Bíblia em Contos

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A Revelação à Igreja de Laodiceia: Um Chamado ao Arrependimento

**A Revelação à Igreja de Laodiceia**

Era uma manhã fresca, com o sol nascendo sobre as colinas da Ásia Menor, quando o apóstolo João, exilado na ilha de Patmos, recebeu uma visão poderosa. O céu parecia se abrir, e ele viu o Senhor Jesus Cristo, glorioso e majestoso, de pé no meio de sete candelabros de ouro. Em Sua mão direita, Ele segurava sete estrelas, e de Sua boca saía uma espada afiada de dois gumes. Seus olhos eram como chamas de fogo, e Seus pés brilhavam como bronze refinado. Era uma visão que enchia João de temor e admiração.

Jesus então começou a ditar mensagens para as sete igrejas da Ásia. A última delas era para a igreja em Laodiceia, uma cidade próspera conhecida por seu comércio, suas riquezas e sua medicina. Laodiceia era um centro de atividade, mas, espiritualmente, algo estava profundamente errado.

O Senhor começou a falar, e Sua voz ecoou como o som de muitas águas: “Ao anjo da igreja em Laodiceia escreva: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.”

João sentiu o peso dessas palavras. Jesus Se identificava como “o Amém”, a afirmação final e definitiva de toda a verdade. Ele era a testemunha fiel, Aquele que nunca falha, e o princípio da criação, o Criador de todas as coisas. Era uma declaração solene, que preparava o cenário para uma mensagem severa, mas amorosa.

“Conheço as tuas obras,” continuou o Senhor, “que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.”

João sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Laodiceia era uma cidade conhecida por suas águas termais, que vinham de Hierápolis por aquedutos. Quando chegavam a Laodiceia, no entanto, essas águas já estavam mornas, sem o frescor das fontes nem o calor terapêutico das termas. Era uma metáfora perfeita para a condição espiritual da igreja: nem fervorosa na fé, nem completamente indiferente. Eram mornos, complacentes, e isso era repugnante para o Senhor.

“Porque dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta,” prosseguiu Jesus, “e não sabes que és um desventurado, miserável, pobre, cego e nu.”

Laodiceia era uma cidade rica, famosa por suas roupas de lã negra e seus colírios medicinais. A igreja, no entanto, havia se deixado enganar pela prosperidade material. Achavam que não precisavam de nada, mas espiritualmente estavam em extrema pobreza. Eles não percebiam que, sem Cristo, estavam nus, expostos e vulneráveis.

O Senhor, porém, não os abandonou. Sua correção era um ato de amor. “Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo para te enriqueceres, vestes brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.”

João entendeu que o Senhor estava oferecendo a verdadeira riqueza, a verdadeira cobertura e a verdadeira visão. O ouro refinado no fogo representava uma fé genuína, testada e purificada. As vestes brancas simbolizavam a justiça de Cristo, que cobre o pecado. E o colírio era o Espírito Santo, que abre os olhos para a verdade espiritual.

“Eu repreendo e disciplino a quantos amo,” disse Jesus, Sua voz cheia de ternura e firmeza. “Sê, pois, zeloso e arrepende-te.”

João sentiu o coração apertado. O Senhor não estava rejeitando a igreja de Laodiceia; Ele a estava chamando de volta. Ele batia à porta, esperando que alguém O ouvisse. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.”

Era um convite íntimo e pessoal. Jesus queria restaurar o relacionamento que havia sido perdido pela complacência e pelo orgulho. Ele prometia uma comunhão profunda, uma ceia que simbolizava união e alegria.

Por fim, o Senhor fez uma promessa gloriosa: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.”

João sentiu uma onda de esperança. Apesar da condição lamentável da igreja, havia uma promessa de vitória para aqueles que se arrependessem e permanecessem fiéis. Eles reinariam com Cristo, compartilhando de Sua glória eterna.

Quando a visão terminou, João ficou em silêncio, refletindo sobre as palavras do Senhor. Ele sabia que a mensagem para Laodiceia era urgente e necessária. Era um chamado ao arrependimento, um convite à intimidade e uma promessa de glória. E, acima de tudo, era uma demonstração do amor inabalável de Cristo, que nunca desiste de Seu povo, mesmo quando eles se desviam.

João pegou o pergaminho e começou a escrever, sabendo que essas palavras não eram apenas para Laodiceia, mas para todos os que, em qualquer época, pudessem se encontrar na mesma condição de mornidão espiritual. E ele orou para que todos ouvissem a voz do Senhor, abrissem a porta e permitissem que Ele entrasse, transformando suas vidas para sempre.

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