**A Nova Jerusalém: A Glória do Reino de Deus**
Era uma manhã fresca, e o sol começava a despontar sobre os montes de Jerusalém. O ar estava carregado de uma expectativa silenciosa, como se a própria criação aguardasse algo grandioso. O profeta Isaías, homem de cabelos grisalhos e olhos profundos que refletiam a sabedoria divina, estava sentado em um lugar tranquilo, à beira de um pequeno riacho. Ele havia passado a noite em oração, e agora, enquanto o céu se tingia de tons dourados, o Espírito do Senhor veio sobre ele com uma visão poderosa.
Isaías viu o trono de Deus, elevado e sublime, cercado por uma luz tão intensa que parecia consumir tudo ao redor. Serafins, com seis asas cada um, voavam ao redor do trono, clamando: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória!” O som de suas vozes ecoava como trovões, e o próprio chão tremia sob a majestade de Deus.
Então, o Senhor falou com Isaías, e suas palavras eram como fogo consumidor: “Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas elas são minhas, diz o Senhor. Mas para esse olharei: para o humilde e contrito de espírito, que treme diante da minha palavra.”
Isaías sentiu o peso dessas palavras em seu coração. Ele sabia que o povo de Israel, embora tivesse construído um templo magnífico, muitas vezes havia se afastado do verdadeiro culto a Deus. Eles ofereciam sacrifícios, mas seus corações estavam distantes. Agora, o Senhor estava revelando que o verdadeiro templo não era feito por mãos humanas, mas era o coração quebrantado e humilde, disposto a ouvir e obedecer.
A visão continuou, e Isaías viu uma nova Jerusalém, radiante como uma noiva adornada para o seu noivo. A cidade descia do céu, preparada por Deus, e sua luz era como uma pedra preciosíssima, semelhante ao jaspe cristalino. As portas da cidade nunca se fechavam, pois não havia noite ali. E as nações andariam à sua luz, e os reis da terra trariam para ela a sua glória e honra.
O profeta ouviu uma voz poderosa que dizia: “Eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo. E exultarei em Jerusalém e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor.”
Isaías sentiu uma alegria indescritível ao contemplar essa promessa. Ele viu rios de águas vivas fluindo da cidade, e às suas margens cresciam árvores cujas folhas eram para a cura das nações. Não havia mais maldição, nem morte, nem dor. A presença de Deus enchia tudo, e o seu povo vivia em harmonia perfeita.
Mas então, a visão mudou, e Isaías viu aqueles que haviam rejeitado a palavra do Senhor. Eles estavam fora da cidade, em um lugar de trevas e tormento. O fogo que consumia os ímpios não se apagava, e o verme que os devorava não morria. Era um lugar de vergonha eterna, onde o orgulho e a rebeldia haviam levado à separação definitiva de Deus.
O profeta chorou ao ver essa cena, mas o Senhor o consolou, dizendo: “Como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor.”
Isaías entendeu que o plano de Deus era muito maior do que ele poderia imaginar. Não se tratava apenas de Israel, mas de todas as nações, todos os povos que se humilhassem e buscassem ao Senhor. A glória de Deus seria revelada a todos, e aqueles que o recebessem viveriam para sempre em sua presença.
Quando a visão terminou, Isaías sentiu-se renovado. Ele sabia que tinha uma mensagem urgente para transmitir ao povo: o Senhor estava prestes a fazer algo novo, algo grandioso. Aqueles que se arrependessem e confiassem nele veriam a salvação de Deus, mas aqueles que persistissem em sua rebeldia enfrentariam a consequência de suas escolhas.
O profeta levantou-se e começou a caminhar em direção à cidade, determinado a proclamar a palavra do Senhor. Ele sabia que nem todos o ouviriram, mas também sabia que a promessa de Deus era firme e imutável. A nova Jerusalém estava por vir, e com ela, a plenitude da alegria e da paz na presença do Senhor.
E assim, Isaías continuou sua jornada, levando consigo a visão gloriosa do reino de Deus, onde não haverá mais choro, nem clamor, nem dor, porque as coisas antigas já terão passado, e tudo será feito novo.