Bíblia em Contos

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Visão de Ezequiel: O Templo Sagrado e as Ordenanças Divinas

No ano em que o povo de Israel estava exilado na Babilônia, o profeta Ezequiel recebeu uma visão detalhada do templo futuro, onde Deus revelou como o culto e as ofertas seriam restaurados. No capítulo 46, o Senhor continuou a instruir Ezequiel sobre as ordenanças para os príncipes e o povo, especialmente em relação ao sábado e às luas novas, dias sagrados de adoração e descanso.

Era uma manhã fresca, e o sol começava a subir no horizonte, tingindo o céu com tons de dourado e rosa. O profeta Ezequiel estava em espírito, sendo conduzido pelo anjo do Senhor através do templo glorioso que ele havia visto em visão. O anjo o levou até o pátio exterior, onde o portão oriental estava fechado. Era um portão majestoso, adornado com entalhes de querubins e palmeiras, símbolos da presença divina e da vida eterna. O anjo explicou que o portão permaneceria fechado durante os seis dias de trabalho, mas seria aberto no dia de sábado e no dia da lua nova.

— Este portão é sagrado — disse o anjo. — Somente o príncipe, como representante do povo, poderá entrar e sair por ele. Ele se assentará ali para comer o pão da oferta perante o Senhor. O povo, porém, adorará no pátio exterior, diante do portão.

Ezequiel observou atentamente, imaginando a cena: o príncipe entrando pelo portão oriental, vestido com trajes reais, mas humilde diante do Senhor. Ele traria ofertas de holocausto e ofertas pacíficas, simbolizando sua devoção e gratidão a Deus. O cheiro suave do incenso subiria ao céu, e o som dos levitas cantando louvores ecoaria pelos corredores do templo.

O anjo continuou a explicar as ordenanças para o príncipe e o povo. No dia de sábado, o príncipe ofereceria seis cordeiros sem defeito e um carneiro, juntamente com uma oferta de cereal e a quantidade necessária de azeite. Era uma oferta generosa, que demonstrava a importância de honrar o dia do Senhor. Além disso, nas luas novas, o príncipe traria um novilho, seis cordeiros e um carneiro, todos sem defeito, acompanhados de ofertas de cereal e azeite.

— O povo também participará — disse o anjo. — Quando o príncipe entrar, eles entrarão pelo portão norte e sairão pelo portão sul, ou entrarão pelo portão sul e sairão pelo portão norte. Ninguém voltará pelo mesmo portão por onde entrou, pois isso simboliza a ordem e a reverência devidas ao Senhor.

Ezequiel imaginou o povo caminhando em fila, com rostos voltados para o templo, cantando salmos e louvores. Havia uma atmosfera de alegria e solenidade, pois todos reconheciam a grandeza de Deus e Sua misericórdia em permitir que O adorassem.

O anjo então levou Ezequiel para dentro do templo, onde ele viu o altar de sacrifícios. Era um lugar santo, onde o fogo consumia as ofertas, e o sangue dos animais era aspergido como expiação pelos pecados do povo. O anjo explicou que o príncipe não poderia tomar as terras do povo nem oprimir os necessitados. Ele deveria governar com justiça e equidade, refletindo o caráter de Deus.

— O príncipe dará presentes a seus filhos como herança — disse o anjo. — Mas se der um presente a um de seus servos, ele pertencerá ao servo até o ano da liberdade, quando retornará ao príncipe. Assim, a justiça e a generosidade serão mantidas.

Ezequiel sentiu um profundo senso de reverência ao ouvir essas palavras. Ele compreendeu que o templo não era apenas um lugar de sacrifícios, mas um símbolo da presença de Deus entre Seu povo. As ordenanças dadas ao príncipe e ao povo eram um chamado à santidade, à justiça e à adoração genuína.

Ao final da visão, o anjo levou Ezequiel de volta ao portão oriental. O sol já estava alto no céu, e o profeta sentiu o calor em seu rosto. Ele olhou para o portão fechado e lembrou-se das palavras do anjo: “Este portão permanecerá fechado. Ninguém entrará por ele, porque o Senhor, o Deus de Israel, entrou por ele. Portanto, ficará fechado.”

Ezequiel caiu de joelhos, adorando a Deus por Sua santidade e majestade. Ele sabia que essas visões não eram apenas para ele, mas para todo o povo de Israel, como um lembrete de que Deus restauraria Sua presença entre eles e que um dia, o culto verdadeiro seria restaurado.

Assim, o profeta registrou cuidadosamente todas as palavras e visões que recebeu, para que as gerações futuras pudessem conhecer a glória de Deus e Seu plano redentor. E ele orou para que o povo de Israel se arrependesse de seus pecados e voltasse para o Senhor, preparando-se para o dia em que todas essas coisas se cumpririam.

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