No livro do Apocalipse, capítulo 5, o apóstolo João nos apresenta uma visão celestial que revela a majestade e o plano redentor de Deus. Esta narrativa, repleta de simbolismo e profundidade teológica, nos transporta para o trono celestial, onde os mistérios do propósito divino são desvendados. Vamos explorar essa passagem com detalhes vívidos, mantendo a precisão teológica e a riqueza narrativa.

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João, exilado na ilha de Patmos, foi arrebatado em espírito ao céu. Diante de seus olhos, o véu que separa o mundo físico do espiritual se abriu, e ele contemplou uma cena de indescritível glória. No centro de tudo, estava um trono, e sobre ele, Aquele que é eterno, cuja luz ofuscava qualquer brilho terreno. Ao redor do trono, havia um arco-íris que lembrava uma esmeralda, e vinte e quatro anciãos, vestidos de branco e com coroas de ouro, prostravam-se em adoração. Quatro seres viventes, cheios de olhos por diante e por detrás, clamavam sem cessar: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, que é e que há de vir!”

No meio do trono e dos seres viventes, João viu um livro. Não era um livro comum, mas um rolo selado com sete selos, escritos por dentro e por fora. Era um documento de importância cósmica, contendo os desígnios de Deus para a história da humanidade e o cumprimento de Sua vontade. Um anjo poderoso, com voz que ecoava como trovão, proclamou: “Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?”

João olhou ao redor, esperando que alguém se levantasse para cumprir essa tarefa sagrada. Mas, para sua angústia, ninguém no céu, na terra ou debaixo da terra era digno de abrir o livro ou mesmo de olhar para ele. Ele começou a chorar copiosamente, pois entendia que, sem alguém digno, os propósitos de Deus permaneceriam ocultos, e a redenção da humanidade estaria incompleta.

Foi então que um dos anciãos se aproximou de João e disse com voz suave e consoladora: “Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.” João ergueu os olhos, esperando ver um leão majestoso, mas, em vez disso, viu um Cordeiro. Era um Cordeiro como que tinha sido morto, mas que agora estava de pé, no centro do trono. Ele tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados por toda a terra.

O Cordeiro aproximou-se e tomou o livro da mão direita dAquele que estava assentado no trono. No momento em que Ele fez isso, os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se diante dEle. Cada um deles tinha uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. Eles entoaram um cântico novo, dizendo: “Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os fizeste reino e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.”

Enquanto o Cordeiro segurava o livro, uma multidão incontável de anjos, milhares de milhares e milhões de milhões, cercou o trono. Suas vozes se uniram em um coro celestial, proclamando: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor!”

E então, toda criatura no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, juntou-se à adoração. João ouviu o eco de suas vozes, dizendo: “Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos!” Os quatro seres viventes respondiam: “Amém!” E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram.

Nessa visão, João compreendeu a centralidade de Cristo no plano de Deus. O Cordeiro que foi morto, mas que agora vive, é o único digno de desvendar os mistérios do universo e de conduzir a história à sua consumação. Ele é o Leão da tribo de Judá, o Rei vitorioso, mas também o Cordeiro sacrificial, que derramou Seu sangue para redimir a humanidade. Sua vitória sobre a morte e o pecado O torna o centro da adoração celestial e o agente da redenção cósmica.

Essa cena nos lembra que, embora o mundo pareça caótico e incerto, Deus está no controle. O livro com os sete selos representa Seu plano soberano, que será cumprido em Seu tempo. E nós, como parte daqueles que foram redimidos pelo sangue do Cordeiro, somos chamados a adorá-Lo e a viver na expectativa do dia em que todas as coisas serão restauradas.

Assim, a visão de Apocalipse 5 nos convida a fixar nossos olhos no Cordeiro, a reconhecer Sua dignidade e a unir nossas vozes ao coro celestial que proclama: “Digno é o Cordeiro!” Que essa verdade inspire nossa adoração, nossa esperança e nossa vida, enquanto aguardamos o cumprimento final dos propósitos de Deus.