Bíblia em Contos

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José e os Sonhos na Prisão do Faraó

No coração do Egito, dentro das muralhas imponentes da prisão do faraó, dois homens de origens distintas compartilhavam o mesmo destino. Um era o copeiro-mor do rei, encarregado de servir o vinho ao monarca, e o outro, o padeiro-mor, responsável por preparar os pães reais. Ambos haviam caído em desgraça diante do faraó e, por razões desconhecidas, foram lançados na mesma cela onde José, o hebreu, estava preso. José, embora injustamente acorrentado, mantinha sua fé inabalável no Deus de seus pais, Abraão, Isaque e Jacó. Ele havia sido colocado como encarregado dos prisioneiros pelo capitão da guarda, e sua presença era um farol de esperança na escuridão daquela prisão.

Certa noite, enquanto a lua banhava as frias pedras da cela com sua luz prateada, o copeiro e o padeiro tiveram sonhos perturbadores. Eram sonhos vívidos, cheios de simbolismos que os deixaram agitados e confusos. Ao amanhecer, José percebeu a angústia estampada em seus rostos e, movido por compaixão, aproximou-se deles.

— Por que hoje os vossos semblantes estão tão tristes? — perguntou José, com voz suave, mas firme.

O copeiro, olhando para José com uma mistura de esperança e desespero, respondeu:

— Tivemos sonhos, e não há ninguém que os interprete.

José, com um olhar sereno, respondeu:

— Não pertencem a Deus as interpretações? Contai-me, pois, os vossos sonhos.

O copeiro, ansioso, começou a narrar seu sonho:

— Em meu sonho, vi uma videira diante de mim. Na videira havia três ramos, e ela brotou, floresceu e os seus cachos amadureceram em uvas. Eu tinha o copo do faraó em minha mão, e tomei as uvas, e as espremi no copo do faraó, e dei o copo na mão do faraó.

José, após ouvir atentamente, inspirou profundamente e, com uma voz que ecoava a sabedoria divina, disse:

— Esta é a interpretação do sonho: os três ramos são três dias. Dentro de três dias, o faraó levantará a tua cabeça e te restaurará ao teu cargo, e darás o copo do faraó na sua mão, conforme o costume anterior, quando eras seu copeiro. Mas, quando isso acontecer, lembra-te de mim, e faze-me este favor: menciona-me ao faraó, e faze-me sair desta casa. Pois, na verdade, fui roubado da terra dos hebreus, e aqui também nada fiz para que me pusessem nesta masmorra.

O coração do copeiro encheu-se de esperança ao ouvir as palavras de José, e ele agradeceu com um sorriso de alívio. No entanto, o padeiro, vendo que a interpretação do sonho do copeiro era favorável, decidiu contar seu próprio sonho, talvez na esperança de receber boas novas também.

— Eu também tive um sonho — começou o padeiro, com uma voz um tanto hesitante. — Vi três cestos de pão branco sobre a minha cabeça. No cesto mais alto havia todo tipo de manjares para o faraó, obra de padeiro; e as aves comiam do cesto que estava sobre a minha cabeça.

José olhou para o padeiro com um misto de compaixão e seriedade. Ele sabia que nem todas as mensagens de Deus eram de alegria, e sua próxima interpretação seria dura.

— Esta é a interpretação do teu sonho — disse José, com voz firme. — Os três cestos são três dias. Dentro de três dias, o faraó levantará a tua cabeça, mas não para te restaurar ao teu cargo. Ele te pendurará numa árvore, e as aves comerão a tua carne.

O silêncio que se seguiu foi pesado. O padeiro ficou pálido, suas mãos tremiam levemente, enquanto o copeiro olhava para José com uma mistura de admiração e temor. José, por sua vez, manteve-se calmo, sabendo que suas palavras não eram suas, mas vinham do Senhor.

Três dias depois, como José havia predito, o faraó celebrou seu aniversário com um grande banquete. Naquele dia, ele lembrou-se de seus dois servos presos. O copeiro foi restaurado ao seu cargo, e ele serviu o copo ao faraó como antes. Já o padeiro, infelizmente, foi enforcado, e as aves do céu devoraram sua carne, conforme a interpretação de José.

