Bíblia em Contos

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A Fonte que Nunca Seca em Hebreus 6 (48 caracteres)

**A Fonte que Nunca Seca: Uma História Baseada em Hebreus 6**

O sol poente tingia as colinas de Jerusalém com tons dourados quando o rabino Eleazar se sentou à beira do caminho, olhando para um grupo de discípulos reunidos sob uma velha oliveira. Entre eles estava Lucas, um homem que outrora fora entusiasta na fé, mas agora parecia vacilar, seus olhos cheios de dúvidas. Eleazar respirou fundo, sentindo o peso do Espírito Santo lhe mover a falar.

—Irmãos — começou ele, erguendo um pergaminho desgastado —, a Palavra nos adverte em Hebreus 6 sobre aqueles que, tendo provado a bondade celestial, caem na tibieza.

Os olhos dos discípulos se fixaram nele, e até Lucas ergueu o rosto, curioso. O vento suave agitava as folhas da oliveira, como se o próprio céu sussurrasse verdades eternas.

—Imaginem um campo — continuou Eleazar, gesticulando com as mãos —, regado pelas chuvas do céu, nutrido pelo sol. Se esse campo produz espinhos e abrolhos, de nada serve; está perto da maldição, e seu fim é ser queimado.

Lucas franziu a testa.

—Mas, mestre, como alguém que já conheceu a verdade pode cair tão longe?

Eleazar sorriu com tristeza.

—Ah, Lucas, não é sobre perder a salvação, mas sobre desperdiçar a oportunidade de crescer. Deus não é injusto para se esquecer de vosso trabalho e amor, mas Ele deseja que avancemos, que deixemos os princípios elementares e alcancemos a maturidade.

Um silêncio reverente pairava no ar. Ao longe, o som do shofar ecoava do Templo, lembrando a todos da aliança eterna. Eleazar prosseguiu, sua voz carregada de paixão:

—Abraão esperou com paciência e recebeu a promessa. Da mesma forma, Deus jurou por Si mesmo, para que, por duas coisas imutáveis — Sua palavra e Seu juramento —, tivéssemos forte ânimo.

Lucas baixou os olhos, suas mãos tremendo levemente.

—Tenho medo de ter retrocedido…

Eleazar colocou uma mão firme sobre seu ombro.

—Não, filho. O que Hebreus nos ensina é que, se caímos, podemos nos arrepender e recomeçar. Mas há um perigo maior: o de se tornar insensível, de endurecer o coração a ponto de não sentir mais o chamado de Deus.

O céu agora estava pintado de púrpura, e as primeiras estrelas cintilavam como promessas divinas. Lucas respirou fundo, e lágrimas rolaram por seu rosto.

—Não quero ser como a terra infrutífera… Quero crescer.

Eleazar apertou seu ombro com afeto.

—Então avance, Lucas. Apegue-se à esperança que temos como âncora da alma, segura e firme, que adentra o véu, onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós.

Naquela noite, enquanto as luzes de Jerusalém brilhavam como testemunhas silenciosas da fé, Lucas se levantou renovado. Ele entendera: a graça não era licença para a indolência, mas um chamado à perseverança. E assim, sob o olhar compassivo do Pai, ele decidiu não retroceder, mas correr, com os olhos fixos no Autor e Consumador da fé.

E a fonte da misericórdia, que nunca seca, continuou a fluir.

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