Bíblia em Contos

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A Ordem no Culto: O Dom das Línguas em Corinto

**A História de Corinto: O Dom das Línguas e a Ordem no Culto**

Na antiga cidade de Corinto, uma comunidade vibrante de crentes se reunia regularmente para adorar a Deus e edificar uns aos outros. A igreja era composta por pessoas de diversas origens, culturas e habilidades espirituais, e entre eles havia muitos que haviam recebido dons do Espírito Santo. Um desses dons, o dom de falar em línguas, era especialmente valorizado, mas também gerava certa confusão e desordem durante as reuniões.

Era um sábado à tarde, e o sol dourado do Mediterrâneo iluminava as ruas de pedra de Corinto. Os crentes se reuniram em uma casa ampla, onde costumavam se encontrar. O ambiente estava repleto de expectativa, pois muitos estavam ansiosos para compartilhar o que Deus havia colocado em seus corações. Entre eles estava Apolo, um homem eloquente e cheio de paixão pelas Escrituras, e Priscila, uma mulher sábia e cheia de discernimento. Havia também irmãos mais simples, como Lucas, um pescador que havia sido transformado pelo evangelho, e Marta, uma viúva que servia aos necessitados com grande amor.

Quando o culto começou, o Espírito Santo se moveu poderosamente. Alguns começaram a falar em línguas, línguas estranhas e celestiais que ninguém entendia. O som era melodioso e misterioso, como o murmúrio de um rio distante. Outros profetizavam, trazendo palavras de encorajamento e correção da parte de Deus. No entanto, à medida que o tempo passava, a desordem começou a tomar conta. Várias pessoas falavam em línguas ao mesmo tempo, e não havia quem interpretasse. Os visitantes que estavam presentes, alguns deles curiosos sobre a fé cristã, ficaram confusos e até mesmo perturbados.

Foi então que um homem chamado Tito, conhecido por sua sabedoria e equilíbrio, levantou-se. Ele havia recebido uma carta do apóstolo Paulo, que havia fundado a igreja em Corinto e mantinha um relacionamento próximo com eles. Na carta, Paulo havia escrito sobre a importância de usar os dons espirituais com ordem e propósito, especialmente o dom de línguas. Tito pediu silêncio e começou a ler a carta em voz alta:

“Irmãos, não quero que vocês sejam ignorantes quanto aos dons espirituais. O que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios. Mas quem profetiza o faz para edificação, encorajamento e consolação dos homens. Quem fala em línguas edifica a si mesmo, mas quem profetiza edifica a igreja. Eu gostaria que todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que profetizem. Quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que as interprete, para que a igreja seja edificada.”

As palavras de Paulo ecoaram na sala, e um silêncio reverente tomou conta do ambiente. Tito continuou a ler, explicando que o dom de línguas era um sinal para os incrédulos, mas que a profecia era para os crentes. Ele enfatizou que, se alguém falasse em línguas, deveria haver interpretação, para que todos pudessem ser edificados. Caso contrário, era melhor que a pessoa ficasse em silêncio e falasse consigo mesma e com Deus.

Após a leitura da carta, a reunião tomou um rumo diferente. Aqueles que haviam falado em línguas sem interpretação se calaram, e outros começaram a profetizar, trazendo palavras claras e poderosas que tocavam o coração de todos. Um jovem chamado Samuel, que havia sido tímido e relutante em compartilhar, sentiu-se compelido a falar. Ele compartilhou uma visão que Deus lhe havia dado, sobre a igreja sendo como um corpo, onde cada membro tinha um papel vital. Suas palavras foram cheias de unção, e muitos foram encorajados e fortalecidos.

No final da reunião, os crentes saíram com o coração cheio de gratidão e compreensão. Eles haviam aprendido que os dons espirituais eram dados para o bem comum, e que a ordem e o amor eram essenciais para o culto. A partir daquele dia, a igreja em Corinto passou a valorizar não apenas os dons espirituais, mas também a maneira como eles eram exercidos, sempre buscando a edificação de todos e a glória de Deus.

E assim, a comunidade cresceu em unidade e maturidade, tornando-se um farol de luz em meio à escuridão de Corinto. Eles lembravam sempre das palavras de Paulo: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.”

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