No sétimo ano do reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, um homem chamado Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias, filho de Salum, filho de Zadoque, filho de Aitube, filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiote, filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de Buqui, filho de Abisua, filho de Fineias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sumo sacerdote, partiu de Babilônia para Jerusalém. Esdras era um escriba versado na Lei de Moisés, dada pelo Senhor, Deus de Israel. Ele era um homem de grande sabedoria e conhecimento, dedicado ao estudo e à prática da Lei do Senhor. O rei Artaxerxes, reconhecendo a sabedoria e a integridade de Esdras, concedeu-lhe tudo o que ele pediu, pois a mão do Senhor, seu Deus, estava sobre ele.
Esdras preparou-se para a jornada com cuidado e oração. Ele reuniu um grupo de israelitas, incluindo sacerdotes, levitas, cantores, porteiros e servos do templo, para acompanhá-lo. Antes de partir, Esdras proclamou um jejum junto ao rio Aava, para que se humilhassem diante de Deus e pedissem por uma viagem segura para eles, seus filhos e todos os seus bens. Ele temia pedir ao rei uma escolta de soldados e cavaleiros para protegê-los de inimigos no caminho, pois havia declarado ao rei que a mão do seu Deus era favorável para com todos os que o buscavam, mas que o seu poder e a sua ira estavam contra todos os que o abandonavam. Assim, jejuaram e suplicaram ao Senhor, e Ele os ouviu.
A viagem foi longa e árdua, mas a mão do Senhor os protegeu. Eles atravessaram desertos áridos, montanhas íngremes e rios caudalosos. Cada passo era uma prova de fé, mas Esdras liderava com firmeza e confiança no Senhor. Ele carregava consigo cartas do rei Artaxerxes, que ordenavam aos tesoureiros da província além do Eufrates que fornecessem a Esdras tudo o que ele precisasse, até cem talentos de prata, cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite e sal à vontade. O rei também decretou que tudo o que fosse ordenado pelo Deus do céu fosse cumprido com zelo para a casa do Deus de Israel, para que a ira divina não caísse sobre o reino do rei e de seus filhos.
Ao chegarem a Jerusalém, Esdras e seu grupo foram recebidos com alegria pelos que já habitavam na cidade. Ele entregou as cartas do rei aos governadores da província e apresentou as ofertas ao templo. Esdras dedicou-se imediatamente ao ensino da Lei do Senhor. Ele reuniu o povo nas praças e nos pátios do templo, e com voz clara e cheia de autoridade, leu as Escrituras e explicou o seu significado. O povo chorou ao ouvir as palavras da Lei, arrependendo-se de seus pecados e comprometendo-se a seguir os mandamentos de Deus.
Esdras também descobriu que muitos israelitas haviam se casado com mulheres estrangeiras, desobedecendo ao mandamento do Senhor. Ele rasgou suas vestes e arrancou os cabelos da cabeça e da barba, em sinal de profunda tristeza e arrependimento. Ele se prostrou diante do templo e orou fervorosamente, confessando os pecados do povo e pedindo a misericórdia de Deus. Movidos por sua liderança e exemplo, os israelitas decidiram se separar das mulheres estrangeiras e dos filhos que haviam tido com elas, renovando sua aliança com o Senhor.
Esdras continuou a ensinar e a guiar o povo, restaurando a adoração e a obediência à Lei de Deus. Ele organizou os sacerdotes e levitas, estabeleceu os turnos de serviço no templo e garantiu que as ofertas e sacrifícios fossem realizados conforme as Escrituras. A mão do Senhor estava sobre ele, e Jerusalém começou a experimentar um tempo de renovação espiritual e prosperidade.
Assim, Esdras, o escriba fiel, tornou-se um instrumento poderoso nas mãos de Deus para restaurar o seu povo e trazer de volta a glória do Senhor a Jerusalém. Sua vida e seu ministério foram um testemunho do poder da Palavra de Deus e da importância de se viver em obediência aos seus mandamentos.