**A Sabedoria que Edifica: Uma História Baseada em Provérbios 18**
Era uma vez, em uma pequena vila chamada Efraim, situada entre colinas verdejantes e riachos cristalinos, um jovem chamado Eliabe. Ele era conhecido por sua inteligência aguçada e sua habilidade em resolver conflitos, mas também por sua tendência a falar antes de pensar. A vila de Efraim era um lugar pacífico, onde as famílias viviam em harmonia, mas, como em qualquer comunidade, havia momentos de tensão e desentendimentos.
Um dia, uma grande discussão surgiu entre dois homens da vila, Jonas e Tobias. A causa do conflito era uma pequena porção de terra que ambos reivindicavam como sua. Jonas, um homem mais velho e respeitado, insistia que a terra havia sido herdada de seus antepassados. Tobias, por outro lado, um jovem agricultor, argumentava que ele havia trabalhado aquela terra por anos e que ela era essencial para o sustento de sua família.
A discussão rapidamente se tornou acalorada, e os dois homens começaram a gritar um com o outro no meio da praça da vila. A multidão se reuniu ao redor, alguns tentando acalmar os ânimos, outros apenas observando o desenrolar do conflito. Foi então que Eliabe, o jovem conhecido por sua sabedoria, decidiu intervir.
Eliabe se aproximou dos dois homens e, com uma voz calma e firme, disse: “Amigos, por que vocês estão brigando? A terra não pode ser dividida entre vocês? Ou será que a ganância está cegando os olhos de ambos?”
Jonas, irritado, respondeu: “Eliabe, você é jovem demais para entender. Esta terra é minha por direito! Não vou ceder nem um palmo dela!”
Tobias, igualmente furioso, retrucou: “E eu não vou deixar que você me tire o sustento da minha família!”
Eliabe, percebendo que suas palavras iniciais não haviam surtido o efeito desejado, decidiu agir de acordo com o que ele havia aprendido desde criança: “O tolo não se agrada no entendimento, mas só em externar o seu pensamento” (Provérbios 18:2). Ele sabia que, para resolver o conflito, precisaria ouvir mais do que falar.
Ele convidou Jonas e Tobias para se sentarem com ele sob a grande figueira que ficava à beira da praça. Lá, ele começou a ouvir atentamente as histórias de ambos. Jonas contou sobre como sua família havia cultivado aquela terra por gerações, e como ela era um símbolo de sua herança e identidade. Tobias, por sua vez, compartilhou como ele havia trabalhado duro para transformar a terra em um campo fértil, e como ela era essencial para alimentar sua esposa e filhos.
Enquanto ouvia, Eliabe percebeu que ambos os homens tinham razões válidas e profundas para querer a terra. Ele também entendeu que a raiz do conflito não era a terra em si, mas o orgulho e a falta de comunicação entre eles. Ele então lembrou-se de outro versículo de Provérbios: “As palavras do homem são como águas profundas; a fonte da sabedoria é um ribeiro que corre” (Provérbios 18:4).
Com isso em mente, Eliabe propôs uma solução: “Por que não dividimos a terra em duas partes iguais? Jonas, você pode manter a metade que contém a antiga oliveira, que é um símbolo de sua herança. Tobias, você pode ficar com a metade onde estão os campos que você cultivou. Assim, ambos terão o que é importante para vocês.”
Jonas e Tobias olharam um para o outro, e pela primeira vez, viram além de sua própria raiva e orgulho. Eles perceberam que a solução de Eliabe não apenas resolvia o conflito, mas também preservava o que era mais importante para cada um deles. Com um aceno de cabeça, ambos concordaram com a proposta.
A vila de Efraim celebrou a resolução do conflito, e Eliabe foi elogiado por sua sabedoria e discernimento. Ele, no entanto, sabia que a verdadeira sabedoria vinha de Deus, e que ele havia apenas sido um instrumento nas mãos do Senhor. Ele lembrou-se de mais um versículo de Provérbios: “O nome do Senhor é uma torre forte; os justos correm para ela e estão seguros” (Provérbios 18:10).
A partir daquele dia, Eliabe passou a ser ainda mais cuidadoso com suas palavras, lembrando-se sempre de que “a morte e a vida estão no poder da língua” (Provérbios 18:21). Ele continuou a servir sua comunidade com humildade e sabedoria, sabendo que a verdadeira força não está em falar, mas em ouvir, entender e agir com amor e justiça.
E assim, a vila de Efraim continuou a prosperar, não apenas em bens materiais, mas em sabedoria e união, refletindo a bondade e a justiça de Deus em suas vidas.