotes se contorceram de indignação, mas não podiam negar o milagre. O homem que fora coxo estava ali, de pé, ao lado dos apóstolos, testemunhando com seu próprio corpo o poder de Jesus.

Os líderes começaram a cochichar entre si, perplexos. Reconheciam que Pedro e João eram homens simples, sem instrução formal, mas a ousadia deles era inegável. E mais: sabiam que esses homens haviam estado com Jesus.

— O que faremos com eles? — murmuravam.

Decidiram então ameaçá-los, ordenando-lhes que nunca mais falassem ou ensinassem em nome de Jesus. Mas Pedro e João, firmes, responderam:

— Julguem vocês mesmos se é justo, aos olhos de Deus, obedecer a vocês e não a Deus. Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos.

Os sacerdotes, sem saber como puni-los por causa do povo, que glorificava a Deus pelo milagre, apenas os soltaram com novas ameaças.

Ao saírem, Pedro e João voltaram para os outros discípulos e relataram tudo. Unidos em oração, eles clamaram a Deus, não por proteção, mas por mais ousadia para pregar a Palavra. O lugar onde estavam tremeu, e todos foram cheios do Espírito Santo, anunciando com intrepidez a mensagem de Cristo.

Enquanto isso, a comunidade dos crentes vivia em profunda união. Ninguém considerava suas posses como próprias, mas tudo era compartilhado. Os apóstolos testemunhavam com grande poder a ressurreição do Senhor Jesus, e a graça estava sobre todos eles.

E assim, mesmo diante das ameaças, a Igreja crescia, sustentada pelo nome que é acima de todo nome: Jesus Cristo, o Salvador do mundo.