Bíblia em Contos

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Eliabe: Fé e Refúgio nas Mãos de Deus em Jerusalém

No coração de Jerusalém, em meio às ruas estreitas e sinuosas, vivia um homem chamado Eliabe. Ele era conhecido por sua devoção a Deus e por sua habilidade como artesão, criando belas peças de madeira que adornavam as casas e o templo. No entanto, apesar de sua fé inabalável, Eliabe enfrentava tempos difíceis. A cidade estava sob a ameaça de inimigos, e muitos de seus amigos e familiares haviam sido levados cativos ou haviam fugido para lugares mais seguros. Eliabe, porém, permaneceu firme, confiando no Senhor, como sempre fizera.

Uma noite, enquanto o sol se punha e as sombras se alongavam sobre as muralhas da cidade, Eliabe sentou-se em sua pequena oficina, cercado por lascas de madeira e ferramentas. Ele abriu um rolo de pergaminho e começou a ler o Salmo 31, que havia copiado com suas próprias mãos. As palavras do salmista ecoavam em seu coração:

*”Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela tua justiça. Inclina os teus ouvidos para mim; apressa-te em me socorrer. Sê para mim uma rocha de refúgio, uma fortaleza para me salvar, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza; por causa do teu nome, guia-me e conduz-me.”*

Eliabe fechou os olhos e respirou fundo. Ele sentia o peso da angústia em seu peito, mas as palavras do salmo traziam-lhe um conforto profundo. Ele sabia que, mesmo em meio à escuridão, Deus era seu refúgio. Ele levantou-se e caminhou até a janela, olhando para o céu estrelado. “Senhor,” sussurrou, “tu és o meu abrigo. Em tuas mãos entrego o meu espírito.”

Nos dias que se seguiram, a situação em Jerusalém piorou. Os inimigos cercaram a cidade, e o som de espadas e gritos ecoava pelas ruas. Eliabe, no entanto, não permitiu que o medo o dominasse. Ele continuou a trabalhar em sua oficina, esculpindo uma nova peça: uma arca de madeira, adornada com símbolos da fé hebraica. Enquanto trabalhava, ele repetia as palavras do salmo:

*”Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me redimiste, Senhor, Deus da verdade. Odeio aqueles que se apegam a ídolos inúteis; eu, porém, confio no Senhor. Eu me alegrarei e regozijarei no teu amor, pois viste a minha aflição e conheceste a angústia da minha alma.”*

Uma noite, enquanto Eliabe terminava a arca, ouviu-se um grande alvoroço nas ruas. Os inimigos haviam invadido a cidade. Ele correu para a janela e viu as chamas subindo ao longe. Seu coração acelerou, mas ele se lembrou das promessas de Deus. Ele pegou a arca que havia esculpido e a colocou em um lugar seguro, escondendo-a sob as tábuas do chão. Então, ele se ajoelhou e orou:

*”Senhor, tu és o meu Deus. Os meus tempos estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua misericórdia.”*

Enquanto orava, Eliabe sentiu uma paz inexplicável invadir seu coração. Ele sabia que, mesmo que a cidade fosse tomada, sua vida estava nas mãos de Deus. Ele se levantou e saiu de sua casa, caminhando calmamente pelas ruas caóticas. Os inimigos passaram por ele, mas nenhum lhe fez mal. Era como se ele estivesse envolto em uma proteção invisível.

Dias depois, a poeira baixou sobre Jerusalém. A cidade estava em ruínas, mas Eliabe sobrevivera. Ele retornou à sua oficina e retirou a arca de seu esconderijo. Ele a levou até o que restava do templo e a colocou no altar, como uma oferta de gratidão a Deus. Ele sabia que, embora tudo ao seu redor tivesse mudado, o amor e a fidelidade de Deus permaneciam os mesmos.

Eliabe passou o resto de seus dias ensinando aos outros sobre a importância de confiar no Senhor, mesmo nos momentos mais sombrios. Ele contava a história de como o Salmo 31 o havia sustentado e como Deus o havia protegido. Sua vida tornou-se um testemunho vivo das palavras do salmista:

*”Como é grande a tua bondade, que reservaste para aqueles que te temem, e que, à vista dos homens, concedes àqueles que em ti se refugiam. No abrigo da tua presença os escondes das intrigas dos homens; na tua habitação os proteges da língua acusadora.”*

E assim, Eliabe viveu até uma idade avançada, sempre lembrando que, em Deus, ele encontrara um refúgio seguro e uma rocha inabalável. Sua história foi passada de geração em geração, inspirando muitos a confiar no Senhor, não importa quão difíceis fossem as circunstâncias.

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