Bíblia em Contos

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A Lei e a Justiça Divina em Êxodo 22 (96 caracteres, sem símbolos ou aspas)

**A Lei e a Justiça Divina: Uma Narrativa Baseada em Êxodo 22**

No vasto deserto do Sinai, sob a sombra da montanha sagrada onde Deus entregara as tábuas da Lei a Moisés, o povo de Israel acampava em ordem, suas tendas alinhadas como fileiras de oliveiras. O ar estava impregnado com o aroma de maná fresco e o murmúrio das orações matinais. Era um novo dia, e Moisés, escolhido por Yahweh para guiar Seu povo, reuniu os anciãos e juízes para ensiná-los sobre as leis que regeriam a vida em comunidade.

—”Escutem, ó Israel,”— bradou Moisés, erguendo as mãos para o céu azul, onde nuvens finas dançavam ao sabor do vento. —”O Senhor, nosso Deus, estabeleceu mandamentos não apenas para nos conduzir à santidade, mas também para que vivamos em justiça uns com os outros.”

Os israelitas se aproximaram, seus rostos marcados pelo sol do deserto, mas seus corações sedentos pela Palavra. Moisés, com voz firme, começou a expor as leis que Yahweh lhe revelara, especialmente aquelas registradas no livro de Êxodo, capítulo 22.

### **O Roubo e a Restituição**

—”Se um homem furtar um boi ou uma ovelha e os abater ou vender,”— explicou Moisés, apontando para os pastores que guardavam seus rebanhos nas proximidades —”restituirá cinco bois por um boi e quatro ovelhas por uma ovelha.”

Um murmúrio percorreu a multidão. Um jovem pastor, de nome Eliabe, inclinou-se para seu pai e sussurrou:

—”Por que a restituição é maior para o boi?”

O ancião sorriu e respondeu:

—”O boi é animal de trabalho, meu filho. Seu furto não só priva um homem de alimento, mas também de seu sustento no campo. A justiça divina não apenas pune, mas restaura.”

Moisés prosseguiu, descrevendo situações em que um ladrão seria obrigado a indenizar mesmo que não tivesse mais o animal em seu poder. Se fosse pego em flagrante, porém, e o animal ainda estivesse vivo, a restituição seria em dobro.

### **A Responsabilidade pela Propriedade Alheia**

A seguir, Moisés falou sobre a guarda de bens.

—”Se alguém confiar ao seu próximo prata, ouro ou qualquer animal para ser guardado,”— disse ele, erguendo um cajado de madeira entalhada —”e esses bens forem roubados da casa desse homem, o ladrão, se encontrado, pagará em dobro.”

Um comerciante chamado Zeruá, conhecido por negociar tecidos finos entre as tribos, assentiu com a cabeça. Ele já havia deixado mercadorias sob os cuidados de outros e sabia da importância dessa lei.

—”Mas,”— continuou Moisés, com um olhar penetrante —”se o ladrão não for achado, o dono da casa se apresentará diante dos juízes para declarar que não estendeu a mão sobre os bens do próximo.”

Um silêncio reverente pairou sobre o povo. A honestidade era um alicerce da lei divina, e até mesmo a suspeita exigia uma declaração solene perante Deus.

### **O Empréstimo e a Integridade**

Moisés então tratou de casos em que animais eram emprestados e sofriam danos.

—”Se um homem pedir emprestado um animal ao seu próximo, e este for ferido ou morrer na ausência do dono,”— explicou —”deverá fazer restituição completa.”

Uma mulher chamada Débora, que criava cabras, olhou para seu filho e disse:

—”Vês, meu filho? Yahweh não tolera negligência. Se emprestares algo, deves cuidar como se fosse teu.”

—”Mas,”— acrescentou Moisés —”se o dono estiver presente, não haverá restituição, pois já estava sob sua vigilância.”

### **A Proteção aos Vulneráveis**

Então, a voz de Moisés se tornou ainda mais solene ao abordar temas que tocavam o coração de Deus:

—”Não maltratarás a viúva, nem o órfão,”— declarou, erguendo os olhos como se visse o próprio Senhor. —”Se os oprimires, e eles clamarem a Mim, Eu ouvirei o seu clamor. Minha ira se acenderá, e vos matarei à espada, e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos, órfãos.”

Um arrepio percorreu a assembleia. A justiça de Yahweh era implacável para com os que exploravam os fracos. Um levita, tocado pela gravidade dessas palavras, inclinou-se em oração silenciosa, pedindo misericórdia.

### **A Santidade e a Generosidade**

Por fim, Moisés falou sobre as ofertas e a generosidade exigida por Deus.

—”Não tardarás em trazer ofertas da tua colheita e do teu lagar,”— instruiu. —”Consagrarás a Mim teus primogênitos, tanto de homens como de animais.”

E, com um último aviso, concluiu:

—”Sereis homens santos para Mim. Não comereis carne dilacerada no campo; lançá-la-eis aos cães.”

O sol já se inclinava para o horizonte quando Moisés terminou suas palavras. O povo dispersou-se em reflexão, sabendo que essas leis não eram meras regras humanas, mas a expressão da justiça e do amor do Deus que os libertara do Egito.

E assim, sob o céu estrelado do deserto, Israel dormia em paz, guardado não apenas pelas sentinelas terrenas, mas pelos mandamentos do Senhor, que brilhavam como faróis de verdade em um mundo de trevas.

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