**A Viúva e o Azeite Milagroso**
Era uma manhã fresca em Samaria, e o sol começava a derramar seus raios dourados sobre as casas de barro e pedra. O profeta Eliseu, homem de Deus, caminhava pelas ruas estreitas quando foi interrompido por uma mulher cujo rosto estava marcado pela aflição. Ela se aproximou com passos apressados, vestindo um manto simples e gasto, sinal de sua condição humilde.
—Meu senhor, servo do Deus Altíssimo! — chamou ela, com voz trêmula.
Eliseu parou e voltou-se para ela, seus olhos cheios de compaixão.
—O que te aflige, filha? — perguntou o profeta.
A mulher enxugou uma lágrima que teimava em escorrer.
—Meu marido, que era um dos filhos dos profetas, morreu. Ele temia ao Senhor, mas agora os credores vieram e ameaçam levar meus dois filhos como escravos para pagar as dívidas que ele deixou. Não tenho nada, a não ser uma pequena botija de azeite.
Eliseu ouviu com atenção, e o Espírito do Senhor lhe falou ao coração. Ele olhou para a mulher com firmeza e disse:
—Vai e pede a todas as tuas vizinhas vasilhas vazias, não poucas! Depois, entra em tua casa com teus filhos, fecha a porta e começa a derramar o azeite nas vasilhas.
A mulher hesitou por um instante. Uma única botija de azeite? Como poderia isso resolver seu problema? Mas a fé a impulsionou. Ela saiu rapidamente e bateu de porta em porta, pedindo emprestado todos os jarros, potes e vasilhas que pôde encontrar. Algumas vizinhas olharam com curiosidade, outras com pena, mas todas lhe entregaram o que tinham.
De volta à sua casa, ela fechou a porta, como Eliseu ordenara. Seus filhos, dois jovens de rostos ainda infantis mas já marcados pela preocupação, a ajudaram a alinhar as vasilhas no chão de terra batida. A viúva pegou a pequena botija de azeite e começou a derramar.
E então aconteceu o milagre.
O azeite fluía sem cessar, enchendo a primeira vasilha, depois a segunda, a terceira, e assim continuou. Os olhos dos meninos se arregalaram de espanto enquanto o líquido dourado transbordava, jarro após jarro. A mãe, com mãos trêmulas de emoção, não parava de verter, até que o último recipiente foi preenchido.
—Mãe, não há mais vasilhas! — disse um dos filhos.
E só então o azeite parou de fluir.
A mulher correu até Eliseu, seu coração batendo forte de alegria.
—Meu senhor, o azeite encheu todas as vasilhas, como disseste!
O profeta sorriu, reconhecendo a mão poderosa de Deus.
—Agora vai, vende o azeite, paga tuas dívidas e vivei do resto com teus filhos.
E assim foi. O Senhor não apenas supriu a necessidade daquela família, mas deu-lhes abundância. A viúva vendeu o azeite, quitou todas as dívidas e ainda teve o suficiente para recomeçar sua vida com dignidade.
Naquela noite, enquanto seus filhos dormiam em paz, ela olhou para o céu estrelado e murmurou uma oração de gratidão. O Deus de Israel, o mesmo que sustentara Elias no deserto e abrira o Jordão para Eliseu, provara mais uma vez que era fiel aos que nele confiam.
E a história da viúva e seu azeite milagroso ecoou por Samaria, lembrando a todos que, para o Senhor, nenhuma necessidade é grande demais, e nenhum coração quebrantado é ignorado.