No coração de Jerusalém, onde o templo do Senhor se erguia majestoso, o povo de Israel se reunia para adorar. Era um dia especial, pois os levitas haviam sido convocados para entoar cânticos de louvor ao Deus de Israel. Entre eles, destacava-se um jovem chamado Eliabe, cuja voz ecoava como um rio que fluía suavemente pelas colinas de Judá. Ele havia sido escolhido para liderar o canto do Salmo 135, uma canção que celebrava a grandeza e a bondade do Senhor.
O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons dourados e avermelhados, enquanto o povo se reunia no pátio do templo. As vestes brancas dos sacerdotes brilhavam sob a luz crepuscular, e o aroma do incenso subia ao céu, misturando-se às orações do povo. Eliabe, com seu coração cheio de gratidão, levantou as mãos e começou a cantar:
“Louvai ao Senhor! Louvai o nome do Senhor; louvai-o, servos do Senhor, vós que assistis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus.”
Sua voz era doce e poderosa, e cada palavra parecia carregar o peso da história de Israel. Ele cantou sobre como o Senhor havia escolhido Jacó para Si, Israel como Sua possessão preciosa. O povo, em silêncio reverente, ouvia atentamente, lembrando-se das promessas feitas a seus antepassados.
Eliabe continuou, sua voz ganhando força: “Eu sei que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está acima de todos os deuses. Tudo o que o Senhor deseja, Ele o faz, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos.”
Enquanto ele cantava, as pessoas se lembravam dos milagres que Deus havia realizado. Ele trouxe as nuvens desde os confins da terra, fez os relâmpagos para a chuva e trouxe o vento dos Seus tesouros. Foi o Senhor quem feriu os primogênitos do Egito, tanto dos homens quanto dos animais, e enviou sinais e maravilhas no meio do Egito, contra Faraó e todos os seus servos.
Eliabe fez uma pausa, permitindo que o povo refletisse sobre essas maravilhas. Então, com voz ainda mais solene, ele prosseguiu: “Ele feriu muitas nações e matou reis poderosos: Seom, rei dos amorreus, e Ogue, rei de Basã, e todos os reinos de Canaã. E deu a terra deles como herança, herança a Israel, Seu povo.”
O coração do povo se encheu de gratidão ao lembrar-se de como Deus havia lutado por eles, entregando-lhes a terra prometida. Eliabe, com lágrimas nos olhos, concluiu o canto: “Ó Senhor, o Teu nome permanece para sempre, a Tua memória de geração em geração. Pois o Senhor julgará o Seu povo e terá compaixão dos Seus servos.”
Enquanto a última nota ecoava pelos átrios do templo, o povo se prostrou em adoração. Eles sabiam que os ídolos das nações eram prata e ouro, obra das mãos dos homens. Tinham boca, mas não falavam; tinham olhos, mas não viam; tinham ouvidos, mas não ouviam; nem havia respiração em suas bocas. Mas o Deus de Israel era vivo, ativo e poderoso. Ele era o único digno de louvor.
Naquela noite, enquanto as estrelas começavam a brilhar no céu de Jerusalém, o povo se dispersou, levando consigo a certeza de que o Senhor era o seu Deus, o seu Redentor e o seu Protetor. E Eliabe, com o coração cheio de paz, retirou-se para sua casa, sabendo que havia cumprido o seu chamado de levar o povo à presença do Senhor através do canto e da adoração.
E assim, o Salmo 135 continuou a ecoar nas gerações seguintes, lembrando a todos que o Senhor é bom, e que o Seu amor dura para sempre.