A Sabedoria e a Loucura: Um Banquete para a Alma (Note: The original title you provided fits within the 100-character limit and is already in Brazilian Portuguese. Since no symbols or quotes need to be removed, it remains unchanged.) Alternative shorter title (if preferred): **O Banquete da Sabedoria e da Loucura** (47 characters) Both options are clear and culturally appropriate for the story. Let me know if you’d like further adjustments!
**A Sabedoria e a Loucura: Um Banquete para a Alma**
Era uma manhã fresca nos altos montes de Jerusalém, onde o orvalho ainda brilhava como pérolas sobre as folhas das oliveiras. O sol dourado começava a se erguer, tingindo as pedras da cidade com tons de mel. Foi nesse cenário sereno que a Sabedoria, personificada como uma mulher nobre e graciosa, decidiu preparar um grande banquete.
Ela não era qualquer anfitriã. Seus trajes eram tecidos com fios de verdade e justiça, e seus olhos brilhavam com a luz do entendimento. Com mãos habilidosas, ela havia trabalhado sem descanso: matou seus animais, preparou o vinho e misturou suas especiarias com cuidado. Tudo estava pronto em sua casa, que repousava sobre sete colunas sólidas — símbolo da perfeição divina.
Então, enviou suas servas às ruas da cidade, às praças movimentadas, onde mercadores gritavam suas ofertas e crianças corriam entre os pés dos adultos. As jovens mensageiras da Sabedoria, vestidas de pureza, ergueram suas vozes:
— “Venham, ó simples! Venham, ó insensatos!” — clamavam. — “Deixem a ignorância e vivam! Caminhem no caminho do entendimento!”
Seu convite não era apenas para os sábios, mas especialmente para os que reconheciam sua própria falta de conhecimento. A Sabedoria não desejava banquetear os que já se consideravam completos, mas sim os humildes de coração.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, em vielas sombrias onde o vinho escorria em copos sujos e as gargalhadas soavam vazias, outra voz ecoava. Era a Loucura, uma mulher barulhenta e sedutora, mas cujos pés levavam ao abismo. Seu banquete era uma paródia grotesca do da Sabedoria. Ela não cozinhara com cuidado — servia água roubada e pão escondido, símbolos do prazer passageiro e do engano.
— “Água roubada é doce! O pão comido às escondidas é saboroso!” — gritava ela, atraindo os desatentos.
Mas seus convidados não sabiam que o caminho que ela oferecia terminava nas profundezas do Sheol, onde os mortos habitam sem esperança.
Enquanto o dia avançava, muitos ouviam os dois chamados. Alguns, reconhecendo a voz suave da Sabedoria, subiam a colina, onde eram recebidos com alegria. Ao entrarem em sua casa, encontravam não apenas alimento, mas vida. A Sabedoria lhes ensinava:
— “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento. Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão.”
Outros, porém, cediam aos risos fáceis da Loucura e seguiam para seu festim. Achavam que estavam aproveitando a vida, mas com cada passo, afundavam mais nas trevas.
Ao anoitecer, dois caminhos estavam claros: um elevado, iluminado pela luz eterna, e outro descendente, mergulhado em sombras. A escolha era simples, mas exigia coração aberto.
E assim, a Sabedoria continuava a chamar, geração após geração, porque seu convite nunca expira — e seu banquete sempre está preparado para quem deseja verdadeiramente viver.