**A Profecia Contra Tiro: A Queda da Cidade Orgulhosa**
O sol poente lançava seus últimos raios dourados sobre as águas do Mediterrâneo, iluminando os imponentes navios de Tiro, que cortavam as ondas como gigantes adornados de velas púrpuras. A cidade, erguida sobre uma ilha rochosa, era um espetáculo de riqueza e poder. Seus muros altivos refletiam a luz do crepúsculo, enquanto o burburinho dos mercadores enchiam os portos, onde ouro, prata, sedas e especiarias de todas as nações eram negociados. Tiro era a rainha dos mares, orgulhosa de sua glória, certa de que seu esplendor jamais se apagaria.
Mas nos céus, o Senhor dos Exércitos observava, e Sua voz ecoou como trovão através do profeta Isaías:
**”Uivai, navios de Tarsis, porque vosso porto está desolado! Da terra de Chipre vos foi revelado: não há mais moradores em Tiro. Calai-vos, habitantes da costa, vós que os mercadores de Sidom, atravessando o mar, enriqueceram!”**
A profecia começou a se cumprir quando os exércitos da Assíria, como um enxame de gafanhotos vorazes, avançaram sobre as cidades costeiras. Sidom, irmã de Tiro, caiu primeiro, e seus sobreviventes fugiram para a ilha fortificada, levando consigo histórias de horror. Mas os tirios, confiantes em suas muralhas inexpugnáveis e em sua frota poderosa, riram-se das ameaças.
**”Envergonhai-vos, Sidom, pois o mar, a fortaleza dos mares, falou: ‘Nunca tive dores de parto, nem dei à luz; nunca criei jovens, nem eduquei virgens!'”**
E o Senhor permitiu que Nabucodonosor, rei da Babilônia, erguesse seu cetro contra Tiro. Por treze longos anos, os babilônios sitiaram a cidade-ilha, mas suas muralhas resistiam. Os navios tirios mantinham suprimentos fluindo, e o orgulho da cidade permanecia intacto. Até que, finalmente, as muralhas se renderam à persistência do cerco. Os babilônios invadiram, saqueando templos e palácios, reduzindo a glória de Tiro a cinzas.
**”Quando a notícia chegar ao Egito, eles se contorcerão de dor ao ouvirem falar de Tiro.”**
Os mercadores que antes se curvavam diante da riqueza da cidade agora a evitavam, temendo seu destino. As nações que dependiam de seu comércio choraram sua queda, pois Tiro não era apenas uma cidade—era o coração do comércio mundial.
Mas o Senhor, em Sua soberania, declarou:
**”Tiro será esquecida por setenta anos, como os dias de um rei. Depois disso, ela retornará às suas práticas mercantis e se prostituirá com todos os reinos da terra.”**
E assim aconteceu. Passadas sete décadas, Tiro ressurgiu, reconstruída, seus navios voltando a navegar. Mas nunca mais recuperou seu antigo esplendor. Seu orgulho fora quebrado, e sua glória, dissipada como a espuma das ondas.
E o povo de Deus compreendeu: **”O Senhor dos Exércitos planejou isso, para profanar a soberba de toda glória, para humilhar todos os honrados da terra.”**
Pois o Altíssimo abate os que confiam em sua própria força, mas exalta os que se humilham diante dEle. E assim, a história de Tiro tornou-se um aviso eterno—um canto fúnebre para os que dizem em seus corações: **”Eu sou, e fora de mim não há outro.”**