Bíblia em Contos

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**O Banquete do Senhor: A História de Eliabe em Isaías 55** (96 caracteres)

**O Banquete do Senhor: Uma Narrativa Baseada em Isaías 55**

O sol poente tingia os céus de Jerusalém com tons dourados e púrpura, enquanto uma multidão faminta se arrastava pelas ruas poeirentas da cidade. Entre eles estava Eliabe, um homem de cabelos grisalhos e olhos marcados pela decepção. Ele carregava nos ombros o peso de anos gastos em busca de algo que nunca encontrara—satisfação verdadeira. Trabalhara duro, comprara vinho e pão, mas seu coração ainda clamava por mais.

Naquele mesmo dia, enquanto caminhava perto do Portão das Águas, ouviu uma voz ressoar como o trovão distante, mas ao mesmo tempo suave como o murmúrio de um riacho.

— *”Ó, todos os que tendes sede, vinde às águas! E vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei! Vinde, comprai vinho e leite, sem dinheiro e sem preço!”*

Eliabe parou, seu coração acelerando. Quem falava assim? Ele olhou ao redor e viu um homem vestido como um profeta, de semblante sereno, mas com olhos que pareciam ver além da carne. Era um mensageiro do Senhor, proclamando as palavras que o próprio Deus havia posto em sua boca.

— *”Por que gastais o vosso dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?”* continuou o profeta, sua voz ecoando como uma advertência amorosa.

Eliabe sentiu uma pontada no peito. Quantas vezes ele buscara consolo no vinho barato, na companhia de homens vazios, em posses que se desfaziam como fumaça? Ele se aproximou, e o profeta fixou nele seus olhos penetrantes.

— *”Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e a vossa alma se deleitará com a gordura!”*

O coração de Eliabe ardia. Ali, naquele momento, ele entendia: Deus não exigia que ele trouxesse moedas ou méritos. Ele o convidava para um banquete de graça—um banquete onde a alma, seca como a terra do deserto, poderia beber até saciar-se.

— *”Inclinai os vossos ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá!”*

Eliabe caiu de joelhos, não por força, mas por um impulso do espírito. Lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ele finalmente compreendia: a verdadeira fome não era do corpo, mas da alma. E somente o Senhor podia saciá-la.

O profeta estendeu a mão e o ergueu.

— *”Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.”*

Eliabe olhou para o horizonte, onde o sol agora mergulhava atrás das colinas, pintando o céu com promessas. Ele não sabia o que o futuro lhe reservava, mas uma coisa ele sabia: a partir daquele dia, ele não mais buscaria respostas onde só havia engano. Ele viria às águas, ele comería do pão que não perece, ele beberia da fonte que jorra para a vida eterna.

E enquanto a noite caía sobre Jerusalém, pela primeira vez em muitos anos, Eliabe sentiu-se verdadeiramente saciado.

**Epílogo**

Assim como a chuva desce dos céus e não volta sem regar a terra, assim também era a palavra do Senhor—ela não voltava vazia, mas cumpria o propósito para o qual fora enviada. E naquele dia, na vida de Eliabe e de muitos outros que ouviram o chamado, ela frutificou em alegria e paz, como os campos que florescem após a tempestade.

Porque o Senhor é bom, e o seu convite permanece:

— *”Vinde, porque tudo já está preparado.”*

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