Bíblia em Contos

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Amazias: Orgulho e Queda de um Rei

No décimo quinto ano do reinado de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, o jovem monarca decidiu fortalecer seu reino e preparar-se para a guerra. Ele tinha apenas vinte e cinco anos quando assumiu o trono, mas seu coração estava cheio de ambição e desejo de provar sua força. Amazias reuniu seus comandantes e ordenou que contassem todos os homens capazes de lutar, desde vinte anos de idade para cima. O censo revelou que havia trezentos mil homens prontos para empunhar lanças e escudos.

No entanto, Amazias não estava satisfeito. Ele queria mais soldados, mais poder. Foi então que ele decidiu contratar cem mil homens valentes de Israel, pagando-lhes cem talentos de prata do tesouro real. Esses homens eram experientes em batalha, e Amazias acreditava que eles seriam a chave para sua vitória.

Mas um homem de Deus veio até ele e disse: “Ó rei, não deixes que o exército de Israel vá contigo, pois o Senhor não está com Israel, nem com nenhum dos filhos de Efraim. Mas se tu insistes em levá-los, Deus fará com que caias diante do teu inimigo, pois é Deus quem tem o poder para ajudar ou para derrubar.”

Amazias, embora inicialmente hesitasse, decidiu ouvir a palavra do profeta. Ele respondeu: “Mas o que farei com os cem talentos que já paguei aos soldados de Israel?” O homem de Deus respondeu: “O Senhor pode te dar muito mais do que isso.”

Confiando na promessa divina, Amazias dispensou os soldados israelitas, ordenando que voltassem para casa. Eles ficaram furiosos, pois haviam sido contratados e agora estavam sendo mandados embora sem lutar. Enquanto retornavam para suas terras, saquearam várias cidades de Judá, desde Samaria até Bete-Horom, matando três mil pessoas e levando grande despojo.

Amazias, porém, não se deixou abalar. Ele reuniu seu exército e partiu para o Vale do Sal, onde enfrentou os edomitas. O Senhor estava com ele, e Judá obteve uma grande vitória. Dez mil edomitas foram mortos na batalha, e outros dez mil foram capturados e lançados do alto de um penhasco, onde todos morreram.

Após essa vitória, Amazias voltou para Jerusalém cheio de orgulho. Ele trouxe consigo os deuses dos edomitas, que haviam sido capturados durante a batalha, e decidiu adorá-los. Ele se prostrou diante desses ídolos e queimou incenso para eles. Mas o Senhor, vendo isso, enviou outro profeta para repreendê-lo.

O profeta disse: “Por que buscaste os deuses de um povo que não pôde livrar seu próprio povo das tuas mãos?” Amazias, irritado, respondeu: “Quem te fez conselheiro do rei? Cala-te, ou serás morto!” O profeta, antes de se retirar, disse: “Sei que Deus decidiu destruir-te, porque fizeste isso e não deste ouvidos ao meu conselho.”

Amazias, cego por sua arrogância, decidiu desafiar Jeoás, rei de Israel. Ele enviou mensageiros a Jeoás, dizendo: “Vem, enfrentemo-nos em batalha!” Jeoás, porém, respondeu com uma parábola: “O cardo do Líbano enviou uma mensagem ao cedro do Líbano, dizendo: ‘Dá tua filha por esposa ao meu filho.’ Mas um animal selvagem passou e pisoteou o cardo. Tu derrotaste os edomitas e agora teu coração se encheu de orgulho. Fica em casa! Por que provocar uma desgraça e cair, tu e Judá contigo?”

Mas Amazias não deu ouvidos. Ele estava determinado a provar sua força. Então, Jeoás marchou contra Judá, e os dois exércitos se enfrentaram em Bete-Semes. A batalha foi rápida e decisiva. Judá foi derrotado, e todos os seus soldados fugiram para casa. Jeoás capturou Amazias e o levou para Jerusalém. Lá, ele derrubou uma parte do muro da cidade, desde o Portão de Efraim até o Portão da Esquina, e saqueou o tesouro do templo do Senhor e do palácio real, levando reféns consigo.

Amazias, humilhado e enfraquecido, continuou a reinar, mas sua queda já havia começado. Ele sobreviveu a Jeoás por quinze anos, mas sua popularidade entre o povo diminuiu. Finalmente, uma conspiração surgiu contra ele em Jerusalém, e ele fugiu para Laquis. Mas seus inimigos o perseguiram até lá e o mataram. Seu corpo foi trazido de volta a Jerusalém, onde foi sepultado com seus antepassados.

Assim terminou o reinado de Amazias, um homem que começou bem, mas cujo orgulho e desobediência a Deus levaram à sua queda. Ele foi um lembrete de que a verdadeira força não vem dos exércitos ou das alianças humanas, mas da obediência e da confiança no Senhor.

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