No décimo quinto ano do reinado de Amazias, rei de Judá, Jeroboão, filho de Jeoás, tornou-se rei de Israel em Samaria e reinou por quarenta e um anos. Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor e não se desviou de nenhum dos pecados que Jeroboão, filho de Nebate, tinha levado Israel a cometer. Jeroboão manteve os bezerros de ouro em Betel e em Dã, e o povo continuou a adorar esses ídolos, provocando a ira de Deus.
Enquanto isso, em Judá, Uzias, filho de Amazias, tornou-se rei com apenas dezesseis anos de idade. Ele reinou em Jerusalém por cinquenta e dois anos e fez o que era reto aos olhos do Senhor, seguindo os passos de seu pai Amazias. Uzias buscou a Deus durante os dias em que Zacarias, um homem de entendimento e temor do Senhor, o instruiu. Enquanto ele buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar.
Uzias reconstruiu cidades, fortaleceu as muralhas de Jerusalém e expandiu o território de Judá. Ele também organizou um exército poderoso, equipado com escudos, lanças, capacetes e couraças. Uzias construiu máquinas de guerra, torres e catapultas para defender as cidades e atacar os inimigos. Seu nome se espalhou por terras distantes, pois ele se tornou muito poderoso.
No entanto, quando Uzias se fortaleceu, seu coração se encheu de orgulho, e isso levou à sua queda. Ele entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar, algo que só os sacerdotes, descendentes de Arão, tinham permissão para fazer. O sumo sacerdote Azarias e outros oitenta sacerdotes corajosos seguiram Uzias e o confrontaram, dizendo: “Não compete a você, Uzias, queimar incenso ao Senhor. Isso é responsabilidade dos sacerdotes, os filhos de Arão, que foram consagrados para esse propósito. Saia do santuário, pois você cometeu uma transgressão e não terá honra da parte do Senhor Deus.”
Uzias, furioso, recusou-se a sair. Ele segurava o incensário em sua mão, pronto para desafiar a ordem dos sacerdotes. Mas, naquele momento, a lepra brotou em sua testa, diante dos olhos dos sacerdotes no templo. Azarias e os outros sacerdotes o expulsaram imediatamente, e o próprio Uzias se apressou em sair, pois o Senhor o havia ferido.
A partir daquele dia, Uzias viveu isolado em uma casa separada, pois estava leproso e não podia mais entrar no templo do Senhor. Seu filho Jotão assumiu as responsabilidades do palácio e governou o povo da terra. Uzias permaneceu leproso até o dia de sua morte e foi sepultado em um campo próximo ao túmulo dos reis, mas não dentro dele, por causa de sua condição.
Enquanto isso, em Israel, o reinado de Jeroboão continuou marcado pela idolatria e pela desobediência a Deus. O Senhor permitiu que os inimigos de Israel, como os sírios, afligissem o povo como consequência de seus pecados. O profeta Jonas, filho de Amitai, havia profetizado que Jeroboão restauraria as fronteiras de Israel desde a entrada de Hamate até o mar da Arabá, e isso se cumpriu durante seu reinado. No entanto, a prosperidade de Israel não foi suficiente para levar o povo de volta ao Senhor.
Após a morte de Jeroboão, seu filho Zacarias assumiu o trono de Israel, mas seu reinado foi breve. Ele reinou por apenas seis meses e continuou a praticar o mal diante do Senhor, seguindo os caminhos de seus antepassados. Então Salum, filho de Jabes, conspirou contra Zacarias, o atacou na frente do povo e o matou, assumindo o trono em seu lugar. Assim, cumpriu-se a palavra do Senhor a Jeú, de que seus descendentes governariam Israel até a quarta geração.
Salum, no entanto, reinou por apenas um mês em Samaria. Menaém, filho de Gadi, partiu de Tirza para Samaria, atacou Salum e o matou, tomando o trono para si. Menaém era um homem cruel e, ao conquistar a cidade de Tifsa, matou todos os seus habitantes e até mesmo as mulheres grávidas, rasgando seus ventres. Ele reinou por dez anos em Samaria, mas continuou a fazer o que era mau aos olhos do Senhor, mantendo a idolatria de Jeroboão.
Durante o reinado de Menaém, o rei da Assíria, Pul, invadiu a terra de Israel. Menaém, temendo o poder assírio, pagou a Pul mil talentos de prata para garantir seu apoio e fortalecer seu próprio reinado. Ele obteve o dinheiro impondo um pesado tributo sobre os cidadãos ricos de Israel, exigindo cinquenta siclos de prata de cada um. Pul aceitou o pagamento e retirou suas tropas, mas a influência assíria sobre Israel começou a crescer.
Após a morte de Menaém, seu filho Pecaías assumiu o trono e reinou por dois anos em Samaria. Ele também fez o que era mau aos olhos do Senhor, seguindo os pecados de Jeroboão. Então Peca, filho de Remalias, um de seus comandantes, conspirou contra Pecaías e o matou, assumindo o trono em seu lugar. Peca reinou por vinte anos, mas continuou a praticar o mal diante do Senhor.
Durante o reinado de Peca, o rei da Assíria, Tiglate-Pileser, invadiu Israel e conquistou as cidades de Ijom, Abel-Bete-Maaca, Janoa, Quedes, Hazor, Gileade, Galileia e toda a terra de Naftali. Ele levou os habitantes dessas regiões como prisioneiros para a Assíria. Peca aliou-se a Rezim, rei da Síria, e tentou forçar Judá a se juntar a eles contra a Assíria, mas o rei Acaz, de Judá, recusou-se a participar. Em vez disso, Acaz enviou presentes a Tiglate-Pileser, pedindo sua ajuda contra Peca e Rezim.
Assim, a Assíria atacou a Síria e Israel, enfraquecendo ainda mais o reino do norte. O Senhor permitiu que essas calamidades caíssem sobre Israel como juízo por sua idolatria e desobediência. Apesar das advertências dos profetas, o povo de Israel não se arrependeu de seus pecados, e a destruição do reino se aproximava.
Enquanto isso, em Judá, o rei Jotão, filho de Uzias, reinou com retidão diante do Senhor. Ele reconstruiu a porta superior do templo e fortaleceu as muralhas de Jerusalém. Jotão também construiu cidades nas colinas de Judá e fortalezas e torres nas áreas florestais. Ele guerreou contra os amonitas e os derrotou, exigindo deles um pesado tributo anual. Jotão tornou-se poderoso porque ordenou seus caminhos diante do Senhor.
No entanto, o povo de Judá também começou a se corromper, praticando a idolatria e construindo altares pagãos nos lugares altos. Apesar da fidelidade de Jotão, a nação como um todo não seguia completamente os mandamentos de Deus. Quando Jotão morreu, seu filho Acaz assumiu o trono, e o declínio espiritual de Judá continuou.
Assim, os reinos de Israel e Judá caminhavam para tempos sombrios, marcados por conflitos, idolatria e o juízo de Deus. Apesar disso, a mão do Senhor ainda estava sobre Seu povo, e Ele continuou a enviar profetas para chamá-los ao arrependimento, mostrando que Sua misericórdia e justiça permaneciam firmes.