**A Liberdade em Cristo: Uma História Baseada em Gálatas 5**
Na pequena cidade de Antioquia da Pisídia, um grupo de cristãos se reunia em segredo, à luz de lamparinas tremeluzentes, em uma casa simples de tijolos de barro. Entre eles estava Mateus, um ex-fariseu que, após encontrar Cristo, lutava contra as antigas amarras da Lei. Ele sentia o peso das tradições que antes julgava essenciais, mas agora, ouvindo as palavras do apóstolo Paulo, seu coração ardia com uma verdade transformadora: *”Para a liberdade foi que Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.”* (Gálatas 5:1).
Naquela noite, enquanto o vento soprava suavemente pelas frestas da porta, um homem chamado Eliabe, recém-chegado de Jerusalém, levantou-se com severidade. Ele trazia consigo um pergaminho com regras adicionais, insistindo que os gentios convertidos deviam ser circuncidados e seguir rigorosamente os costumes judaicos para serem verdadeiramente salvos. Seus olhos faiscavam com convicção, e suas palavras pesadas como pedras caíam sobre os ouvintes.
Mateus sentiu um frio percorrer sua espinha. Ele conhecia aquele jugo. Por anos, carregara o fardo de tentar agradar a Deus por meio de ritos e regulamentos, mas nunca encontrara paz. Agora, a simples menção de voltar àquela escravidão o enchia de temor.
Foi então que Sofia, uma viúva idosa cujo rosto era marcado por rugas profundas de sabedoria e sofrimento, ergueu sua voz suave, mas firme: *”Irmãos, se alguém entre nós busca justificação pela Lei, Cristo de nada aproveita. Não é pela circuncisão ou incircuncisão que somos salvos, mas pela fé que opera através do amor.”*
O silêncio pairou na sala. Eliabe franziu a testa, mas antes que pudesse replicar, Mateus se levantou, seu coração batendo forte. *”Lembro após membro, eu cumpri cada mandamento, cada tradição, e ainda assim meu coração estava vazio. Até que ouvi que Cristo me amou e se entregou por mim. Não foi minha obediência que me salvou, mas Sua graça. Se voltarmos à Lei, estaremos rejeitando o próprio Evangelho!”*
Os olhos de Eliabe se fixaram no chão. Ele havia percorrido longas distanças para impor regras, mas agora via, naqueles rostos iluminados pela fé, algo que suas tradições nunca poderiam conceder: paz.
Sofia então continuou, sua voz como um riacho tranquilo: *”Vocês conhecem o fruto do Espírito? Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. É isso que Cristo produz em nós—não a escravidão do medo, mas a liberdade do amor.”*
Naquela noite, enquanto as estrelas brilhavam sobre Antioquia, o grupo entendeu profundamente a mensagem de Paulo. Eliabe, em lágrimas, abandonou seu pergaminho de regras e se ajoelhou, pedindo perdão. Mateus sentiu um peso se desprender de seus ombros, e pela primeira vez em muito tempo, respirou aliviado.
E assim, naquela casa humilde, não houve debates acalorados, nem condenações, mas um só coração que compreendeu: *”Em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas sim a fé que atua pelo amor.”* (Gálatas 5:6).
E a liberdade, verdadeira e plena, reinou entre eles.