Era uma manhã fresca em Roma, e o sol começava a despontar sobre as colinas, banhando a cidade em tons dourados. Nas ruas estreitas, o burburinho da vida cotidiana já se fazia ouvir, mas em uma casa simples, um grupo de crentes se reunia em silêncio, à luz de uma lamparina. Eles haviam se encontrado para ouvir as palavras de uma carta enviada pelo apóstolo Paulo, um homem que muitos deles nunca haviam visto, mas cujas palavras ecoavam em seus corações como um chamado divino.
Um dos irmãos, chamado Marcos, segurava o pergaminho com cuidado, seus olhos percorrendo as linhas escritas com tinta escura. Ele começou a ler em voz alta, e sua voz suave preencheu o ambiente com uma solenidade que fez todos se sentirem como se estivessem diante do próprio trono de Deus.
“Que diremos, então? Permaneceremos no pecado, para que a graça aumente? De modo nenhum! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?”
Marcos fez uma pausa, e seus olhos encontraram os de cada pessoa na sala. Eles sabiam que essas palavras não eram apenas uma exortação, mas um chamado para uma vida transformada. A graça de Deus não era uma licença para pecar, mas um poder que os libertava do domínio do pecado.
Ele continuou: “Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.”
Enquanto Marcos lia, as palavras pareciam ganhar vida, e os ouvintes podiam quase sentir a água do batismo escorrendo sobre suas cabeças, simbolizando a morte para o pecado e o renascimento para uma vida em Cristo. Eles se lembravam do dia em que haviam sido batizados, quando declararam publicamente sua fé em Jesus e sua decisão de seguir seus passos.
“Se fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também seremos unidos a ele na semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado.”
Marcos ergueu os olhos do pergaminho e olhou para o grupo. “Irmãos”, ele disse, “não somos mais escravos. Cristo nos libertou. O pecado não tem mais domínio sobre nós. Mas isso não significa que não enfrentaremos tentações. Significa que temos uma escolha: podemos ceder ao pecado ou podemos nos entregar a Deus como instrumentos de justiça.”
Um silêncio profundo pairou sobre a sala. Cada pessoa ali sentia o peso dessas palavras. Eles sabiam que a vida cristã não era fácil, mas também sabiam que não estavam sozinhos. Cristo havia vencido a morte, e eles, unidos a Ele, também poderiam vencer o pecado.
Marcos continuou: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
As palavras finais ecoaram na sala como um hino de vitória. A morte não era mais o fim, mas o início de uma vida eterna com Cristo. Eles não eram mais escravos do medo, da culpa ou da condenação. Eles eram livres.
Uma mulher chamada Lídia, que estava sentada no canto, começou a chorar silenciosamente. Ela se lembrava de como sua vida havia sido antes de conhecer Cristo—cheia de vazio e desespero. Mas agora, ela sentia uma paz que transcendia toda compreensão. Ela ergueu os olhos e disse: “Eu não quero mais viver para mim mesma. Quero viver para Ele.”
Outros começaram a concordar, e logo a sala estava cheia de vozes suaves, expressando gratidão e compromisso. Eles sabiam que a jornada não seria fácil, mas também sabiam que não estavam sozinhos. Cristo estava com eles, e o Espírito Santo os guiaria.
Marcos enrolou cuidadosamente o pergaminho e o colocou de lado. “Irmãos”, ele disse, “vamos orar. Vamos pedir a Deus que nos fortaleça para vivermos essa vida nova, para sermos instrumentos de justiça em um mundo que precisa desesperadamente de Sua luz.”
E assim, eles se ajoelharam juntos, unidos em espírito e propósito. O sol agora brilhava intensamente do lado de fora, mas dentro daquela casa, uma luz ainda mais brilhante iluminava seus corações—a luz de Cristo, que os havia libertado e os chamava para uma vida de santidade e amor.
E, naquele momento, eles sabiam que não eram mais escravos. Eram filhos de Deus, herdeiros da vida eterna, e nada—nem o pecado, nem a morte—poderia separá-los do amor de Cristo.