**O Chamado à Beira do Mar da Galileia**
O sol nascia sobre as colinas da Galileia, tingindo o céu de tons dourados e avermelhados, enquanto as águas do mar da Galileia brilhavam como espelhos sob a luz da manhã. A brisa suave trazia o cheiro de peixe e algas, e os pescadores já estavam em suas tarefas diárias, lançando e recolhendo suas redes com movimentos precisos, herdados de gerações. Entre eles estavam Simão e seu irmão André, homens calejados pelo trabalho, cujas mãos calejadas contavam histórias de noites inteiras de labuta e dias de pouca recompensa.
Naquele mesmo dia, um homem chamado Jesus, cuja fama já começava a se espalhar pelas aldeias vizinhas, caminhava pela margem do mar. Seus olhos, cheios de autoridade e compaixão, fixaram-se nos dois irmãos. Ele não era um estranho para eles—André havia ouvido João Batista proclamar que Jesus era o Cordeiro de Deus, e Simão já ouvira rumores sobre esse pregador que operava sinais e maravilhas.
Então, Jesus parou à beira da água e, com uma voz que ecoou como o chamado do próprio céu, disse:
—**Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens.**
As palavras caíram como uma ordem divina, mas também como um convite irresistível. Simão sentiu um calafrio percorrer sua espinha, como se algo antigo e sagrado estivesse sendo despertado dentro dele. André olhou para o irmão, e, sem trocar uma única palavra, ambos sabiam o que deviam fazer.
Com um gesto resoluto, deixaram cair as redes na areia. As linhas embaraçadas, os barcos balançando suavemente na água, tudo ficou para trás. Não houve hesitação, não houve questionamento. Algo naquele homem—naquela voz—os convocava para muito mais do que uma vida de pesca.
Pouco adiante, Jesus avistou outros dois irmãos: Tiago e João, filhos de Zebedeu. Eles estavam consertando as redes em seu barco, ajudados por seu pai, cujo rosto estava marcado pelos anos de trabalho duro. Jesus os chamou da mesma forma, e imediatamente eles se levantaram, deixando até mesmo seu pai com os empregados no barco.
A decisão foi rápida, mas o impacto seria eterno. Aqueles homens não estavam apenas trocando um ofício por outro—estavam sendo recrutados para uma missão que mudaria o mundo. Jesus os levaria não mais para águas profundas em busca de peixes, mas para os corações da humanidade, pescando almas para o Reino de Deus.
E assim, com os primeiros discípulos a seu lado, Jesus partiu para Cafarnaum, onde começaria a proclamar as boas-novas com poder e autoridade, expulsando demônios, curando enfermos e anunciando que o Reino dos Céus havia chegado.
A jornada apenas começava, mas o chamado à beira do mar da Galileia ecoaria por toda a história—um convite que ainda ressoa hoje: **”Sigam-me.”**