Era uma vez, em uma pequena aldeia cercada por montanhas e vales verdejantes, um homem chamado Eliab. Ele era conhecido por sua sabedoria e por sua habilidade em aconselhar aqueles que buscavam orientação. Muitos vinham de longe para ouvir suas palavras, pois diziam que ele tinha o dom de entender os mistérios da vida. Eliab, no entanto, não se considerava sábio por si mesmo; ele atribuía toda a sua compreensão ao temor do Senhor, que ele considerava o princípio de toda a sabedoria.

Um dia, enquanto caminhava pelas ruas de pedra da aldeia, Eliab foi abordado por um jovem chamado Jonas. O rapaz estava perturbado e confuso, carregando no rosto a marca da angústia. “Eliab”, disse Jonas, “eu não entendo mais a vida. Tudo parece sem sentido. Trabalho duro, mas não vejo frutos. Amo, mas sou traído. Busco alegria, mas só encontro tristeza. O que devo fazer?”

Eliab olhou para o jovem com compaixão e convidou-o a sentar-se à sombra de uma grande figueira que crescia no centro da aldeia. Ali, ele começou a compartilhar os ensinamentos que havia meditado ao longo dos anos, baseados nas palavras do livro de Eclesiastes, capítulo 7.

“Jonas”, começou Eliab, “a vida é cheia de paradoxos. O sábio Rei Salomão, que escreveu o livro de Eclesiastes, nos ensina que há um tempo para tudo debaixo do céu. Ele diz que é melhor ir à casa onde há luto do que à casa onde há festa, pois na casa de luto, o coração é tocado pela realidade da morte, e isso nos faz refletir sobre o verdadeiro valor da vida.”

Jonas franziu a testa, confuso. “Como pode ser melhor estar triste do que feliz?”, perguntou.

Eliab sorriu suavemente. “Não é que a tristeza seja melhor do que a alegria, mas ela nos ensina lições que a alegria muitas vezes não consegue. A tristeza nos faz parar e refletir. Ela nos lembra de que a vida é passageira e que devemos valorizar cada momento. Salomão também diz que é melhor ouvir a repreensão do sábio do que o canto dos tolos. Porque a repreensão, embora dolorosa, nos corrige e nos guia no caminho certo.”

Eliab continuou, sua voz suave e firme. “O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos está na casa da alegria. Isso não significa que devemos viver em constante tristeza, mas que devemos aprender com os momentos difíceis. A paciência é melhor do que o orgulho, e controlar o espírito é melhor do que conquistar uma cidade. Quantas vezes agimos por impulso, e depois nos arrependemos? Quantas vezes deixamos que a raiva ou a impaciência nos guiem, e acabamos causando mais danos do que soluções?”

Jonas começou a entender, e seus olhos brilharam com uma nova luz. “Então, você está dizendo que devemos aprender com as dificuldades e não fugir delas?”

“Exatamente”, respondeu Eliab. “A vida não é apenas sobre buscar prazeres e evitar dores. É sobre crescer, aprender e se tornar mais sábio. Salomão também nos adverte a não dizer: ‘Por que os dias passados foram melhores do que estes?’ Pois não é sábio perguntar assim. Cada tempo tem suas próprias lições e desafios. O passado pode parecer melhor porque esquecemos as dificuldades que enfrentamos, mas o presente é onde estamos, e é aqui que devemos viver e aprender.”

Eliab fez uma pausa e olhou para o horizonte, onde o sol começava a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e roxo. “Jonas, a vida é como um tecido, com fios de alegria e tristeza entrelaçados. Não podemos escolher apenas os fios brilhantes; precisamos aceitar os escuros também, pois são eles que dão profundidade e significado ao todo. E acima de tudo, devemos lembrar que Deus está no controle. Ele faz todas as coisas belas no seu tempo. Nossa parte é confiar Nele e buscar a sabedoria que vem do temor ao Senhor.”

Jonas sentiu um peso ser retirado de seus ombros. Ele olhou para Eliab com gratidão e disse: “Obrigado, Eliab. Suas palavras trouxeram luz à minha escuridão. Eu vou meditar sobre isso e buscar a sabedoria que vem de Deus.”

Eliab colocou a mão no ombro do jovem e disse: “Que o Senhor guie seus passos, Jonas. Lembre-se, a sabedoria é como um tesouro escondido. Vale a pena buscá-la, pois ela traz entendimento e paz ao coração.”

E assim, Jonas partiu, com o coração mais leve e a mente cheia de novas perspectivas. Ele sabia que a vida ainda teria seus desafios, mas agora ele entendia que cada dificuldade era uma oportunidade para crescer e se aproximar mais de Deus. E Eliab, o sábio conselheiro, continuou a compartilhar suas palavras de sabedoria com todos os que buscavam orientação, lembrando a todos que a verdadeira sabedoria começa com o temor do Senhor.