No livro de Cânticos dos Cânticos, capítulo 7, encontramos uma das mais belas e poéticas expressões de amor entre o amado e a amada. Este capítulo é uma celebração do amor, da beleza e da intimidade, refletindo o profundo afeto e admiração mútua entre os dois. Vamos explorar essa passagem em uma narrativa detalhada, mantendo a riqueza das descrições e a precisão teológica.
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Era uma manhã fresca e serena na região de Jerusalém. O sol começava a despontar no horizonte, tingindo o céu com tons de dourado e rosa. A brisa suave trazia consigo o aroma das flores que desabrochavam nos campos, e os pássaros entoavam seus cantos melodiosos. Era um cenário perfeito para o encontro entre o amado e a amada, cujo amor era tão puro e intenso quanto a própria criação de Deus.
A amada caminhava com graça pelos jardins reais, vestida com roupas finas que realçavam sua beleza. Seus pés, calçados com sandálias adornadas, moviam-se com leveza, como se dançassem ao ritmo da natureza. O amado, ao vê-la, ficou maravilhado. Seu coração transbordava de admiração, e ele não pôde conter as palavras de louvor que brotavam de sua alma.
“Como são belos os teus pés nas sandálias, ó filha de príncipe!”, exclamou ele, contemplando cada detalhe de sua amada. “As curvas das tuas coxas são como joias, obra das mãos de um artista. Teu umbigo é uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre é um monte de trigo, cercado de lírios.”
A amada sorriu, sentindo-se valorizada e amada. As palavras do amado eram como mel para sua alma, e ela sabia que seu amor era genuíno e puro. Ele continuou a descrevê-la, comparando-a às mais belas obras da criação: “Os teus seios são como dois filhotes gêmeos de uma gazela. Teu pescoço é como uma torre de marfim; os teus olhos, como as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim. Teu nariz é como a torre do Líbano, que olha para Damasco.”
Cada palavra do amado era uma declaração de amor e admiração. Ele via nela a perfeição da criação de Deus, uma mulher que refletia a beleza e a graça divinas. A amada, por sua vez, sentia-se segura e amada, sabendo que seu valor ia muito além da aparência física. Ela era preciosa aos olhos do amado, e isso a enchia de alegria.
O amado então convidou a amada para um momento de intimidade e comunhão: “Vem, ó amada minha, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias. Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as vides, se já se abrem as suas flores, se já brotam as romãs; ali te darei o meu amor.”
A amada aceitou o convite com alegria. Juntos, eles caminharam pelos campos, observando a beleza da criação. As videiras estavam carregadas de uvas, e os lírios desabrochavam em meio ao verde dos campos. Era um cenário que refletia a perfeição do amor que compartilhavam, um amor que era puro, sincero e abençoado por Deus.
Enquanto caminhavam, a amada expressou seu desejo de estar sempre ao lado do amado: “As mandrágoras exalam perfume, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; eu os guardei para ti, ó meu amado.”
O amor entre eles era um reflexo do amor de Deus pela humanidade. Assim como o amado admirava e valorizava a amada, Deus também nos ama com um amor incondicional e eterno. O Cântico dos Cânticos nos lembra que o amor verdadeiro é um dom de Deus, e que ele deve ser cultivado com cuidado, respeito e devoção.
Ao final do dia, o amado e a amada retornaram para casa, seus corações cheios de gratidão e alegria. Eles sabiam que seu amor era uma bênção, um presente do Criador, e que deveriam honrá-lo todos os dias de suas vidas. E assim, sob o céu estrelado de Jerusalém, eles descansaram, certos de que seu amor continuaria a florescer, como as flores nos campos e as uvas nas videiras.
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Esta narrativa, baseada em Cantares 7, nos convida a refletir sobre a beleza do amor verdadeiro, que é puro, sincero e abençoado por Deus. Que possamos, em nossas relações, buscar esse mesmo amor, que reflete o caráter de Cristo e glorifica o nome do Senhor.