Bíblia em Contos

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A Santidade do Povo de Israel no Deserto

No décimo quinto ano do reinado do rei Saul, quando o povo de Israel estava se preparando para celebrar a Festa das Primícias, o Senhor falou a Moisés, dizendo: “Fala a Arão e a seus filhos, para que se abstenham das coisas sagradas que os filhos de Israel me consagram, para que não profanem o meu santo nome. Eu sou o Senhor.”

Era um tempo de grande expectativa no acampamento de Israel. As tendas estendiam-se ao longo do deserto, e o tabernáculo, com sua cortina de linho fino e suas colunas de bronze, erguia-se como um farol de santidade no meio do povo. Arão, o sumo sacerdote, e seus filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar, estavam ocupados preparando-se para os sacrifícios e ofertas que seriam apresentados ao Senhor. O ar estava impregnado com o aroma de incenso e o som dos címbalos e harpas ecoava suavemente ao longe.

Moisés, com seu cajado na mão e o rosto resplandecente da glória de Deus, aproximou-se de Arão e de seus filhos. Ele olhou para eles com seriedade e disse: “Irmãos, o Senhor vos ordena que guardeis os seus mandamentos com todo o cuidado. Nenhum de vós, sendo impuro, pode tocar nas coisas sagradas que são consagradas ao Senhor. Se alguém, estando impuro, se aproximar das ofertas, será cortado da minha presença. Eu sou o Senhor.”

Arão, com sua barba grisalha e seu peitoral adornado com as doze pedras preciosas representando as tribos de Israel, inclinou a cabeça em sinal de reverência. Ele sabia que a santidade de Deus era algo tremendo e que qualquer negligência poderia trazer consequências graves. Seus filhos, vestidos com túnicas de linho fino e cintos bordados, ouviram atentamente as palavras de Moisés.

Moisés continuou: “Se um homem da descendência de Arão tiver lepra ou fluxo, não comerá das coisas sagradas até que esteja purificado. Aquele que tocar em algo imundo, seja um cadáver ou um animal impuro, ou qualquer outra coisa que contamine, ficará impuro até a tarde e não poderá participar das ofertas sagradas. Mas se ele se lavar com água e o sol se puser, então estará limpo e poderá comer das coisas sagradas.”

Nadabe, o filho mais velho de Arão, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ele lembrou-se de uma ocasião em que, sem querer, havia tocado em um animal morto enquanto ajudava a preparar o sacrifício. Naquele momento, ele não havia dado muita importância ao fato, mas agora as palavras de Moisés ecoavam em sua mente como um alerta solene. Ele decidiu que, a partir daquele dia, seria mais cuidadoso em manter-se puro diante do Senhor.

Moisés prosseguiu: “Nenhum estrangeiro comerá das coisas sagradas; nem o hóspede do sacerdote, nem o assalariado comerão delas. Mas se o sacerdote comprar alguém com o seu dinheiro, este comerá delas; e os que nascerem na sua casa, esses também comerão do seu pão. Se a filha de um sacerdote se casar com um estrangeiro, ela não comerá da oferta das coisas sagradas. Mas se a filha do sacerdote for viúva ou repudiada, e não tiver filhos, e voltar para a casa de seu pai, como na sua mocidade, comerá do pão de seu pai; mas nenhum estrangeiro comerá dele.”

As palavras de Moisés eram claras e precisas, delineando os limites da santidade que devia ser mantida no meio do povo. Ele então acrescentou: “E quando alguém oferecer sacrifício de oferta pacífica ao Senhor, para cumprir um voto ou por liberalidade, do gado ou do rebanho, sem defeito será, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele. Cego, ou quebrado, ou aleijado, ou verrugoso, ou sarnoso, ou cheio de impigens, estes não oferecereis ao Senhor, nem deles poreis oferta queimada sobre o altar ao Senhor.”

O povo de Israel, reunido ao redor do tabernáculo, ouvia atentamente. Eles sabiam que o Senhor era santo e que suas ofertas deviam refletir a perfeição de Deus. Um homem chamado Eliabe, da tribo de Judá, trouxe um cordeiro para ser oferecido como sacrifício. Ele havia escolhido o melhor de seu rebanho, um animal sem defeito, de pelo branco e olhos brilhantes. Ele o apresentou ao sacerdote com um coração cheio de gratidão, sabendo que o Senhor aceitaria sua oferta.

Moisés, vendo a sinceridade de Eliabe, acrescentou: “E quando sacrificardes um sacrifício de ação de graças ao Senhor, sacrificá-lo-eis de maneira que sejais aceitos. No mesmo dia se comerá; não deixareis dele para a manhã seguinte. Eu sou o Senhor. Guardareis, pois, os meus mandamentos e os cumprireis. Eu sou o Senhor. E não profanareis o meu santo nome, mas serei santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico, que vos tirei da terra do Egito, para ser o vosso Deus. Eu sou o Senhor.”

As palavras de Moisés ecoaram como um trovão no coração do povo. Eles se lembraram de como o Senhor os havia libertado da escravidão do Egito, conduzindo-os com mão forte e braço estendido. Agora, Ele os chamava para viverem em santidade, separados das práticas das nações ao seu redor.

Arão e seus filhos se comprometeram a guardar os mandamentos do Senhor com todo o cuidado. Eles sabiam que a santidade não era apenas uma questão de rituais externos, mas de um coração totalmente dedicado a Deus. E assim, o povo de Israel continuou sua jornada pelo deserto, levando consigo a promessa de que o Senhor seria o seu Deus e eles seriam o seu povo, uma nação santa, separada para Ele.

E Moisés, olhando para o horizonte, onde o sol começava a se pôr, murmurou em seu coração: “Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.”

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