**O Triunfo do Rei Ungido por Deus**
No coração de Jerusalém, sob o céu azul que se estendia como um manto divino, o rei Davi se encontrava no pátio do palácio real, cercado por seus conselheiros e guerreiros. O sol da manhã lançava reflexos dourados sobre as muralhas da cidade, e o aroma do incenso que subia do templo misturava-se ao vento suave que soprava. Era um dia de celebração, pois o Senhor havia concedido ao seu ungido uma grande vitória sobre os inimigos que ousaram se levantar contra Israel.
Davi, com seu manto púrpura bordado a ouro, ergueu as mãos aos céus e começou a entoar as palavras que ecoariam por gerações:
*”Senhor, o rei se alegra na tua força! Como se exulta na tua salvação!”*
Seu coração transbordava de gratidão, pois sabia que não fora sua própria espada ou estratégia que lhe dera a vitória, mas a mão poderosa de Jeová. Ele recordava os dias em que, ainda jovem pastor, enfrentara o gigante Golias com nada mais que uma funda e uma pedra—mas com a certeza de que o Senhor dos Exércitos lutava por ele. Agora, como rei, via o mesmo poder se manifestar em cada batalha.
Os sacerdotes ao seu redor começaram a tocar harpas e címbalos, e os levitas uniram suas vozes em louvor. O povo, reunido nas praças, ouvia atentamente as palavras do salmo que brotava da alma de Davi:
*”Tu lhe concedeste o desejo do seu coração e não lhe negaste o pedido dos seus lábios.”*
De fato, o rei havia suplicado a Deus sabedoria para governar e coragem para proteger seu povo. E o Senhor não apenas ouvira, mas derramara sobre ele bênçãos além do que pedira. Uma coroa de ouro finíssimo, cravejada de pedras preciosas, repousava sobre sua cabeça—símbolo da realeza que Deus lhe confirmara.
*”Pois o preveniste com ricas bênçãos; colocaste em sua cabeça uma coroa de ouro puro.”*
Enquanto Davi cantava, sua mente se enchia de lembranças das guerras travadas. Havia momentos em que a escuridão parecia cercá-lo, quando os exércitos inimigos avançavam como uma tempestade. Mas em cada batalha, o Senhor estendera sua mão, despedaçando os adversários com seu furor santo.
*”Ele te pediu vida, e tu lhe deste! Longos dias, para sempre e eternamente.”*
Era uma promessa que ia além do tempo—um vislumbre do Messias que um dia reinaria eternamente, descendente de sua própria linhagem. Davi não compreendia plenamente, mas seu espírito se alegrava na certeza de que o trono de Israel estava sob o olhar do Altíssimo.
De repente, um clamor surgiu entre o povo. Mensageiros chegavam trazendo notícias de que os amonitas e os sírios, que haviam se aliado contra Israel, foram completamente derrotados. Seus líderes caíram em combate, e os sobreviventes fugiam em desespero. O nome do Deus de Israel fora temido entre as nações mais uma vez.
Davi, com os olhos brilhando de fervor sagrado, proclamou:
*”Tu os porás como fornalha ardente, no dia da tua presença. O Senhor os devorará na sua ira, e o fogo os consumirá!”*
E assim aconteceu. Os inimigos que planejavam destruir o povo de Deus foram apanhados em suas próprias armadilhas. Seus ídolos de prata e ouro nada puderam fazer quando o verdadeiro Deus entrou em juízo.
Ao final do dia, quando as últimas luzes do sol banhavam Jerusalém em tons de púrpura e carmesim, Davi se ajoelhou no templo, diante do altar. Seu coração estava cheio de reverência.
*”Levanta-te, Senhor, na tua força! Cantaremos e louvaremos o teu poder!”*
E em todas as ruas de Jerusalém, o povo ecoou o louvor, pois sabiam que seu rei era apenas um instrumento nas mãos do verdadeiro Rei—Aquele que governa para sempre, cujo trono jamais será abalado.
Assim, o Salmo 21 não foi apenas um canto de vitória para Davi, mas uma profecia do Rei vindouro—Jesus Cristo, o Filho de Davi, que um dia reinará com justiça eterna. E todos os que confiam no Senhor, assim como Davi confiou, compartilharão dessa vitória gloriosa.