No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, Ele não apenas estabeleceu os fundamentos do mundo, mas também preparou um testemunho eterno de Sua glória. O salmista Davi, em um momento de profunda inspiração, contemplou essa verdade e compôs o Salmo 19, um hino que celebra a revelação de Deus tanto na criação quanto em Sua Palavra. Vamos mergulhar nessa história, que começa com o nascer do sol sobre as colinas de Belém e se estende até os corações daqueles que buscam a sabedoria divina.
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Era uma manhã fresca e serena nos campos de Belém. O céu, ainda tingido de tons de rosa e dourado, anunciava o despertar de um novo dia. Davi, o jovem pastor, estava sentado em uma colina, observando suas ovelhas pastando tranquilamente. Ele havia passado a noite sob o manto estrelado, cantando e tocando sua harpa, mas agora, com o sol surgindo no horizonte, ele sentia uma profunda conexão com o Criador. Era como se o próprio céu estivesse falando, declarando a glória de Deus.
Davi olhou para o firmamento e viu como ele contava a história do poder e da majestade divina. O sol, como um noivo radiante, saía de sua tenda e começava sua jornada diária, atravessando o céu com vigor e alegria. Nada escapava ao seu calor, e Davi percebeu que, assim como o sol iluminava a terra, a glória de Deus iluminava o coração do homem. Ele começou a murmurar palavras de louvor, sentindo que a criação inteira era um testemunho silencioso, mas eloquente, da grandeza de Deus.
Enquanto o dia avançava, Davi refletiu sobre a lei do Senhor. Ele sabia que, assim como os céus proclamavam a glória de Deus, a Palavra de Deus revelava Sua vontade e Seu caráter. Ele lembrou-se dos ensinamentos que havia recebido desde a infância: os mandamentos que eram perfeitos e revigoravam a alma, os testemunhos que eram fiéis e traziam sabedoria aos simples. A lei do Senhor era mais desejável do que o ouro e mais doce do que o mel que escorria dos favos.
Davi começou a orar, pedindo que Deus o purificasse de seus erros ocultos. Ele sabia que, embora a criação e a lei fossem perfeitas, ele era um homem falho, sujeito a pecados que nem sempre percebia. “Quem pode discernir seus próprios erros?”, ele pensou. “Livra-me dos que me são ocultos.” Ele também pediu proteção contra a soberba, sabendo que o orgulho poderia afastá-lo do caminho reto.
Ao final do dia, quando o sol começou a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e púrpura, Davi sentiu uma paz profunda. Ele sabia que o Senhor era sua rocha e seu redentor. A criação e a Palavra de Deus haviam se unido em seu coração, revelando a beleza e a sabedoria divinas. Ele pegou sua harpa e começou a cantar:
“Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das Suas mãos. Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite. Sem discurso, sem palavras, sem voz alguma se ouve. Mas a sua voz ressoa por toda a terra e as suas palavras, até os confins do mundo.”
Davi continuou a cantar, celebrando a perfeição da lei do Senhor, que restaura a alma, e a pureza dos mandamentos, que iluminam os olhos. Ele sabia que, enquanto o sol continuasse a nascer e a se pôr, e enquanto a Palavra de Deus fosse proclamada, a glória do Senhor nunca deixaria de ser revelada.
E assim, naquela noite, enquanto as estrelas começavam a cintilar no céu, Davi adormeceu com um coração cheio de gratidão. Ele havia compreendido que a criação e a Palavra de Deus eram dois lados da mesma moeda, ambos apontando para a majestade e o amor do Criador. E ele prometeu a si mesmo que, enquanto vivesse, continuaria a proclamar essa verdade, para que todos pudessem conhecer a glória de Deus, visível nos céus e palpável em Sua Palavra.
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Essa história, inspirada no Salmo 19, nos lembra que a criação e a Palavra de Deus são testemunhos poderosos de Sua glória e sabedoria. Que possamos, como Davi, contemplar essas maravilhas e responder com louvor e obediência.