Bíblia em Contos

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O Jordão se Abre: A Travessia Milagrosa de Israel

No terceiro dia após a chegada do povo de Israel às margens do rio Jordão, o sol começava a despontar no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. O acampamento estava em movimento desde o amanhecer, pois Josué, o líder escolhido por Deus para suceder Moisés, havia ordenado que todos se preparassem para atravessar o rio. O ar estava carregado de expectativa, e o murmúrio das famílias reunindo seus pertences misturava-se ao som das águas caudalosas do Jordão, que corriam impetuosas naquela época do ano.

Josué, um homem de estatura imponente e olhar firme, caminhou até o centro do acampamento. Ele ergueu as mãos, e o silêncio gradualmente tomou conta do povo. Sua voz ecoou com autoridade, mas também com uma serenidade que transmitia confiança: “Santifiquem-se, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vocês.” As palavras de Josué eram como uma chama que acendia a fé no coração de cada israelita. Eles sabiam que o Deus que havia aberto o Mar Vermelho para seus pais estava prestes a agir novamente.

Na manhã seguinte, antes que o sol iluminasse completamente a terra, os sacerdotes, vestidos com suas túnicas brancas e carregando a arca da aliança, posicionaram-se à frente do povo. A arca, revestida de ouro e com querubins dourados sobre ela, era o símbolo visível da presença de Deus entre eles. O povo seguiu em fila, mantendo uma distância respeitosa, enquanto Josué dava as instruções finais: “Quando os sacerdotes que carregam a arca do Senhor, o Soberano de toda a terra, pisarem as águas do Jordão, o rio será cortado, e as águas que descem serão represadas.”

O coração de cada israelita batia mais forte enquanto observavam os sacerdotes avançarem em direção ao rio. O Jordão estava transbordando, suas águas turbulentas refletindo a luz do sol nascente. Era uma cena que inspirava tanto admiração quanto temor. Mas a fé no Deus que havia prometido entregar-lhes a terra prometida era maior do que qualquer medo.

Quando os pés dos sacerdotes tocaram as águas, algo extraordinário aconteceu. As águas que desciam de montante pararam de repente, como se uma mão invisível as tivesse contido. Elas se acumularam em uma grande muralha, enquanto o leito do rio ficou completamente seco. O povo, em reverente silêncio, observava o milagre que se desenrolava diante de seus olhos. Era como se o próprio céu testemunhasse a fidelidade de Deus.

Josué, com voz forte e clara, ordenou que o povo começasse a atravessar. Homens, mulheres, crianças e animais avançaram em direção ao leito seco do rio. A areia, ainda úmida, era firme sob seus pés, e o cheiro de terra molhada enchia o ar. Enquanto caminhavam, olhavam para os lados, onde as águas represadas formavam uma parede imponente, como se estivessem suspensas por uma força sobrenatural. Era um lembrete poderoso de que o Deus de Israel era o Senhor de toda a criação.

No meio da travessia, Josué ordenou que doze homens, um de cada tribo, pegassem uma pedra do leito do rio e as carregassem até o outro lado. Essas pedras serviriam como um memorial para as gerações futuras, um testemunho do que Deus havia feito naquele dia. “Quando no futuro os seus filhos lhes perguntarem: ‘O que significam estas pedras?’, vocês lhes dirão: ‘Aqui o rio Jordão foi cortado diante da arca da aliança do Senhor. Quando a arca atravessou o Jordão, as águas foram cortadas. Estas pedras serão um memorial perpétuo para o povo de Israel.'”

Quando o último israelita pisou na outra margem, os sacerdotes que carregavam a arca também saíram do leito do rio. No momento em que seus pés tocaram a terra seca, as águas do Jordão voltaram a fluir, enchendo novamente o seu leito. O povo, agora do outro lado, olhou para trás e viu o rio retomando seu curso normal. Era como se o milagre tivesse sido selado, um sinal de que Deus havia cumprido Sua promessa.

Naquele dia, o nome de Josué foi elevado diante de todo o Israel, e o povo reconheceu que ele era um líder escolhido por Deus, assim como Moisés havia sido. Mas acima de tudo, eles temeram ao Senhor e compreenderam que Ele era o Deus vivo, que opera maravilhas em favor daqueles que O seguem com fé e obediência.

E assim, o povo de Israel acampou em Gilgal, à beira da terra prometida, com corações cheios de gratidão e expectativa. As doze pedras foram erguidas como um memorial, um testemunho silencioso mas poderoso do poder e da fidelidade de Deus. E naquela noite, enquanto as estrelas brilhavam no céu, o povo de Israel descansou, sabendo que o Senhor dos Exércitos estava com eles, pronto a cumprir todas as Suas promessas.

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