**O Cântico da Nova Criação**
Num tempo distante, quando as montanhas ainda sussurravam os segredos antigos da criação e os rios cantavam as maravilhas do Senhor, houve um dia em que toda a terra foi convocada a celebrar. Era um chamado que ecoava dos céus, atravessando vales e desertos, até chegar aos corações da humanidade. O Salmo 96 havia sido entoado pelos anjos, e agora era a vez da criação responder.
Na pequena vila de Betânia, um jovem pastor chamado Eliabe cuidava de suas ovelhas nos campos verdejantes. Ele era conhecido por sua voz suave e seu coração cheio de devoção. Certa manhã, enquanto o sol nascia, tingindo o céu de tons dourados e avermelhados, Eliabe ouviu um som distante. Era como se a própria terra estivesse gemendo, ansiosa por algo grandioso. Ele parou, inclinou a cabeça e escutou atentamente. Então, uma voz celestial ecoou em seu coração: “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todas as terras.”
Eliabe sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele sabia que aquela não era uma mensagem comum. Era um chamado divino, uma convocação para que toda a criação se unisse em adoração. Ele correu para a vila, chamando os moradores: “Irmãos, o Senhor nos chama para cantar um cântico novo! Ele nos convida a proclamar sua glória entre as nações!”
Os aldeões, inicialmente céticos, começaram a sentir uma estranha paz em seus corações. As crianças pararam de brincar, os idosos levantaram-se de seus assentos, e até os animais pareciam prestar atenção. Era como se toda a criação estivesse em suspenso, aguardando o momento certo.
Naquele mesmo dia, um grupo de viajantes chegou à vila. Eram sábios de terras distantes, que haviam sido guiados por uma estrela brilhante. Eles contaram que, em suas terras, o mesmo chamado havia sido ouvido. “O Senhor está fazendo algo novo”, disseram. “Ele está restaurando todas as coisas e convocando toda a criação para celebrar sua majestade.”
Eliabe e os aldeões decidiram organizar uma grande celebração. Eles construíram um altar no topo de uma colina, onde toda a vila poderia se reunir. As mulheres trouxeram flores colhidas nos campos, os homens prepararam ofertas de grãos e frutos, e as crianças decoraram o local com ramos verdes. Era um cenário de beleza indescritível, onde a natureza e a humanidade se uniam em harmonia.
Quando o sol começou a se pôr, tingindo o céu de tons de laranja e roxo, Eliabe levantou-se diante do povo. Ele começou a cantar: “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todas as terras. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia.”
À medida que sua voz ecoava pelos vales, algo extraordinário aconteceu. As árvores começaram a balançar suavemente, como se dançassem ao som da melodia. Os pássaros juntaram-se ao cântico, seus trinados formando uma harmonia celestial. Até o vento parecia sussurrar palavras de louvor. Era como se toda a criação estivesse respondendo ao chamado do Senhor.
Os viajantes sábios, profundamente comovidos, proclamaram: “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; ele é mais temível que todos os deuses. Porque todos os deuses dos povos são ídolos, mas o Senhor fez os céus.”
Enquanto a noite caía, as estrelas começaram a brilhar com uma intensidade nunca antes vista. Eliabe olhou para o céu e sentiu uma paz profunda em seu coração. Ele sabia que aquela celebração era apenas o começo. O Senhor estava restaurando todas as coisas, e toda a criação estava sendo convocada para testemunhar sua glória.
Nos dias que se seguiram, a notícia da celebração espalhou-se por toda a região. Pessoas de todas as nações começaram a vir a Betânia, trazendo seus próprios cânticos e ofertas. Era um tempo de união, onde todas as barreiras eram quebradas, e todos se curvavam diante da majestade do Senhor.
Eliabe, agora reconhecido como um profeta em sua terra, continuou a guiar o povo em adoração. Ele ensinava: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei ofertas e entrai nos seus átrios. Adorai o Senhor na beleza da sua santidade; tremei diante dele, todas as terras.”
E assim, o cântico novo continuou a ecoar, não apenas em Betânia, mas em toda a terra. Era um cântico de esperança, de restauração e de louvor ao Deus que reina sobre toda a criação. E no coração de cada pessoa que o ouvia, havia uma certeza: o Senhor está vindo, e toda a terra verá a sua salvação.