Era uma vez, em uma pequena cidade às margens do rio Tibre, um homem chamado Lucius. Ele era um judeu devoto, criado sob a rigorosa observância da Lei de Moisés. Desde criança, aprendera a amar os mandamentos de Deus e a se esforçar para viver de acordo com eles. No entanto, à medida que crescia, Lucius começou a perceber uma luta interior que o consumia. Ele queria fazer o que era certo, mas frequentemente se via fazendo exatamente o que odiava.
Lucius era um homem de boa índole, mas sua alma estava em conflito. Ele sabia que a Lei era santa, justa e boa, mas parecia que quanto mais ele tentava segui-la, mais ele falhava. “Por que eu não consigo fazer o que é certo?”, ele se perguntava em voz baixa, enquanto caminhava pelas ruas de pedra da cidade, sob o sol quente do meio-dia. Ele sentia o peso de suas falhas, como se carregasse uma pesada corrente de ferro em seus ombros.
Um dia, enquanto meditava nas Escrituras, Lucius leu as palavras do apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos: “Porque bem sabemos que a Lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço, não o aprovo; pois o que quero, isso não pratico, mas o que aborreço, isso faço” (Romanos 7:14-15). Essas palavras ecoaram profundamente em seu coração. Era como se Paulo estivesse descrevendo exatamente o que ele sentia.
Lucius começou a refletir sobre sua vida. Ele se lembrava de como, mesmo sabendo que a cobiça era pecado, seus olhos ainda se fixavam nas posses dos outros. Ele se lembrava de como, mesmo sabendo que a ira era errada, suas palavras ainda saíam cortantes como uma espada. Ele se lembrava de como, mesmo sabendo que a mentira era abominável, suas palavras ainda se torciam para evitar a verdade. “Eu não entendo o que faço”, ele confessou a Deus em oração. “Porque não faço o que quero, mas o que odeio, isso faço.”
Enquanto mergulhava mais fundo na carta de Paulo, Lucius começou a entender que a Lei, embora santa, não tinha o poder de libertá-lo do pecado. A Lei revelava o pecado, mas não podia removê-lo. Era como um espelho que mostrava a sujeira em seu rosto, mas não podia limpá-la. Ele percebeu que, embora amasse a Lei de Deus em seu íntimo, havia outra lei em seus membros, uma lei do pecado, que guerreava contra a lei de sua mente e o levava cativo.
Lucius sentiu-se desesperado. “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:24). Ele clamou a Deus, sentindo o peso de sua condição pecaminosa. Mas, em meio ao seu desespero, ele continuou lendo e encontrou a resposta que tanto procurava: “Graças a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Romanos 7:25).
Foi como se uma luz brilhasse em sua mente. Ele percebeu que, embora a Lei não pudesse salvá-lo, Jesus Cristo podia. Ele entendeu que, através da fé em Cristo, ele poderia ser libertado da escravidão do pecado. A justiça que ele não podia alcançar por seus próprios esforços, Cristo já havia conquistado por ele. A Lei ainda era boa e santa, mas agora ele via que sua salvação não dependia de sua capacidade de cumpri-la, mas da graça de Deus através de Jesus.
Lucius caiu de joelhos, suas lágrimas misturando-se com o pó do chão. Ele sentiu um peso sendo tirado de seus ombros, como se as correntes que o prendiam tivessem sido quebradas. Ele não estava mais sozinho em sua luta. Agora, ele tinha um Salvador que o amava, que havia vencido o pecado e a morte, e que lhe daria a força para viver uma nova vida.
A partir daquele dia, Lucius começou a viver de uma maneira diferente. Ele ainda lutava contra o pecado, mas agora sabia que não estava mais condenado por ele. Ele ainda amava a Lei de Deus, mas agora a via como um guia que apontava para Cristo, aquele que cumpriu a Lei em seu lugar. Ele ainda cometia erros, mas agora sabia que podia se arrepender e encontrar perdão em Jesus.
Lucius passou a compartilhar sua descoberta com outros. Ele contava a todos sobre a graça de Deus, sobre como Jesus havia libertado sua alma da escravidão do pecado. Ele explicava que a Lei era boa, mas que só Cristo podia salvar. Ele ensinava que, embora a luta contra o pecado ainda existisse, a vitória já havia sido conquistada por Jesus.
E assim, Lucius viveu o resto de seus dias como um homem transformado. Ele ainda era imperfeito, mas agora sabia que sua imperfeição não o separava do amor de Deus. Ele ainda lutava, mas agora lutava com esperança, sabendo que um dia estaria completamente livre do pecado, na presença de seu Salvador.
E, ao final de sua vida, quando seus olhos se fecharam pela última vez, Lucius entrou na glória eterna, onde não havia mais luta, nem pecado, nem dor. Ele estava finalmente livre, não por seus próprios esforços, mas pela graça de Deus através de Jesus Cristo, seu Senhor e Salvador.