Bíblia em Contos

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O Cântico de Asafe: Justiça e Esperança no Salmo 75

No coração de uma antiga cidade, cercada por montanhas majestosas e banhada por um rio que serpenteava como uma fita prateada, vivia um povo que conhecia tanto a alegria quanto a dor. Eles haviam experimentado tempos de prosperidade, quando as colheitas eram abundantes e os celeiros transbordavam, mas também haviam enfrentado períodos de escassez, quando a seca castigava a terra e o desespero se instalava nos corações. Era um povo que buscava a Deus em todas as coisas, mas que, como todos os seres humanos, às vezes vacilava em sua fé.

Num desses tempos difíceis, quando a injustiça parecia prevalecer e os ímpios se levantavam com arrogância, um homem chamado Asafe, conhecido por sua sabedoria e piedade, foi inspirado por Deus a compor um cântico que ecoaria através das gerações. Esse cântico, que mais tarde seria conhecido como o Salmo 75, começava com uma declaração poderosa: “Nós te damos graças, ó Deus, damos graças, pois o teu nome está perto; todos falam dos teus feitos maravilhosos.”

Asafe era um homem de idade avançada, com cabelos grisalhos que brilhavam como fios de prata sob o sol. Ele costumava se sentar à sombra de uma grande figueira, onde meditava nas palavras de Deus e ensinava aos mais jovens sobre os caminhos do Senhor. Naquele dia, enquanto o sol se punha, tingindo o céu de tons dourados e avermelhados, ele reuniu o povo ao seu redor e começou a cantar.

“Eu escolho o tempo certo para agir,” declarou Asafe, sua voz firme e cheia de autoridade. “Eu julgarei com justiça. Quando a terra tremer e todos os seus habitantes, sou eu que mantenho firmes as suas colunas.”

O povo ouvia em silêncio, seus corações aquecidos pela promessa de que Deus estava no controle, mesmo quando tudo ao seu redor parecia desmoronar. Asafe continuou, descrevendo como os ímpios se exaltavam, erguendo seus chifres em sinal de poder e orgulho. Eles falavam com arrogância, como se fossem invencíveis, mas Asafe sabia que o chifre dos justos seria exaltado, enquanto o dos ímpios seria cortado.

“Pois do Senhor vem o julgamento,” proclamou ele, erguendo as mãos para o céu. “Ele derruba um e exalta outro. Na mão do Senhor há um cálice, cheio de vinho espumante e misturado com especiarias; ele o derrama, e todos os ímpios da terra o bebem até as fezes.”

Asafe descreveu o cálice da ira de Deus, um símbolo poderoso do julgamento divino. Ele falou de como os ímpios seriam forçados a beber até o fim, experimentando a plenitude da justiça de Deus. Mas para os justos, havia uma promessa de salvação e exaltação. “Quanto a mim,” disse Asafe, sua voz suave agora, “eu sempre anunciarei as boas novas de Jacó e cantarei louvores ao Deus de Israel.”

Enquanto ele falava, uma sensação de paz desceu sobre o povo. Eles sabiam que, embora o mundo ao seu redor pudesse parecer caótico e injusto, Deus estava no controle. Ele era o juiz supremo, aquele que mantinha as colunas da terra firmes, e que um dia traria justiça completa.

Naquela noite, enquanto as estrelas começavam a cintilar no céu escuro, o povo se dispersou, cada um levando consigo a promessa de que Deus não os abandonaria. Eles sabiam que, assim como Asafe havia cantado, o chifre dos justos seria exaltado, e o nome do Senhor seria glorificado para sempre.

E assim, o Salmo 75 continuou a ecoar através dos séculos, lembrando a todos que Deus é o juiz supremo, aquele que exalta os humildes e humilha os orgulhosos. E em cada geração, havia aqueles que, como Asafe, levantavam suas vozes para proclamar a justiça e a misericórdia do Senhor, confiantes de que Ele manteria suas promessas, agora e para sempre.

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