No décimo quarto ano do reinado de Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, algo terrível aconteceu. O Senhor, em Sua justiça, permitiu que o rei do Egito, Sisaque, marchasse contra Jerusalém com um exército poderoso. A cidade santa, que antes era um lugar de paz e adoração, agora estava cercada por tropas inimigas, carruagens e cavaleiros em número incontável. O povo de Judá, que havia se afastado do Senhor, agora enfrentava as consequências de sua desobediência.
Roboão, sentado em seu trono no palácio real, sentiu o peso da situação. Ele sabia que o exército de Sisaque era imenso e que suas próprias forças não seriam suficientes para resistir. O coração do rei estava cheio de medo, mas também de arrependimento. Ele se lembrava das palavras do profeta Semaías, que havia advertido o povo sobre o julgamento de Deus por terem abandonado os caminhos do Senhor. Agora, aquela profecia estava se cumprindo diante de seus olhos.
Enquanto os soldados egípcios cercavam as muralhas de Jerusalém, o povo começou a clamar ao Senhor. Homens, mulheres e crianças se reuniram no templo, prostrados diante do altar, confessando seus pecados e pedindo misericórdia. Roboão, vestido com roupas de luto, também se humilhou diante de Deus. Ele reconheceu que o orgulho e a desobediência haviam levado Judá a essa situação desesperadora.
Foi então que o profeta Semaías novamente trouxe uma mensagem do Senhor. Ele se dirigiu ao rei e ao povo, dizendo: “Assim diz o Senhor: ‘Vocês me abandonaram, por isso Eu também os abandonei nas mãos de Sisaque.'” As palavras ecoaram como um trovão, mas o profeta continuou: “No entanto, se vocês se humilharem e se voltarem para Mim, Eu os ouvirei e não permitirei que Jerusalém seja completamente destruída.”
Ao ouvir isso, Roboão e os líderes de Judá se humilharam ainda mais. Eles rasgaram suas vestes, cobriram-se de cinzas e clamaram ao Senhor com lágrimas. O arrependimento sincero do povo tocou o coração de Deus. O Senhor, em Sua infinita misericórdia, decidiu poupar Jerusalém da destruição total.
Naquela noite, enquanto o exército de Sisaque se preparava para o ataque final, uma tempestade repentina caiu sobre o acampamento egípcio. Ventos fortes e chuvas torrenciais assustaram os cavalos e dispersaram os soldados. Sisaque, percebendo que algo sobrenatural estava acontecendo, decidiu negociar com Roboão em vez de enfrentar a ira do Deus de Israel.
No dia seguinte, Sisaque enviou mensageiros a Roboão, propondo um acordo. Ele exigiu que Judá pagasse um tributo em ouro e prata em troca da retirada de suas tropas. Roboão, sabendo que não tinha escolha, concordou. Ele ordenou que os tesouros do templo e do palácio fossem saqueados para pagar o resgate. Os escudos de ouro que Salomão havia feito foram levados, e Roboão os substituiu por escudos de bronze, um símbolo humilhante da queda de Judá.
Apesar da perda dos tesouros, o povo de Judá reconheceu a mão de Deus em sua preservação. Eles entenderam que o Senhor havia sido misericordioso ao poupar suas vidas, mesmo em meio ao julgamento. Roboão, agora mais humilde, governou o restante de seus dias com maior reverência a Deus. Ele sabia que a verdadeira riqueza não estava nos tesouros materiais, mas na obediência ao Senhor.
Assim, a história de Roboão e o ataque de Sisaque serviu como um lembrete poderoso para o povo de Judá. Eles aprenderam que o orgulho e a desobediência levam à ruína, mas o arrependimento sincero e a humildade podem trazer a misericórdia de Deus. E, embora os escudos de ouro tenham sido substituídos por bronze, a fé do povo no Senhor permaneceu como o verdadeiro tesouro de Judá.