Bíblia em Contos

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A Luz que Brilha nas Trevas (Note: The original title provided, A Luz que Brilha nas Trevas, fits perfectly within the 100-character limit, is in Brazilian Portuguese, and aligns with the story’s theme. No symbols or quotes were removed as they were not present in the original title.) Alternative suggestion (if a shorter title is preferred): Luz nas Trevas (11 characters) But the original title is ideal for the story.

**A Luz que Brilha nas Trevas**

No princípio, antes que o tempo fosse contado e as estrelas fossem lançadas no firmamento, já existia a Palavra da Vida. Ela era eterna, pura, cheia de glória, e dela emanava uma luz tão intensa que nenhuma escuridão poderia resistir. Essa era a mensagem que o apóstolo João, agora idoso, mas ainda cheio de fogo sagrado, compartilhava com os fiéis em Éfeso.

Sob a sombra de uma oliveira antiga, enquanto o sol poente tingia o céu de dourado, João reuniu os irmãos para falar do que havia visto, ouvido e tocado. Suas mãos, marcadas pelo tempo, tremiam levemente, mas sua voz era firme como a rocha.

— Irmãos — começou ele, fixando os olhos cheios de sabedoria em cada rosto presente —, o que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, isso vos anunciamos: a Palavra da Vida!

O ar parecia carregado de santidade enquanto ele falava. Alguns dos presentes fecharam os olhos, imaginando o próprio João, décadas atrás, caminhando ao lado do Filho de Deus, sentindo o calor de Sua presença, ouvindo a doçura de Suas palavras.

— Ele estava entre nós — continuou João, erguendo as mãos —, cheio de graça e verdade. E agora vos escrevo para que a nossa alegria seja completa.

Uma mulher idosa, sentada na frente, enxugou uma lágrima. Ela lembrava dos dias sombrios antes de conhecer o Evangelho, quando o pecado a envolvia como uma corrente pesada. Mas João não permitiria que ninguém saísse dali sem compreender a profundidade da mensagem.

— Esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos — declarou, sua voz ganhando força —: Deus é luz, e não há nele treva alguma!

Um jovem nos fundos, que até então parecia distraído, inclinou-se para frente, seus olhos brilhando com a revelação. João percebeu e, com ternura paterna, explicou:

— Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.

O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo farfalhar das folhas da oliveira. Todos sentiam o peso daquelas palavras. Andar na luz não era apenas uma metáfora, mas um chamado à santidade, à transformação.

— Mas — e aqui o rosto de João iluminou-se com um sorriso cheio de esperança —, se andarmos na luz, como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado!

Um murmúrio de admiração percorreu o grupo. Aquele era o cerne do Evangelho: não a perfeição humana, mas a graça divina. Um homem de rosto marcado pelo cansaço, que havia chegado naquele dia carregando o fardo de seus pecados, ergueu os olhos cheios de lágrimas.

— E se… se alguém pecar? — sua voz quase sumiu no ar.

João inclinou-se para ele, como um pastor buscando a ovelha ferida.

— Filho meu, se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça.

O alívio que tomou conta do homem foi tão visível que outros começaram a murmurar orações de gratidão. João sabia que muitos ali carregavam segredos, culpas escondidas, mas a luz de Cristo não existia para condenar, e sim para libertar.

— Mas cuidado — advertiu ele, seu tom agora solene —, se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.

A noite caía, e as primeiras estrelas começavam a cintilar no céu. João encerrou o ensinamento com uma oração, pedindo que a luz de Deus brilhasse em seus corações, guiando-os em verdade e amor.

Enquanto os irmãos se dispersavam, alguns em silêncio contemplativo, outros conversando em voz baixa, o jovem que antes parecia distraído aproximou-se de João.

— Mestre — disse ele, com voz firme —, quero andar na luz.

João colocou uma mão sobre seu ombro e sorriu.

— Então, filho, começa hoje.

E assim, sob o céu estrelado da Ásia Menor, mais uma alma era atraída para a Luz que nunca se apaga.

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