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Queda de Jerusalém: Lamento e Desolação (96 caracteres)

**A Queda de Jerusalém: Uma Lamentação Profunda**

Era uma vez, em um tempo em que as ruas outrora vibrantes de Jerusalém jaziam em silêncio. A cidade que um dia fora a joia de Judá, repleta de peregrinos e alegria, agora estava deserta, como uma viúva abandonada em sua dor. Seus portões, antes movimentados por comerciantes e sacerdotes, estavam quebrados e solitários. As crianças não mais brincavam em suas praças, e o som dos cânticos no templo fora substituído pelo lamento dos sobreviventes.

Jerusalém, a cidade que fora esposa do Altíssimo, agora se assemelhava a uma mulher traída e envergonhada. Ela, que fora princesa entre as nações, tornara-se escrava, curvada sob o jugo de seus inimigos. As lágrimas rolavam incessantemente por suas faces, sem que ninguém a consolasse. Seus amigos de outrora—os reinos aliados—viraram as costas, tornando-se seus adversários.

Nos dias de sua glória, Jerusalém vestia-se de linho fino e ouro, e suas festas eram celebradas com júbilo. Mas agora, suas vestes estavam rasgadas, manchadas de poeira e cinzas. Ela se lembrava dos tesouros que possuía—o esplendor do templo, a arca da aliança, os altares adornados—mas tudo isso fora levado pelos invasores. Os babilônios, com suas espadas afiadas e corações endurecidos, entraram como lobos no aprisco, saqueando e destruindo sem piedade.

O povo, outrora orgulhoso, agora vagueava pelas ruas em busca de migalhas. Mães, esqueléticas pela fome, viam seus filhos definharem em seus braços, sem ter o que lhes oferecer. Os jovens, antes robustos, caíam desfalecidos nos cantos, seus rostos marcados pelo desespero. Os príncipes, que um dia se banquetearam em mesas fartas, agora se arrastavam como mendigos, sem honra nem força.

O Senhor, em Sua justiça, permitira que tudo isso acontecesse. Jerusalém pecara gravemente, seguindo deuses estranhos, derramando sangue inocente e endurecendo seu coração contra os profetas. Mesmo quando as advertências soaram, o povo não se arrependeu. Agora, colhia o fruto amargo de sua rebeldia.

Nos altares profanados, não mais se ouviam os sacrifícios. Os sacerdotes, outrora reverenciados, gemiam de vergonha, pois não podiam mais cumprir seu sagrado ofício. As virgens de Jerusalém, que dançavam em louvor ao Senhor, agora caminhavam cabisbaixas, levadas como escravas para terras distantes.

E assim, a cidade chorava noite e dia, sem consolo. Seus inimigos riam dela, zombando de sua queda. “Onde está o seu Deus?”, perguntavam, cuspindo sobre seus muros derrubados. Mas mesmo em meio à escuridão, uma centelha de esperança persistia—pois o Senhor, que castiga, também é misericordioso. Seu amor nunca cessa, e suas misericórdias não têm fim. Talvez, um dia, Ele restauraria Sua cidade.

Mas por agora, Jerusalém permanecia em luto, sentada na poeira, lembrando-se de tudo o que perdera. E seu clamor ecoava nos vales:

*”Como está solitária a cidade outrora tão populosa! Tornou-se como viúva a que foi grande entre as nações!”*

E o vento levava seu lamento, enquanto a noite caía sobre os escombros daquela que um dia fora a Cidade de Davi.

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