Bíblia em Contos

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O Justo Clama e o Ímpio Cai (98 caracteres)

**O Clamor do Justo e a Queda do Ímpio**

Na cidade de Jerusalém, sob o sol abrasador do meio-dia, um homem chamado Eliabe inclinou-se sobre o altar de pedra, suas mãos calejadas tremendo enquanto erguia uma oferta de cereal. Seus lábios moviam-se em oração silenciosa, mas seu coração estava pesado. Há semanas, um homem cruel, de nome Nabal, oprimia os humildes do bairro onde Eliabe morava. Nabal era rico, dono de terras e escravos, e usava sua riqueza para esmagar os pobres, extorquir os fracos e zombar da fé no Deus de Israel.

Eliabe, porém, era um homem justo. Guardava os mandamentos, amava a Lei do Senhor e confiava que, cedo ou tarde, o Altíssimo agiria. Mas, naquela tarde, enquanto caminhava de volta para casa, seu coração ardia de angústia. Ele via as vítimas de Nabal: viúvas chorando em becos escuros, órfãos mendigando migalhas, trabalhadores explorados até a exaustão. E Nabal? Ria-se deles, orgulhoso de sua maldade, como se Deus não visse.

— **”Por que, Senhor, ficas tão longe? Por que te escondes nos tempos de angústia?”** — sussurrou Eliabe, ecoando as palavras do Salmo que há muito guardava em seu coração.

Enquanto isso, Nabal celebrava em sua mansão. Vinho escorria em taças de prata, e os sons de música e risadas enchiam os corredores. Ele se vangloriava de suas conquistas, jurando que sua astúcia era a razão de seu sucesso.

— **”Deus? Que Deus?”** — zombava, erguendo sua taça. — **”Eu sou senhor do meu destino. Os fracos que se curvem!”**

Mas o Senhor, em Sua infinita sabedoria, não se deixa escarnecer. Enquanto Nabal se deleitava em sua arrogância, uma sombra começou a pairar sobre sua casa. Doenças misteriosas afligiam seus servos, más notícias chegavam de suas terras distantes, e seu coração, outrora endurecido, começou a ser consumido por um medo silencioso.

Uma noite, enquanto vagava pelos jardins de seu palácio, Nabal ouviu um sussurro no vento:

— **”O ímpio, na sua arrogância, persegue o pobre, mas será apanhado nas próprias ciladas que preparou.”**

Seus joelhos fraquejaram. Ele olhou para os céus, mas as estrelas pareciam se afastar dele. No dia seguinte, um mensageiro chegou com notícias terríveis: revoltas em suas terras, incêndios em seus celeiros, e seus aliados o abandonavam. Em poucas semanas, Nabal, outrora poderoso, estava arruinado. Seu orgulho foi quebrado, e ele caiu enfermo, consumido por uma febre que nenhum médico conseguia curar.

Enquanto isso, Eliabe e os oprimidos viram a mão de Deus agindo. Nabal, que antes os esmagava, agora jazia em um leito de dor, e seu nome era esquecido como folhas secas levadas pelo vento.

— **”O Senhor é Rei para sempre! As nações perecerão da terra que Ele criou!”** — exclamou Eliabe, reunindo os pobres e os órfãos para louvar a Deus.

E assim, o Salmo que um dia ecoou em seu coração cumpriu-se:

**”Tu, Senhor, ouviste os desejos dos humildes; fortalecerás o seu coração e lhes darás ouvidos, para fazer justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, já não inspire terror.”** (Salmo 10:17-18)

E Nabal? Sua memória desapareceu como fumaça. Mas os justos, que clamaram ao Senhor, foram ouvidos. Porque Deus nunca desampara os que nEle confiam.

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