**A Aliança de Deus com Noé e a Promessa do Arco-Íris**
Após o dilúvio, as águas que haviam coberto a terra por quarenta dias e quarenta noites começaram a se retirar. A arca, que havia flutuado sobre as águas tumultuosas, finalmente repousou sobre o monte Ararate. Noé, sua esposa, seus três filhos — Sem, Cam e Jafé — e as noras, juntamente com todos os animais que estavam com eles, saíram da arca. O cheiro de terra molhada e a brisa fresca que soprava sobre a terra renovada encheram seus corações de alívio e gratidão. A terra estava limpa, purificada, e pronta para um novo começo.
Noé, homem justo e íntegro em sua geração, que havia andado com Deus, foi o primeiro a pisar na terra seca. Ele ergueu um altar ao Senhor, um lugar de adoração e gratidão. Escolhendo animais e aves limpos, ele os ofereceu como holocausto, um sacrifício de aroma suave ao Senhor. A fumaça subiu ao céu, e Deus, contemplando o coração sincero de Noé, sentiu-se agradado.
Então, o Senhor falou em seu coração: “Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do homem, pois o coração do homem é inclinado ao mal desde a sua mocidade. Nunca mais destruirei todos os seres viventes como fiz desta vez. Enquanto a terra durar, não deixará de haver semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.”
E Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra. Todos os animais da terra, todas as aves dos céus, tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar estarão sob o vosso domínio. Tudo o que se move e tem vida vos servirá de alimento; assim como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora. Contudo, não comereis carne com sua vida, isto é, com seu sangue. Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; de todo animal o requererei, como também do homem. De todo homem requererei a vida de seu irmão. Quem derramar sangue de homem, pelo homem seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem à sua imagem.”
E Deus continuou, dirigindo-se a Noé e a seus filhos: “Quanto a vós, frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra e multiplicai-vos nela.”
Então, Deus estabeleceu uma aliança com Noé e com todos os seus descendentes, e com todos os seres viventes que estavam com ele na arca: as aves, os animais domésticos e os animais selvagens. E Deus disse: “Estabeleço a minha aliança convosco: Nunca mais será destruída toda carne por águas de dilúvio, e nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra.”
E Deus acrescentou: “Este é o sinal da aliança que faço entre mim e vós, e entre todos os seres viventes que estão convosco, para todas as gerações futuras: Ponho o meu arco nas nuvens, e ele será por sinal de aliança entre mim e a terra. Quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nelas aparecer o arco, então me lembrarei da minha aliança que está entre mim e vós, e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda carne. O arco estará nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes de toda carne que está sobre a terra.”
Noé olhou para o céu e viu o arco-íris, uma faixa de cores vibrantes que se estendia de um horizonte a outro. Era um sinal visível da promessa de Deus, uma lembrança de que, embora o coração do homem fosse inclinado ao mal, a misericórdia de Deus era maior. O arco-íris não era apenas um fenômeno natural, mas um símbolo sagrado da fidelidade de Deus. Cada vez que as nuvens se reuniam e a chuva caía, o arco-íris apareceria, e Noé e seus descendentes se lembrariam da promessa de Deus.
Noé, então, começou a trabalhar a terra. Ele plantou uma vinha e, quando as uvas amadureceram, ele colheu-as e fez vinho. Um dia, após beber do vinho, Noé ficou embriagado e adormeceu nu dentro de sua tenda. Cam, o pai de Canaã, viu a nudez de seu pai e, em vez de cobri-lo, saiu e contou a seus irmãos. Sem e Jafé, porém, tomaram uma capa, colocaram-na sobre os ombros e, caminhando de costas para não verem a nudez do pai, cobriram-no.
Quando Noé acordou e soube o que Cam havia feito, ele pronunciou uma bênção e uma maldição. Ele disse: “Maldito seja Canaã; seja servo dos servos de seus irmãos.” E continuou: “Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e Canaã seja seu servo. Alargue Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã seja seu servo.”
Noé viveu mais trezentos e cinquenta anos após o dilúvio, e viu seus descendentes se multiplicarem sobre a terra. Ele morreu com novecentos e cinquenta anos, tendo testemunhado o cumprimento da promessa de Deus e o início de uma nova era para a humanidade. E assim, a aliança de Deus com Noé permaneceu firme, e o arco-íris continuou a ser um sinal eterno da fidelidade e misericórdia divinas.