No entanto, em meio à alegria de sua libertação, o copeiro esqueceu-se de José. Ele não mencionou o hebreu ao faraó, e José permaneceu na prisão por mais dois longos anos. Mas, mesmo na escuridão daquela masmorra, a mão de Deus estava sobre José, preparando-o para um propósito maior que ele ainda não podia compreender.

E assim, naquele lugar de sofrimento e espera, a história de José continuava a se desenrolar, tecida pelos fios da providência divina, que nunca falha e sempre cumpre seus propósitos.

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tendas destes homens perversos! Não toquem em nada que pertença a eles, para que vocês não sejam levados junto com todos os pecados deles. Então eles se afastaram das tendas de Corá, Datã e Abirão. Datã e Abirão tinham saído e estavam em pé à entrada de suas tendas, junto com suas mulheres, filhos e pequenos. Então Moisés disse: Isto é o que o Senhor ordenou: saibam que o Senhor enviou-me a fazer todas essas obras, porque eu não as fiz de mim mesmo. Se estes homens morrerem da maneira que morrem todos os homens, ou se lhes acontecer o que acontece a todos os homens, então o Senhor não me enviou. Mas se o Senhor cria uma nova coisa, e a terra abre a sua boca e os engole, com tudo o que pertence a eles, para que desçam vivos ao Sheol, então saberão que esses homens desprezaram o Senhor. E aconteceu que, assim que ele terminou de falar todas estas palavras, a terra que estava sob eles se abriu. E a terra abriu a sua boca e engoliu-os e às suas casas, e todos os homens que pertenciam a Corá e todos os bens. E eles e tudo o que pertencia a eles desceram vivos ao Sheol, e a terra os cobriu; e eles pereceram do meio da congregação. E todo o Israel que estava ao redor deles fugiu ao grito deles, porque eles disseram: Para que a terra não nos engula! E saiu fogo do Senhor e consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam incenso. O Senhor então disse a Moisés: Diga a Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, que ele retire os incensários do meio da chama, porque eles são sagrados, e espalhe o fogo à distância. Os incensários dos homens que pecaram contra a própria vida deles devem ser feitos em folhas de metal batido, como cobertura para o altar, porque eles os ofereceram diante do Senhor, então eles são sagrados. Eles devem ser um sinal para os filhos de Israel. Então Eleazar, o sacerdote, pegou os incensários de bronze, que aqueles que tinham sido queimados haviam oferecido, e os bateu para fazer uma cobertura para o altar, para ser um memorial para os filhos de Israel, para que nenhum homem comum, que não é da descendência de Arão, venha a oferecer incenso diante do Senhor, para não ser como Corá e sua companhia; assim como o Senhor havia dito a ele por meio de Moisés. Mas no dia seguinte, toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vocês mataram o povo do Senhor! Quando a congregação se reuniu contra Moisés e Arão, eles se voltaram para a Tenda do Encontro; e eis que a nuvem a cobriu, e a glória do Senhor apareceu. Moisés e Arão vieram diante da Tenda do Encontro. O Senhor disse a Moisés: Saia do meio desta congregação, para que eu possa destruí-los num instante. E eles caíram com o rosto em terra. E Moisés disse a Arão: Tome o seu incensário e coloque fogo nele do altar, ponha incenso sobre ele e leve-o depressa à congregação e faça expiação por eles, porque a ira saiu da presença do Senhor; a praga começou. Arão, como Moisés havia dito, correu para o meio da congregação; e eis que a praga havia começado entre o povo. Então ele colocou incenso sobre ele e fez expiação pelo povo. Ele permaneceu assim entre os mortos e os vivos, e a praga cessou. Aqueles que morreram em praga foram catorze mil e setecentos, não contando os que morreram por causa de Corá. E Arão voltou a Moisés, à entrada da Tenda do Encontro, porque a praga havia cessado. Title: Corá e a Revolta das 250 Brasas: Asoberba e a Ira Divina